Demência ou mau-caratismo?

Três gerações atrás, alguns maridos inescrupulosos - diante da ausência da lei do divórcio no Brasil e para evitarem a dilapidação do patrimônio por meio de uma separação matrimonial - conseguiam criminosamente laudos psiquiátricos alegando insanidade da própria esposa, internando-a em instituição mental.

Esse absurdo bem documentado na literatura médica e social brasileira comprovou abusos. Certamente não era a regra, mas em virtude da injustiça amplificada por meios de comunicação, um movimento político (incentivado por boa parcela da classe dos psicólogos e radicais dos partidos de esquerda) acabou por culminar na Lei nº 10.216/2001 (Lei Paulo Delgado), priorizando o cuidado de doentes mentais em liberdade, via Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).

Daí para declarar bandidos como doentes mentais foi um salto fácil, permitindo o esvaziamento de cadeias e a amálgama entre criminosos e doentes mentais, como se fossem a mesma coisa e merecessem atenção e cuidado iguais, ao invés de condenar-se o criminoso, assassino, pedófilo, estuprador, ao encarceramento e isolamento da sociedade, protegendo a coletividade desses monstros.

Já estando em uma idade em que vários próximos, um pouco mais velhos, ao meu redor, passam a sofrer de distúrbios cognitivos, inclusive Mal de Alzheimer, acho interessante distinguir entre loucos e más pessoas. Vejo a necessidade disso sobretudo porque é normal ouvir que um sujeito age ou está assim porque o problema dele é mental... e não de caráter...



Isso tem me remetido, em especial, à classe política brasileira e, sobretudo, à junta no poder que atualmente comanda o país com mão de ferro e uma caneta generosa, bancada pelo sangue do contribuinte (esmagado progressivamente com aumentos de carga tributária como nunca antes na história do país).

Vou além: vou à crise de moralidade, governança e liderança que impera no Brasil, capitaneada por ninguém menos que o pelego corrupto antisemita, livrado da prisão por seus amigos no crime, togados, cujo nome não preciso mencionar (já que me dá asco).

Vejo jornalistas dizendo que o corrupto-mor está demente. Que seus comparsas que lhe orientam, sobretudo os treinados em Cuba, exilados e poupados pelo regime militar tupiniquim, também seriam doentes mentais. Isso visa poupar-lhes da constatação de (continuarem a) serem apenas bandidos que destróem e usurpam tudo por onde passam, mas que habilmente e diante da passividade de gente de bem conseguiram angariar meios suficientes para distorcerem todas as instituições, que aparelhadas passaram a servir a seus objetivos maléficos sob os métodos mais escusos.

O bandido, aquele que a sociedade optava (e ainda opta, quando minimamente ouvida) por isolar do convívio geral pelo enorme dano causado (mediato e imediato), passou a ser o protagonista político e, insensatamente, romantizado academicamente.

Na toada da inversão total de valores, o teatro oferecido essa semana na Assembléia Geral das Nações Unidas primou por ser uma aula magna da perversão.

Várias nações ocidentais atualmente lideradas por progressistas que sonham em destruir o modo de vida e a prosperidade global conquistados após a segunda grande guerra, nesse quesito unidos a ditaduras sanguinárias - sob regimes religiosos - uniram-se contra Israel, recompensando o sadismo islâmico com o reconhecimento do estado da Palestina (seja lá o que isso signifique, já que nenhum requisito legal foi atingido).

Se examinadas as regras européias para reconhecimento de nações, o que alguns ativistas europeus fizeram - travestidos de líderes nacionais - foi sucumbirem à ameaça de violência, ao terror, demonstrando não apenas covardia, mas desrespeito às regras que seus países juraram respeitar.

O artigo 2.º do Tratado da União Europeia estabelece os valores fundamentais que sustentam a UE, quais sejam: dignidade humana, liberdade, democracia, igualdade, estado de direito e respeito pelos direitos humanos, com ênfase nos direitos das minorias.

Esses princípios fundaram a UE e regem os Estados-Membros (e obviamente os líderes nacionais), que se obrigaram a promover uma sociedade baseada em pluralismo, não discriminação, tolerância, justiça, solidariedade e igualdade de gênero.

