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Sai Ford, já estão Mahindra, Valtra e Foton. Agora sim, a realidade.

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Nostálgicos estão sofrendo diante do anúncio do encerramento da produção da Ford Motor Company no Brasil, presente há um século no país quando se implantou para vender seus modelos T e posteriormente produzir automóveis numa época de baixa competivididade. A Ford integrou um grande lobby para destruir - com pleno êxito - as ferrovias que uniam o país, aliando-se a políticos venais e sem visão. O resultado é desastroso num país agrícola que depende de caminhão para escoar a produção. A discussão politizada informa que a Ford sai porque o governo federal atual é incompetente e está afundando o país, assim espantando investimentos. Ledo engano, pois montadoras de países emergentes como Foton e Valtra acreditam no país com seus produtos totalmente adequados ao mercado tupiniquim. Além disso, a régua da competitividade é igual para todo mundo... resta entender o diferencial de quem fica e de quem vai embora. Diferentemente dos produtos concebidos pelo e para o primeiro mundo, piorados para ...

Federalismo, enfim

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     A pandemia está demonstrando, de forma inequívoca, o quão importante são as fronteiras. Estivemos acostumados a viajar rapidamente, por longas distâncias, até recentemente, sem nos preocuparmos muito com aspectos políticos ou sanitários. Vivemos em um país cujas leis são válidas homogeneamente em todo o território, apesar de reconhecermos as imensas diferenças regionais que vão muito além do sotaque, do tempero ou do clima. Chamamos o Brasil de uma República Federativa, mas temos pouca noção do que isso realmente significa.                  Nem sempre foi assim. A memória nacional, ainda que amarelada, nos remete ao tempo em que os estados tinham presidentes e grande autonomia política, fiscal e até mesmo militar. Getúlio Vargas deu o primeiro golpe institucional nesse sentido, concentrando poderes e desmontando a independência dos estados. Vargas inaugurou o início irreversível do distanciamento entre mandatário público e...

Brasilianistas e bobagens fundamentais

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Tenho lido vários jornais brasileiros, especialmente o Estadão, trazer opiniões de diretores de institutos de pesquisa estrangeiros focados no Brasil. São todos gringos que estudam, comparam o Brasil com outros países, alguns viveram um pouco ou ficam viajando ao Brasil. Eles se esforçam para traduzir o que é o país, de forma generalizada e maniqueísta (obviamente pela limitação de seu contato com o país, no tempo e grupos frequentados) a outros gringos. Conheço vários brasilianistas e acho seu trabalho extremamente útil, só que usar esse pessoal para emitir opinião sobre o que está acontecendo e vai acontecer no Brasil, me parece o fim da picada editorial. No país administrado a milhares de km da população - Brasília é um erro e a concentração de poderes lá é um absurdo gerencial - a distância entre demanda e gente com poder para agir já é desastrosa. Municípios e estados deveriam, num novo Pacto Federativo, assumir responsabilidade sobre suas populações (política e economicam...