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Texto e contexto: aqui, acolá e a censura.

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Como meus fiéis leitores sabem, desde 1998 passei a escrever regularmente no jornal O Estado de Minas , abordando todos os assuntos da hora, jurídicos, econômicos, das relações internacionais e políticos (política brasileira e mundial). Usando alegorias, humor e crítica, tenho dado minha contribuição ao pensamento coletivo e tive sempre excelente receptividade de quem aprecia cacoalhadas mentais. O saudoso jornalista Dídimo Paiva foi meu guia  e guru na jornada inicial de articulista, tendo-me motivado e convidado a contribuir semanalmente à Editoria de Opinião do jornal.  Dídimo reconheceu meu pertencimento a uma geração que valoriza profundamente a liberdade de opinião, geração saída da época negra do regime militar brasileiro onde a censura existia e era praticada com violência física, social ou psicológica. Ele dizia: transforme seu conhecimento em reflexão a nossos leitores ! A desmaterialização do jornal, que já teve a maior circulação nesse estado de mais de 21 milhõe...

Os príncipes

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 O assunto "liberdade de expressão" está quente no Brasil. Por isso resolvi mudar a bússola e referir-me a algo que aconteceu mais de 5 meses atrás. Quando os ex-reais Harry e Megan deram uma entrevista para levantar fundos à apresentadora Oprah, um jornalista britânico espumou em seu programa, criticando o casal rebelde. O apresentador do Good Morning Britain, Piers Morgan, ex-CNN, questionou a sinceridade da ex-realeza quando esta manifestou ter sofrido pressão psicológica causada pelos parentes do jovem monarca. Esse mês o órgão regulador da imprensa no Reino Unido decidiu que a rede de TV que divulgou o programa não fez nada de errado. Mais do que isso: disse que não poder criticar a (ex)realeza seria apavorante ameaça à liberdade de expressão . Clique aqui para ver a notícia completa. A liberdade de expressão é uma conquista tão importante para sociedades manterem-se livres que Londres tem até mesmo uma "esquina dos falantes", que guarda a tradição em que qual...

Brasil: a eleição da Geni e sua desejada destituição

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A farra do Judas é o esporte preferido do brasileiro, encontrando sua perfeição na política. Que coisa maravilhosa você conseguir depositar todas as mazelas do mundo, de seu pequeno mundo, em uma só pessoa!   Ao eleger como algoz e eliminar (politicamente, mas às vezes a facadas ou tiros) tal pessoa, você elimina todos os problemas! Tão fácil! A idéia tem origem no ódio religioso. Os antisemitas se profissionalizaram nela. N azistas de 75 anos atrás  promoveram o genocídio efetivo e real. Atualmente, as bravatas dos aiatolás iranianos e seu plano atômico, bem como idiotas-úteis empunhando bandeiras palestinas gritando palavras de ordem como "do rio ao mar" representam o novo genocídio potencial, o fim de todos os males através da obsessiva perseguição do povo judeu. O interessante - que poucos enxergam ou admitem - é que quanto mais instável o país, melhor fica o balcão de negócios em Brasília , onde a crise aumenta o custo da estabilidade, inflacionando a venda de facili...

Insanidade brasileira - emprestada de JRGuzzo

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 Sem tempo para escrever, mas a leitura permanecendo sagrada, sugiro a quem ainda não leu, que dê uma refletida sobre palavras abaixo: - Primeiro Artigo - Segundo Artigo Àqueles que não querem terceirizar o cérebro, tais textos convidam à reflexão, sobretudo diante da capacidade de contágio da bipolaridade brasileira.  Vacine-se! Avalie! Pense!

Brasil: um país com tempo a perder

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Confesso não estar acompanhando de perto, ou intensamente, a CPI da COVID instalada no Senado Federal do Brasil. O pouco que vi foi suficiente para fazer-me concluir tratar-se de um espetáculo grotesco, uma cópia mal-feita do macarthismo . À frente da iniciativa, eis um senador bem conhecido por suas nada nobres práticas e métodos. Essa ópera-bufa visa desacreditar um governo cuja legitimidade é disputada (a despeito das urnas) antes mesmo da posse, por uma parcela nada democrática da população brasileira, movida pelas aparências e por mitos andradinos . Os tropeços (alguns grandes) e figuras de linguagem do Pres. Bolsonaro certamente pioraram o ataque à pandemia no Brasil. Poder-se-ia tratar de inépcia administrativa, a tradicional incompetência que marca o DNA da governança nacional desde que os portugueses aqui aportaram. Expressões como "genocídio" e outros exageros indicam, entretanto, o quão os promotores da tal CPI apelam à agressividade para receberem e dar-lhe public...

Sai Ford, já estão Mahindra, Valtra e Foton. Agora sim, a realidade.

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Nostálgicos estão sofrendo diante do anúncio do encerramento da produção da Ford Motor Company no Brasil, presente há um século no país quando se implantou para vender seus modelos T e posteriormente produzir automóveis numa época de baixa competivididade. A Ford integrou um grande lobby para destruir - com pleno êxito - as ferrovias que uniam o país, aliando-se a políticos venais e sem visão. O resultado é desastroso num país agrícola que depende de caminhão para escoar a produção. A discussão politizada informa que a Ford sai porque o governo federal atual é incompetente e está afundando o país, assim espantando investimentos. Ledo engano, pois montadoras de países emergentes como Foton e Valtra acreditam no país com seus produtos totalmente adequados ao mercado tupiniquim. Além disso, a régua da competitividade é igual para todo mundo... resta entender o diferencial de quem fica e de quem vai embora. Diferentemente dos produtos concebidos pelo e para o primeiro mundo, piorados para ...

