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Mostrando postagens com o rótulo Ditadura

La soberanía soy jo (transcrito de A. M.)

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La Soberanía Soy Jo Por André Marsiglia (transcrito desse link ) No Egito mameluco, as orações de 6ª feira proclamadas em nome do sultão e seu nome recitado nas mesquitas, diante das pessoas, mostrava que a soberania estava com ele, era ele. O mesmo se podia dizer do monarca absolutista francês Luís 14, quando proclamou “ L’État c’est moi ”. Séculos depois, na Alemanha nazista, o princípio ainda era o mesmo: a vontade do Führer era a lei. Toda a ordem jurídica derivava dele. A soberania era o líder. Quando observamos esses fenômenos, podemos perceber um traço constante: regimes autoritários não renunciam à ideia de soberania, ao contrário, reivindicam-na como fundamento de sua legitimidade. Toda arbitrariedade se justifica em nome de proteger a soberania. Toda censura é apresentada como defesa da ordem. Toda perseguição política se disfarça de zelo patriótico. Talvez possa ser essa uma boa forma de identificar ditaduras não declaradas: quando alguém, um órgão ou poder de Estado se ...

Conversão forçada

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DAS TREVAS À LUZ Na Era das Trevas (Idade Média), a Europa havia mergulhado em crise, esfacelada após a queda do Império Romano ocidental. Insegurança, violência, fragmentação política e crise econômica levaram o continente a um período de desagregação e desconfiança. Apenas a Igreja Católica permaneceu como elemento unificador sucedendo ao defunto Império, influenciando a nobreza e os soberanos no controle social, mas com divisões e má qualidade de vida. A partir do século 11, a Europa partiu em Cruzadas visando a expulsão dos bárbaros invasores da Península Ibérica e da Terra Santa. Isso apenas serviu para aumentar ainda mais o poder papal e a mão pesada e poderosa da Igreja sobre aquele povo. À desislamização européia seguiu-se a perseguição religiosa, o antisemitismo sanguinário, impondo-se o catolicismo a ferro e fogo: fogueiras queimaram não-católicos que se recusaram a converter.  Monarcas e a Igreja Católica se fundiam, naquele período feudal. A ficção do estado ainda não ...

Censura e ditadura no Brasil, por JRG (transcrição)

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STF e governo Lula preparam-se para colocar em vigor censura mais dura que a dos militares Por J.R. Guzzo “O Brasil está prestes a se afundar no momento mais baixo jamais vivido pela liberdade de expressão em toda a sua história. O STF e o governo Lula, em parceria fechada, preparam-se para colocar em vigor um sistema de censura mais extenso, pervertido e violento de tudo o que já se fez neste país para impedir que o público diga, leia e ouça o que o Estado não quer que seja dito, lido e ouvido. É disso que se trata, e exclusivamente disso. Todo o resto é um oceano de mentiras, de hipocrisia e de trapaça com os fatos. O período mais infame de censura que o Brasil já sofreu até agora foi o da ditadura militar encerrada 45 anos atrás. Este jornal, naqueles dias de treva, foi um dos mais agredidos pela violência do estado policial então em vigor. O atual regime STF-Lula pretende fazer pior. A censura dos militares visava apenas os jornalistas. A censura que querem agora se destina a cal...

Metacognição e assuntos de estado

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  A violência sempre foi a arma dos ignorantes. A ausência de raciocínio e informação, a incapacidade de elaborar argumentos lógicos e bem-fundamentados induzem ao recurso à força, pois o agente ignorante é incapaz de convencer pacificamente. O uso de palavrões, já dizia minha professora de português no secundário, é sinal de pobreza de vocabulário, despreparo e pouco estudo. Em 1999, a dupla de psicólogos David Dunning e Justin Kruger realizou testes envolvendo gramática, lógica e humor. O padrão identificado foi revelador: os que obtinham as piores avaliações eram justamente os que mais superestimavam suas próprias capacidades, enquanto aqueles com as melhores avaliações frequentemente se subestimavam. A autoavaliação dos voluntários comprovou um fenômeno muito comum: a dissonância entre realidade e autoimagem. O estudo acabou batizado como Efeito Dunning-Kruger, abordando o viés cognitivo com o qual nos enxergamos no mundo. No meio educacional, é comum cruzarmos com alunos...

