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Mostrando postagens com o rótulo Sérgio Moro

Verdades, inabilidade e varas curtas

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Para quem teve a paciência de assistir ao desnecessário espetáculo promovido pelo Supremo Tribunal Federal, que autorizou a publicidade da integralidade da reunião ministerial de 22 de abril, peça fundamental do inquérito provocado pelo ex-Ministro Sérgio Moro, constatará o nível do abuso de intervenção no Poder Executivo brasileiro promovido por um STF que se transformou em palanque político e certamente promotor de grave instabilidade institucional. Ao divulgar um vídeo que não contém mais que 5 minutos de diálogo realmente relevante ao inquérito que causou sua divulgação, fica clara a intenção da Corte: expor ao ridículo a administração federal. Nas quase duas horas, é notável o semblante grave de Sérgio Moro durante toda a reunião, até abandoná-la na hora 01h36 do vídeo . Foi como se estivesse querendo presidir uma audiência de instrução, em sua vara criminal de Curitiba, e os presentes não lhe reconhecessem a autoridade. Ora, naquele local ficou clara a harmonia de trabalho en...

Corrupção 1 X 0 Brasil

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O pedido de demissão do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, é um tiro no pé do governo Bolsonaro. Demonstra que os compromissos mais caros assumidos perante aliados são comparáveis a areias movediças. Fiador da moralidade na administração pública, sobretudo no combate ao crime organizado e à corrupção , Sérgio Moro tinha 22 anos de carreira impecável de magistrado quando confiou nas palavras do candidato a presidente que viria a ganhar as eleições em 2018. Ao aceitar renunciar a tantos anos honrados como juiz, combatendo o crime, Moro deu demonstração de integridade e capital de credibilidade. O momento eleitoral de 2018, no país, era totalmente atípico e de absoluta divisão. De um lado, havia os corruptos do PT, que destruíram a ética e a economia do país enquanto ditavam políticas públicas populistas para comprarem votos, como a expansão e eternização do Bolsa Família. Qualquer ação eventualmente positiva daqueles governos não parecia mais compensar a crise ética que se abateu sob...

O país esquizofrênico e o povo que vive em silos.

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O Brasil é um país curioso: laboratório de experimentos constantes que nunca se concluem. Nação em formação, jamais atinge sua maturidade. Entendo que sua instabilidade advém do fato que seu esteio social é compreendido por seres que vivem e trabalham em silos, sem compreensão do todo. Além do determinismo - de origem inclusive religiosa - gerando imobilismo social - a melhor forma de manter currais eleitorais independentemente do espectro ideológico - o país se povoa de ilhas de solidão e de prosperidade. A parábola desenhada por uma flecha lançada de qualquer aglomerado urbano viaja da epidemia ao alto luxo, experimentando o supra-sumo da heterogeneidade. Em 2018 a corda esticou. Experimentou-se a ruptura do status quo , advinda unicamente da falência inequívoca do equilíbrio das forças políticas e econômicas que dominavam o país desde a democratização, desnudadas pela Operação Lava-Jato. Note-se que o Mensalão foi abafado pelas mais altas forças políticas e judiciárias...