Federalismo, enfim

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     A pandemia está demonstrando, de forma inequívoca, o quão importante são as fronteiras. Estivemos acostumados a viajar rapidamente, por longas distâncias, até recentemente, sem nos preocuparmos muito com aspectos políticos ou sanitários. Vivemos em um país cujas leis são válidas homogeneamente em todo o território, apesar de reconhecermos as imensas diferenças regionais que vão muito além do sotaque, do tempero ou do clima. Chamamos o Brasil de uma República Federativa, mas temos pouca noção do que isso realmente significa.                  Nem sempre foi assim. A memória nacional, ainda que amarelada, nos remete ao tempo em que os estados tinham presidentes e grande autonomia política, fiscal e até mesmo militar. Getúlio Vargas deu o primeiro golpe institucional nesse sentido, concentrando poderes e desmontando a independência dos estados. Vargas inaugurou o início irreversível do distanciamento entre mandatário público e...

Tempos estranhos de destruição ocidental

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Foi horrível a forma como o negro americano George Floyd foi morto por um policial em ação para mobilizá-lo, em Minneapolis. O excesso no uso da força foi claro. O policial talvez não tenha tido intenção de matar, mas certamente assumiu esse risco ao não tomar cuidado e sufocar um pobre-coitado. Floyd tinha que ter sido julgado e encarcerado por seus crimes, como aconteceu nos últimos 30 anos de sua infeliz existência (roubo a mão armada, tráfico de drogas, falsificação, violência doméstica, etc.). Ele viveu como delinquente e morreu como um delinquente, como um problema social, desumanizado. Morreu como alguém que não tinha direitos reconhecidos. Não poderia ter sido tratado indignamente, por um agente de uma sociedade que se deseja digna e protetora. Demorei um tempo para digerir o que estava acontecendo. Não quis seguir a boiada. Não me precipitei. J.K. Rowling (a autora escocesa que inventou o Harry Potter) recentemente escreveu que não se deve esperar moderação das redes socia...

Verdades, inabilidade e varas curtas

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Para quem teve a paciência de assistir ao desnecessário espetáculo promovido pelo Supremo Tribunal Federal, que autorizou a publicidade da integralidade da reunião ministerial de 22 de abril, peça fundamental do inquérito provocado pelo ex-Ministro Sérgio Moro, constatará o nível do abuso de intervenção no Poder Executivo brasileiro promovido por um STF que se transformou em palanque político e certamente promotor de grave instabilidade institucional. Ao divulgar um vídeo que não contém mais que 5 minutos de diálogo realmente relevante ao inquérito que causou sua divulgação, fica clara a intenção da Corte: expor ao ridículo a administração federal. Nas quase duas horas, é notável o semblante grave de Sérgio Moro durante toda a reunião, até abandoná-la na hora 01h36 do vídeo . Foi como se estivesse querendo presidir uma audiência de instrução, em sua vara criminal de Curitiba, e os presentes não lhe reconhecessem a autoridade. Ora, naquele local ficou clara a harmonia de trabalho en...

Idosos e jovens: em campos opostos?

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O COVID19 está obrigando o mundo a fazer um teste de humanidade . O vírus é chamado de Boomer Killer  ou Boomer Remover , pois vitima sobretudo quem tem mais de 60 anos (geração conhecida como Baby Boomers ). Há vários e belíssimos exemplos de dedicação ao próximo dados por pessoas generosas, como enfermeiros e médicos aposentados se apresentando para ajudar em centros de saúde e asilos, aliando-se àqueles que não estão dando conta da crise sanitária originária na China. Fazem-no a despeito de se sujeitarem a altas cargas virais nos hospitais, que se sabe constituem fatores críticos de letalidade da doença. Estes possuem consciência de que a vida só tem significado se ajudamos ao próximo, já que é a única forma de também sermos ajudados. Essas pessoas desconhecem o egoísmo quando se trata de uma situação de emergência. Por outro lado, alguns países e líderes têm demonstrado falta de humanidade. Ditaduras e políticos eleitos não se solidarizam com vítimas, sobretudo as vulneráve...

Corrupção 1 X 0 Brasil

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O pedido de demissão do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, é um tiro no pé do governo Bolsonaro. Demonstra que os compromissos mais caros assumidos perante aliados são comparáveis a areias movediças. Fiador da moralidade na administração pública, sobretudo no combate ao crime organizado e à corrupção , Sérgio Moro tinha 22 anos de carreira impecável de magistrado quando confiou nas palavras do candidato a presidente que viria a ganhar as eleições em 2018. Ao aceitar renunciar a tantos anos honrados como juiz, combatendo o crime, Moro deu demonstração de integridade e capital de credibilidade. O momento eleitoral de 2018, no país, era totalmente atípico e de absoluta divisão. De um lado, havia os corruptos do PT, que destruíram a ética e a economia do país enquanto ditavam políticas públicas populistas para comprarem votos, como a expansão e eternização do Bolsa Família. Qualquer ação eventualmente positiva daqueles governos não parecia mais compensar a crise ética que se abateu sob...