Lula e a história do sindicalismo brasileiro

Na época dos escravos, um líder de revoltas, quando identificado, era submetido às mais terríveis torturas antes de ser martirizado. Escravos não tinham utilidade enquanto não absolutamente submetidos a seus mestres. O reino do terror imperava, mas alguma inteligência também era exercida por certos mestres e a traição de escravos por escravos é algo milenar, que integra a história humana, em troca de algum favor ou paga.

Lula compreendeu desde muito cedo como poderia ascender na vida. Inteligente e com um senso de oportunidade ímpar, além da absoluta falta de escrúpulos, apresenta as "qualidades" necessárias para se desenvolver como líder em qualquer setor vinculado à marginalidade, dentre os quais se incluem a política e o sindicalismo (como se fossem coisas distintas...).

Em São Bernardo do Campo descobriu rapidamente o sindicalismo e o poder político de estar sentado diante de quem tem poder econômico. Velhaco, entendeu também que uma coisa era a negociação por sobre a mesa, onde os olhos enxergavam e as mentes julgavam o que acontecia, outra coisa era a negociação sob a mesa ou fora dos holofotes.

E assim prosperou.

Quando presidente do Sindicato dos Metalúrgicos conseguiu projetar a imagem de um defensor dos trabalhadores. Quando chamava uma greve, divulgava estar protegendo o interesse dos metalúrgicos, enquanto ao mesmo tempo havia negociado condições interessantes de paralisação da linha de montagem junto aos patrões. Tais paralisações por greve configurariam, nos contratos das montadoras com bancos, fornecedores e mesmo o governo - para diferirem recolhimento de impostos - eventos de "força maior", fazendo capirinha de limões. Lula, portanto, tornou-se um exímio maestro de uma orquestra que, na aparência indicava o conflito entre capital e trabalho, mas que na realidade era apenas política da qual ele, seu grupo de líderes sindicais e os patrões eram os grandes beneficiários.

(Em seu governo e de sua criatura - Dilma - as montadoras continuam sendo as maiores beneficiárias de políticas exclusivas e excepcionais, ladeadas pelas enormes empreiteiras e bancos...)

E aquilo acontecia na década de 80... quando a tortura e o regime de exceção esvaneciam... Antes disso, Lula havia se implicado em conflitos, mas foi alertado por colegas mais experientes e patrões que isso poderia lhe custar a vida, como havia acontecido com escravos na era que descrevi, ou a guerrilheiros contemporâneos seus. O melhor seria ele melhorar suas qualidades de ator, ao invés de ficar com bobagens denominadas também de "convicções" (se é que ele já teve alguma um dia).

Assim, os poderosos deixariam Lula continuar "sua luta": aparecer, gritar encima de carros de som e palanques (sua "tara maior"), enquanto seus interesses eram contemplados num teatro grotesco onde poucos - apenas os mais próximos - teriam idéia exata do que estava realmente ocorrendo.

Ex-dirigente de uma montadora chegou a declarar, em entrevista, que Lula era muito útil, pois ambos combinavam greves em momentos específicos gerando dividendos a ambos os lados do balcão e Lula, assim, ia realizando seu sonho de ascensão...não é por acaso que os interesses permanecem intrínsecos até hoje.

Ainda nessa década, Lula iniciou seus entendimentos com a Andrade Gutierrez, como pode se ver nessa reportagem. Sua filha foi bancada por duas décadas (muito antes de ele pensar em candidatar-se a presidente) em Paris pela Andrade Gutierrez, empresa que floresceu nos governos petistas tanto para transferir tecnologia para fazer falcatruas quanto para patrocinar campanhas e enriquecer seus acionistas, lesando a coletividade.

O melhor exemplo do cinismo e mau-caratismo de Lula, revelando sua face real de aliança com parasitas do Brasil, travestidos de empresários - e que vários esquerdistas não admitem ou sequer ousam olhar - está nos gráficos abaixo:





Os dois gráficos acima são a demonstração do que o jovem pernambucano faria desde que migrou do Nordeste para São Paulo, onde queria enriquecer e reproduzir a estrutura dos coronéis que lhe condenaram ao exílio em uma terra onde jamais prosperaria além da enxada.

Não se pode dizer que ele não teve êxito. Pelo contrário. É um homem de absoluto e inconteste sucesso.

Seu único erro crasso foi colocar um títere incapaz e obtuso em seu lugar, que acabou por enterrar os sonhos de Reich milenar do PT.

Lula aderiu ao jogo perfeitamente, não criando novas regras, não trazendo evolução social ao Brasil, nem lembrando da coletividade, da qual apenas usa e abusa. Ao contrário, como eu já disse em vários posts - aliás, nada muito novo, posto que cantado em verso e prosa por diversos articulistas Brasil e mundo afora - Lula e seu séquito usam um discurso de "outro lado da moeda", quando na verdade são o retrato do atraso nacional.

Ocorre que a academia, "intelectuais" e tantos outros bobos-úteis que ainda insistem em não ligar A a B, enterrando suas cabeças na areia, não querem ver quem realmente é Lula, quais seus interesses, seus métodos e o resultado de seu "trabalho"...




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