Criminalizar a oposição: eficaz onde instituições são aparelhadas, não funcionando para a função concebida.

Uma das marcas da ditadura é o arbítrio.

Já a violência dos regimes fortes vem em diversos formatos e expressões. 

A violência física, tão denunciada pelas esquerdas quando falam de governos latino-americanos de direita das décadas de 1960 e 1970, é apenas uma das suas formas (ainda assim muito menos letais que Stálin, Mao, Castro e Pol-Pot, para citar apenas alguns ditadores comunistas). 

Há a violência psicológica, a ideológica (famoso "cancelamento"), midiática, profissional, há ainda censura...e há a grotesca punição coletiva, como a pobreza generalizada produzida por seus líderes na Venezuela (cujos cidadãos fogem em milhões para países vizinhos, inclusive o Brasil) e na Argentina.

O arbítrio não significa que inexistam sistemas legais. 

A Alemanha nazista era legalista, mas nem por isso a arbitrariedade deixava de existir. Pelo contrário!

O arbítrio deixa a lei tornar-se cada vez mais rigorosa, pois ela transforma-se em espada longa e difusa: persegue, fere e pune os inimigos do "regime", sob aplausos dos apoiadores-parasitas ou dos apenas idiotas-úteis

Aos amigos dos poderosos, tudo é permitido em ditaduras.

Como vários países da América Latina já fizeram, o Brasil convive com crescente arbítrio desde que foi (definitivamente?) enterrada a temida (pelos alvos da mesma) Operação Lava-Toga

Esta denunciaria malfeitos e malfeitores do Poder Judiciário, que sofre distúrbio de personalidade em que luminares iluminados insistem não ser possível estar tal braço estatal contaminado pela corrupção que grassa todos os outros poderes. Faxina nos tribunais dos togados parece ser palavra ou ato proibido.

O arbítrio faz com que suspeitos virem criminosos, quando inimigos do regime.

Faz também com que criminosos virem suspeitos e, posteriormente, sejam descondenados, ações trancadas causem prescrição de penas ou opere-se a decadência do direito de processar e punir.

Em breve, a opinião será aprisionada, com leis que proíbem a contestação, a exibição de abusos, a exposição dos algozes.

E assim lêem-se, diuturnamente, nos diários (e nos noturnos), notícias de um país que caminha, a passos largos, ao abismo do arbítrio, da subjugação e da passividade.





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