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Mostrando postagens de 2019

O país esquizofrênico e o povo que vive em silos.

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O Brasil é um país curioso: laboratório de experimentos constantes que nunca se concluem. Nação em formação, jamais atinge sua maturidade. Entendo que sua instabilidade advém do fato que seu esteio social é compreendido por seres que vivem e trabalham em silos, sem compreensão do todo. Além do determinismo - de origem inclusive religiosa - gerando imobilismo social - a melhor forma de manter currais eleitorais independentemente do espectro ideológico - o país se povoa de ilhas de solidão e de prosperidade. A parábola desenhada por uma flecha lançada de qualquer aglomerado urbano viaja da epidemia ao alto luxo, experimentando o supra-sumo da heterogeneidade. Em 2018 a corda esticou. Experimentou-se a ruptura do status quo , advinda unicamente da falência inequívoca do equilíbrio das forças políticas e econômicas que dominavam o país desde a democratização, desnudadas pela Operação Lava-Jato. Note-se que o Mensalão foi abafado pelas mais altas forças políticas e judiciárias

Uma jovem democracia sob risco.

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O Brasil tem fossos. Amplos e profundos fossos. São sociais, políticos, éticos. Quando você menos espera, andando pela rua, percorrendo corredores públicos... ops! Cai num fosso e para dele sair o esforço é imenso (e às vezes infrutífero). O país faz bons queijos. Como um bom mineiro, eu poderia dizer que o canastra é campeão universal, só que o Ementhal foi inventado pelos Suíços de Berna, com charmosos buraquinhos. Acho que se inspiraram nas instituições brasileiras... O desafio às instituições e sobretudo à democracia acontece todos os dias. São testes constantes que estressam pobres observadores como esse que escreve seu blog. A prisão em 2a instância é um tema altamente estressante. O Brasil construiu, copiando outros países mais avançados, um sistema judiciário baseado no duplo grau de jurisdição. O que quer dizer isso? Um juiz recebe uma denúncia do Ministério Público e inicia o processo judicial contra um acusado que terá ampla (às vezes infinita) defesa e direi

Desregulamentando o sistema financeiro nacional

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Várias medidas vem sendo anunciadas paulatinamente pelo atual governo brasileiro visando abrir o sistema financeiro a uma maior concorrência. A saída do mercado nacional por bancos gigantes e tradicionais como Citibank e HSBC indicam como o setor concentrou-se e tornou-se complexo para não-brasileiros. Hoje o Brasil tem 90% do seu mercado bancário concentrado em 5 bancos. Esse oligopólio é responsável pelo maior spread do planeta, já que o governo paga 5.5% ao ano de juros e esses 5 bancos conseguem cobrar mais de 300% ao ano, dependendo do tipo de transação. O fenômeno das Fintechs é importante, permitindo sobretudo pagamentos com menores custos de transação, deixando menos dinheiro no intermediário e fazendo com que recursos que saiam do devedor cheguem quase intactos ao credor final. Tendo se tornado a mercadoria mais rara e preciosa no Brasil, o dinheiro precisa ser movimentado e circular. O Ministro Paulo Guedes sabe disso e não integra o establishment bancário brasileir

Manipulando crianças

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Assisti abaixo ao teatrinho promovido pela garota-propaganda da indústria da eco-histeria. Fico preocupado com a passividade dos adultos na sala achando bonitinho uma menina de mente absolutamente conturbada tornar-se a vedete global de um movimento manipulador e mentiroso, já que o clima é algo sério demais para ser reduzido a um ou dois elementos causadores de suas mudanças. Eu tirei o som e fiquei apenas observando sua expressão facial, que é a única coisa que essa pobre menina não consegue simular. Observe por si mesmo: Os pais dessa menina deveriam ser presos por abuso infantil, mas e o medo das autoridades, das mentes pensantes, de que tal gesto os colocaria como algozes não de uma menina, de uma família, mas de toda a humanidade? Certamente tem gente lucrando fortunas com o movimento cujo poster é uma criança, mas criticá-los, sobretudo abertamente, seria uma heresia, desafiaria a seita cujos membros, anônimos, adoram surfar no mainstream mediatizado. A pobre Gret

Estado ou não-estado. Seria essa a questão?

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O recente debate francês sobre as queimadas brasileiras nessa época do ano não constitui novidade, mas a virulência dos comentários de alguns líderes européus é inédita. Ele se deve à presidência do país estar nas mãos de um não-progressista como Bolsonaro, que não fica bem na foto dos politicamente corretos, descompromissados com a realidade de seus países (ou como diria Milton Nascimento, de costas para seu próprio país). A resposta veio pela via diplomática adequada: Isso é quase irrelevante diante do que há por detrás dos interesses comerciais e neocolonialistas europeus. A sabotagem que a esquerda estruturada tenta fazer contra o Brasil - e que a mídia não informa - significa desejarem o retorno do esquema corrupto arduamente combatido pelo atual governo e sobretudo o Min. da Justiça Moro. Já se sabe que muitas queimadas ilegais na Amazônia estão sendo feitas por ONGs e funcionários públicos revoltados com o corte de verbas e que precisam fazer-se relevantes. São pess

Lula e seus acólitos a desserviço do Brasil, novamente (ou seria: ainda?).

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O Brasil não é o México, mas em matéria de drama e de novela, faz tão bem quanto aquele país e seus cidadãos vivem esperando os próximos capítulos roendo as unhas. Sempre testando a estabilidade institucional, os poderes da República finalmente mostram a sua verdadeira cara nos tempos atuais. Na dança das cadeiras, quem tem sobrado em pé é o Poder Judiciário . Já era tempo! Erroneamente reputado como o poder mais confiável da República, o Judiciário é doente no Brasil. Ele não entrega a justiça a tempo, é um sugador ávido de recursos públicos e os diversos índices que lhe avaliam são sempre adversos ao contribuinte. Seu custo é o maior do mundo: Isso não significa que eu tenha qualquer coisa contra a divisão de poderes de Montesquieu e que eu entenda ser prescindível o Poder Judiciário. Sem juízes independentes e operacionais, um país se condena à tirania. O problema é a estrutura da instituição nos tempos modernos, tanto do ponto de vista tecnológico, quanto humano.