Esses valores orientam as políticas internas e externas da UE, servindo como critério para adesão de novos membros (junto com os Critérios de Copenhague) e para ações em casos de violações graves (artigo 7.º do Tratado da União Européia). Não deveriam ser requisitos para considerarem a criação de novos "estados"?

Ora, não há nada disso na tal Palestina, que insistem ainda em dizer existir... em seu delírio que, ainda que coletivo, continua delirante.

Todos, invariavelmente, possuem absoluta consciência das bestialidades cometidas em 7 de outubro de 2023 contra israelenses e visitantes de Israel. Todos deveriam revisitar esse site para se lembrarem. O intento genocida palestino está presente e vivo.

Até tal data, em Gaza havia gozo de enorme liberdade, mas não se construíram bunkers de proteção anti-aérea (já que sabe-se jamais seriam atacados espontaneamente no enclave se focassem em prosperar e conviverem com vizinhos). Pelo contrário, da infraestrutura construída foram edificadas centenas de quilômetros de túneis para servir à missão palestina primordial: atacar Israel, matar o maior número de civis possível e tornar inviável a vida judaica no Oriente Médio (já erradicada dos mais de 40 países islâmicos da região e Ásia).

O mais incrível é que os defensores da tal Palestina falam em Direito Internacional, quando na verdade reciclam seus discursos antisemitas tentando dar-lhes ares de legalidade, criando cortina de fumaça para seu intento genocida visando eliminar judeus do Oriente Médio (e vários sonham com a erradição dessa minoria da face da terra).

Dementes?

Doentes?

Malfeitores?

A delegação brasileira da ONU, na semana passada, seguiu a cartilha do mau-caratismo, demonstrando não apenas o antisemitismo orgásmico do atual Palácio do Planalto e do Itamaraty, mas o desprezo por qualquer senso de humanidade que havia inspirado, em 1945, a criação da ONU.

Isso constitui uma vergonha maior ainda para o Instituto Rio Branco, que outrora formava diplomatas brasileiros de alto calibre. O ato teatral na AG da ONU (saída quando da alocução do Primeiro-Ministro de Israel) comprova como as relações internacionais brasileiras foram jogadas na lata de lixo, equiparando-se às piores autocracias genocidas do mundo, um baixo nível inimaginável 20 ou 30 anos atrás.

Quando loucos e bandidos se unem, sendo não apenas liberados de prisões e manicômios, mas tomam de assalto o poder em virtude de seu insaciável fanatismo destrutivo e por poder, rasgando todas as regras possíveis - iniciando-se pela Constituição Federal - é óbvio que aqueles no espectro da normalidade ficam pasmados... até tomarem a decisão de reagirem.

Há sólidos motivos legais e políticos para impedimento do atual governo e dos membros da junta - inclusive togados - entretanto isso exige ação de gente normal. De gente - a maioria esmagadora - não fanática, ciente dos fatos e dos horrores que estão sendo cometidos por um punhado de malfeitores no poder.

A demonstração concreta advém da simples leitura do artigo 4 da Constituição Federal de 1988. Ele exige nas relações internacionais que o Brasil siga uma conduta que preza independência nacional, autodeterminação dos povos, não intervenção, igualdade entre os Estados, defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, repúdio ao terrorismo e ao racismo, pregando a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.

A neutralidade se reflete na busca por uma política externa independente, priorizando a soberania e o multilateralismo, sem submissão a blocos ideológicos.

O que se viu na ONU essa semana, pelo líder brasileiro (que todos sabemos, é um bandido liberado por comparsas) e sua vergonhosa delegação - que fantasiou-se de terrorista - foi o desprezo absoluto à lei constitucional, ao desígnio e interesse do povo brasileiro. Nenhum princípio constitucional brasileiro foi respeitado.

A desconexão entre o governo atual e os brasileiros, sua lei maior, é gritante, óbvia.

Demonstrou-se que fanáticos lideram o país, sem amarras, sem eira nem beira.

E quando loucos e bandidos tomam as ruas, assumem o poder, é hora de gente no espectro normal, que entende como a harmonia e defesa da coesão social sob regras de moralidade e impessoalidade são importantes, acordar.

O sonambulismo, a indiferença, serve apenas ao opressor.

E ele está delirando com seu poder absoluto, incontestado, inconsequente...




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