Indignação e paisagens

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Conciliarem-se interesses exige ciência e paciência, a moderação sendo uma qualidade esperada de gente madura, independentemente da idade. Há loucos e amorais idosos (os famosos "velhacos"), enquanto há jovens que parecem ser a reencarnação de antigos filósofos ou de Buddha... A cada dia que passa, convenço-me que o tempo não cura muitas coisas. Conciliar pessoas, idéias e interesses não significa, entretanto, anulação. Sem estrutura, sem fundação, nada é construído e a conciliação sem considerar todos os ângulos expostos e partes envolvidas não poderia ser assim chamada, pois se trataria de submissão. Finalmente, amadurece o uso das mídias sociais, que vitimaram gravemente a geração nascida em meados dos anos 1990. Tal geração saiu de um paradigma histórico humano real e tangível diretamente ao virtual, sem qualquer guia ou manual de uso aos pais ou tutores. A geração Z , ou pós-milênio , foi criada, testada e "programada" sob a violência nua e crua de um mecanismo...

Meu amigo (imaginário) e os abusos de poder no STF

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Quando cruzo pessoas na rua com seus airpods ou outras engenhocas auriculares falando (sozinhas), lembro-me do tempo em que apenas os loucos faziam isso, aparentemente . Com a modernidade da inteligência artificial, passei a ter um amigo imaginário com quem converso todos os dias, trocando idéias sobre passado, atualidades, pesquisando e opinando... esse amigo se chama ChatGPT que tanta gente tem usado (poucos admitindo-o). Com a celeuma criada em torno dos evidentes abusos de autoridade de certo personagem da cena judiciária brasileira, fiz algumas perguntas que desejo compartilhar com meu fiel público leitor. Primeira pergunta: já teve impeachment de algum alto magistrado no Brasil? Resposta: Não há precedentes de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) na história do Brasil. Embora o impeachment de ministros do STF seja legalmente previsto na Constituição Federal de 1988, nunca foi concretizado. A Constituição estabelece que ministros do STF podem ser responsab...

Criminalizar a oposição: eficaz onde instituições são aparelhadas, não funcionando para a função concebida.

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Uma das marcas da ditadura é o arbítrio . Já a violência dos regimes fortes vem em diversos formatos e expressões.  A violência física, tão denunciada pelas esquerdas quando falam de governos latino-americanos de direita das décadas de 1960 e 1970, é apenas uma das suas formas (ainda assim muito menos letais que Stálin, Mao, Castro e Pol-Pot, para citar apenas alguns ditadores comunistas).  Há a violência psicológica, a ideológica (famoso "cancelamento"), midiática, profissional, há ainda censura...e há a grotesca  punição coletiva , como a pobreza generalizada produzida por seus líderes na Venezuela (cujos cidadãos fogem em milhões para países vizinhos, inclusive o Brasil) e na Argentina . O arbítrio não significa que inexistam sistemas legais.  A Alemanha nazista era legalista , mas nem por isso a arbitrariedade deixava de existir. Pelo contrário! O arbítrio deixa a lei tornar-se cada vez mais rigorosa, pois ela transforma-se em espada longa e difusa: persegue, fe...

Quem apóia a ditadura

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A idéia da ditadura judicial é um assunto antigo, que vem se desenvolvendo sob roupagem moderna. Alertas tem sido feitos há vários anos. Artigo seminal de 1997 deu a grita e você poderá lê-lo clicando aqui . Em vários países, o fim da democracia  perpetrado pelos seus próprios juízes tem sido denunciado, infelizmente caindo majoritariamente em ouvidos surdos: Nessa esteira, reproduzo artigo de um dos poucos jornalistas que ainda permanecem independentes e lúcidos no Patropi. O artigo pode ser lido aqui no original ou como abaixo transcrito. J. R. Guzzo 09/12/2022 - 11:26 QUEM APOIA A DITADURA A realidade é que Alexandre de Moraes e seus colegas não tiveram, em nenhum momento, a menor objeção dos militares para tomar qualquer medida que  tomaram, uma vez que são  impostas a algum país, não costumam ser biodegradáveis, nem passíveis de reciclagem. Não se tornam mais suaves,  racionais ou justas com o passar do tempo, nem se transformam em outro material. Nunca recuam, ...

Federalismo, enfim

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     A pandemia está demonstrando, de forma inequívoca, o quão importante são as fronteiras. Estivemos acostumados a viajar rapidamente, por longas distâncias, até recentemente, sem nos preocuparmos muito com aspectos políticos ou sanitários. Vivemos em um país cujas leis são válidas homogeneamente em todo o território, apesar de reconhecermos as imensas diferenças regionais que vão muito além do sotaque, do tempero ou do clima. Chamamos o Brasil de uma República Federativa, mas temos pouca noção do que isso realmente significa.                  Nem sempre foi assim. A memória nacional, ainda que amarelada, nos remete ao tempo em que os estados tinham presidentes e grande autonomia política, fiscal e até mesmo militar. Getúlio Vargas deu o primeiro golpe institucional nesse sentido, concentrando poderes e desmontando a independência dos estados. Vargas inaugurou o início irreversível do distanciamento entre mandatário público e...