Desenterrando o Brasil

Um candidato a presidente não seria eleito se propusesse, como plataforma de campanha, a abolição da Justiça do Trabalho e a revogação da CLT, mesmo sabendo que isso teria o condão de desatar a economia brasileira. Seria apedrejado por uma boa parte da população que, ignorante, ainda acha que esses monumentos à ineficiência lhe serve para alguma coisa. Essas duas instituições são o retrato do atraso, do paternalismo, da oligarquia rural e do peleguismo sindicalista no último grau. A CLT decorre da Carta del Lavoro, instrumento populista que Mussolini utilizou para ludibriar os italianos, criar focos de poder localizados em sindicatos que serviam unicamente como manipuladores de categorias profissionais em troca de apoio governamental. A CLT, lançada por Getúlio Vargas, deu-lhe a alcunha de Pai dos Pobres, mas na realidade inferiorizou os trabalhadores, perpetuou o conflito marxista da luta de classes a cravando em pedra, servindo como âncora que paralisa o país. Já a Justiça do T

Palestinos: paz e prosperidade a salvo de líderes marginais

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Custo crer que o cidadão palestino normal queira que gerações vindouras continuem vivendo com o único objetivo de odiar seus vizinhos israelenses, ao invés de viver a vida, resgatar tradições e relacionar-se pacificamente com o mundo, incluindo seus vizinhos. Custo a crer que o palestino comum (como qualquer cidadão comum no mundo, mesmo naqueles lugares onde há problemas) ache que o genocídio do povo judeu seria algo factível ou a alternativa para sentir-se digno. Custo a crer que o palestino comum goste de suas lideranças históricas (Hamas ou Fatah), cujos líderes só entregam sofrimento e destruição, apropriando-se de dinheiro para manterem-se algozes de um povo inteiro... Durante essa semana está acontecendo uma conferência no Bahrein promovida pelos EUA para investir uma fortuna absurda ( 50 Bilhões de Dólares ) nos palestinos. A idéia é promover a inserção palestina ao mundo por meio da paz. As tais "lideranças" palestinas, claro, estão boicotando tudo do começ

Sócio do estado: ao invés do Plea Bargain, melhor seria ter um programa de denúncias remuneradas

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Os Estados Unidos implantaram um programa de denúncia remunerada após a crise de 2008, por meio da Lei Dodd-Frank, conhecido como Whistleblower Program ( Programa do Apitador ). As autoridades, sabedoras dos desvios e das fraudes, mas sem recursos para grandes investigações e tentando obter provas junto a fraudadores sofisticados e bem aconselhados, ao invés de procurarem agulha no palheiro encontraram uma solução: cidadãos corretos denunciarem atos fraudulentos que vêem à sua volta. Ao estabelecer um canal em que o denunciante recebe estímulo financeiro para denunciar fraudes, os Estados Unidos passaram a recuperar fortunas em impostos sonegados e dinheiro furtado. Segundo o Relatório de 2018 da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) já foram detectados mais de 1,7 bilhões de dólares em desvios financeiros e conseguiu-se devolver a investidores lesados um valor equivalente a 452 milhões de dólares . Os (59) denunciantes receberam prêmios de 326 milhões de dólares  pe

Aposentados, dignidade e crise financeira

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Finalmente, a discussão sobre as altas aposentadorias públicas e fraudes conexas vem a público. Esse assunto consiste no maior problema brasileiro, em minha visão, já que trata não apenas de uma urgência financeira, mas sobretudo moral. Permitir com que uma grande parte dos aposentados públicos formem uma casta que recebe muito acima dos aposentados do setor privado, tendo equivalência a funcionários da ativa, me remete à corte de Luiz XIV, à Revolução Francesa, em que a nobreza foi decapitada para o bem geral francês. Não proponho, obviamente, que grandes beneficiários de aposentadorias do setor público - estaduais e federais - sejam decapitados ou sofram qualquer punição física. A noção básica de justiça exige moralidade na apropriação dos tributos para pagamento de aposentados e ao invés de punição, almejo respeito aos brasileiros que trabalham para bancar uma casta privilegiada em pleno século 21. Esses aposentados especiais tem nome e sobrenome. Eles não capitalizaram o s

Sai Romanée Conti, entra BIC

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Assim como milhões de brasileiros residentes ou não no Brasil, assisti à posse do novo Presidente da República, o capitão reformado Jair Bolsonaro, e seu Vice-Presidente, Hamilton Mourão (general aposentado). Após ter cumprido meu dever cívico, fiquei contente ao ouvir os discursos da Primeira-Dama e do Presidente, bem como pelo desenrolar da cerimônia, com as posses dos membros de uma equipe unida e com firmeza de propósito. Foi uma manifestação no melhor estilo de uma democracia jovem, ameaçada pelas mais diversas forças políticas radicais, sobretudo as de esquerda que, hoje sabemos bem, alinham-se a tiranos como Maduro e Aiatolás iranianos visando dominar miseráveis. Algo muito emblemático chamou-me a atenção: a caneta  BIC com a qual os atos formais foram assinados. Nada de Mont Blanc , canetas de ouro ou jóias. A despeito do Rolls Royce démodé, que deveria ter sido transferido ao Museu da República há décadas, a simplicidade e a informalidade das manifestações e vest