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Mostrando postagens com o rótulo Justiça

Construindo elites

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Antigo ditado já dizia: " cercar-se de anões não te faz um gigante ". Na sequência desse ditado, diz-se ainda que " somos a média das 5 pessoas com quem mais convivemos " . É muito importante sabermos escolher com quem convivemos, pois ainda há o velho adágio " diga-me com quem andas, e te direi quem és ". O mesmo deve ser  aplicado a gestores, públicos e privados. Se tenho um problema de saúde, buscarei tratar-me com um especialista, médico que tratou diversas pessoas com o mesmo problema. Essa conclusão parece óbvia: busca-se o melhor tratamento por quem conhece a moléstia na prática e certamente a estudou e a estuda, mantendo-se atualizado. Acredito que buscar tratar-se com alguém que apenas estudou um assunto, com altíssimas notas acadêmicas, mas que jamais teve prática, jamais conviveu com pessoas que sofrem da moléstia que precisa ser tratada, não seria a preferência de pessoas razoavelmente conscientes de que mérito suplanta em muito a formação acad...

Fake News

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 A venda da verdade absoluta, anunciar o poder da revelação, de enxergar o que os outros não enxergam e assim tornarem-se relevantes sempre foi uma tentação aos oportunistas e desonestos, bem como aos parasitas de regimes políticos ilegítimos. Ouvi falar em Fake News , pela primeira vez, durante a campanha de Donald J. Trump à Casa Branca em 2016.  Eu já nutria desconfiança em relação às notícias publicadas em jornais, sobretudo porque tive uma passagem de vida perto dos holofotes e de personalidades públicas em minha infância e adolescência. Na minha Belo Horizonte natal, eu sabia que, por detrás das fotos e notícias de jornal, havia realidades muito diferentes, muitas tragédias escondidas sob sorrisos e anúncios falsos. Isso foi transposto à mídia social e o fake , o mentiroso, ainda persiste, projetando miragens distanciadas da realidade, mentiras criadas especialmente para destruírem reputações, prejudicar pessoas, falsear eleições, limitar idéias e, sobretudo, parasitar o...

A democracia-ditadura: o poder sem representação

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É muito interessante - e preocupante - observar o que está acontecendo no Brasil . Onde havia instituições dedicadas à administração da Justiça , vêem-se tribunais da Inquisição e enormes recursos dedicados à vingança e à perseguição a todos os que representam o dissenso.  Nenhuma maquiagem de "legalidade" das ações judiciais denunciadas por mídias alternativas serve para esconder sua ilegitimidade e seu caráter absolutista, ditatorial. Qual seria a razão de a balança ser o símbolo da Justiça ? Ora, a real justiça é feita por sábios que se informam, ponderam e tomam decisões buscando a paz social, não o estímulo ao conflito, à desarmonia. Quem busca a assistência judicial almeja o fim do conflito e um judiciário que estimula a divisão é um judiciário equivocado, falso. Por isso abomino - sempre abominei - a falácia da Justiça Social , que é um termo cunhado para justificar a Vingança travestida em Justiça . O objetivo de uma sociedade organizada é a Paz Social , não a violên...

O país esquizofrênico e o povo que vive em silos.

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O Brasil é um país curioso: laboratório de experimentos constantes que nunca se concluem. Nação em formação, jamais atinge sua maturidade. Entendo que sua instabilidade advém do fato que seu esteio social é compreendido por seres que vivem e trabalham em silos, sem compreensão do todo. Além do determinismo - de origem inclusive religiosa - gerando imobilismo social - a melhor forma de manter currais eleitorais independentemente do espectro ideológico - o país se povoa de ilhas de solidão e de prosperidade. A parábola desenhada por uma flecha lançada de qualquer aglomerado urbano viaja da epidemia ao alto luxo, experimentando o supra-sumo da heterogeneidade. Em 2018 a corda esticou. Experimentou-se a ruptura do status quo , advinda unicamente da falência inequívoca do equilíbrio das forças políticas e econômicas que dominavam o país desde a democratização, desnudadas pela Operação Lava-Jato. Note-se que o Mensalão foi abafado pelas mais altas forças políticas e judiciárias...

Aos socialmente sensíveis

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David, meu saudoso e amado tio, carinhosamente apelidado de Dodo, escolheu a profissão que tinha direta relação com suas próprias convicções políticas: a oftalmologia. Ele ajudou milhares de pessoas a enxergar. Tinha como missão fazer enxergar , independentemente de credo, cor, filiação política, gênero, etc. A ele bastava isso: ajudar os outros a verem . Detalhe: ele não desejava impingir qualquer convicção ou convencer pessoas à sua volta a verem o mundo como ele mesmo via. Com carinho, apenas convidava a todos com quem convivia, e a quem tratava, a fazerem algo muito simples: " veja, e se puder, veja bem e com amor, com arte" . Dodo nasceu em 1912, portanto antes da Revolução Russa, em uma família classificada como burguesa, à época. Como filho caçula, foi cercado de mimos e tinha confortos materiais que, em meio à população da região em que vivia, na Romênia (ainda integrante do Império Austro-Húngaro), sabia-se privilegiado. Sua (minha) família era dona de um mo...

O povo contra...

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Exagero revisional aniquila o sistema judiciário, porque a Justiça tarda e, por isso, falha. Raquel Dodge, Procuradora Geral da República Há alguns tipos de crime contra patrimônio ou honra particulares que não precisam seguir adiante, pois dependem da motivação da vítima, que "presta queixa" ou não. Há outros tipos de crime que lesam a sociedade, daí um representante do estado inicia o procedimento em sequência ao inquérito criminal, solicitando a um juiz a punição do criminoso ( a denúncia inicia o processo judicial). A engrenagem da justiça criminal vem sendo azeitada há séculos: a pena de morte foi abolida na maioria dos países, o castigo corporal e os trabalhos forçados também. A defesa da integridade física e moral dos acusados de crimes veio em um crescendo importante, pois se antes eram tratados como lixo, e quase sem direitos, os anos mais recentes visaram trazer dignidade a criminosos, por mais hediondos que tenham sido os seus atos. A questão p...