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Mostrando postagens de agosto 11, 2013

Polarização e livres idéias

A política é a arte da negociação, da concessão. A boa política significa esse exercício, mas com objetividade.  Males menores justificam-se, para atingirem-se bens maiores. A coletividade é beneficiada, portanto alguns sacrifícios pontuais tornam-se necessários. A teoria política versa sobre isso, e há autores interessantes que discorrem sobre não apenas essa característica humana, essa ciência, mas sobre o que constitui em verdadeira "arte", dada à sua complexidade e milhares de variáveis. Quando a política é feita tendo em mente o bem coletivo, geralmente é boa. Quando o benefício é individual, geralmente trata-se de péssima política, mas é bastante comum, como sabemos. A democracia é um bom veículo para o exercício da política. Ela permite que seja dada voz a todos os integrantes da sociedade. A ditadura , o autoritarismo , consistem em massacrar, desmoralizar ou tornar ilegal qualquer oposição ou discordância da opinião dos governantes. Em um regime assim, falseado

Giro Global

Antes era semanal, mas agora será eventual e de acordo com a oportunidade e pertinência. É um horror o que está acontecendo no Egito. A Irmandade Muçulmana queria subverter a ordem daquele país, estava impregnando a sociedade laica com valores fundamentalistas, perdendo apoio e colocando em risco vários avanços sociais. Isso serviria para ela perder o poder, mas essa violência toda... Os militares têm forte poder nesses países de maioria muçulmana (Turquia e Paquistão idem). Eles acabam garantindo uma certa estabilidade política e institucional, sendo guardiães da ordem, que poderia descambar totalmente caso a democracia fosse plena. O exemplo que Morsi deu é que usa a democracia para tomar o poder e aí, então, alterar as regras do jogo (como mudou a Constituição do seu país) para perpetuar o poder e, no Egito, alterar fundamentalmente a organização social, impondo a lei religiosa. Inevitável fazermos um paralelo com o Brasil, onde o PT tomou o poder pelo voto, mas insiste em

Mensagem póstuma à indústria nacional

O título acima poderia também ser: "Como se faz um lobby de sucesso." Sabemos que a desindustrialização brasileira tem acontecido de forma gradual e contínua, não podendo ser revertida. Sabemos que a indústria não apenas dá emprego. Ela permite investimentos em P&D, forma profissionais, forma capital para novos investimentos, cria uma elite empreendedora, enfim, possibilita o crescimento intelectual, social e econômico de uma nação. O governo federal pouco fez para reverter a situação da indústria nacional. O Congresso também. As intervenções pontuais como redução de IPI de carros (feitos, diga-se bem, por multinacionais que ao estarem no Brasil recebem privilégios, em contraponto aos importados), aumento radical no imposto de importação dos mesmos carros, zero IPI na Linha Branca, e tantas outras iniciativas pontuais ajudaram, deram um refresco, não significando reversão fundamental do cenário. Essa reversão viria da reforma fiscal e trabalhista, mas isso implica e

Leis burras, juízes inteligentes?

Na esteira das considerações sobre a generosidade com dinheiro alheio, muito comum ao Poder Executivo, o assunto hoje transborda aos demais poderes. Vamos à notícia, do Estado de Minas de hoje , para depois um breve comentário: As companhias aéreas terão de reservar pelo menos duas poltronas nas aeronaves para deficientes com renda familiar per capita de até um salário mínimo. A decisão unânime saiu na tarde de ontem, em julgamento na Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. O processo envolve uma ação civil pública específica contra a Gol , mas a sentença alcança todas as empresas do setor . Eventuais recursos não suspendem os efeitos da medida, já em vigor. Em 1994, a Lei nº 8.889 concedeu passe livre no sistema de transporte público coletivo interestadual aos deficientes “comprovadamente carentes”. Sete anos depois, uma portaria interministerial detalhou que a concessão do benefício abrangeria os modais rodoviário, ferroviário e aquaviário . Após ser i

O que é o bem público?

Recebendo uma visita querida nesse fim de semana, diante dos inúmeros parques e praças públicas de Montreal, bem cuidados, refletimos sobre o que vem a ser o bem público. Minha visitante brasileira comentou que, no Brasil, o público é aquilo que " não é de ninguém ". Ou seja, parece que numa praça pública cada um faz o que quer, no emprego público também, pois o dinheiro "não é de ninguém". Assim, a administração pública reflete esse valor impregnado na sociedade. Parece que falta um aviso, um modo didático de dizer que existe outra forma de ver e lidar com as coisas públicas. Parece que ninguém imagina o benefício de uma nova forma de lidar com o que é público, do bom que isso gera à coletividade. O brasileiro é gregário, gosta de integrar um grupo, uma igreja, uma escola de samba. Nesse ponto vê o bem de todos, mas do ponto de vista público, ignora o conceito por completo. Nossa impressão, ao passear pelos parques da Belle Province, foi que o que é público é