Fazer música ou comprar tudo empacotado?
Um diálogo ontem me incitou a escrever esse post sobre os inúmeros meios de se ouvir música e o fim da musicalização nas famílias.
Pense bem: 3 gerações atrás não havia aparelhos de som, muito menos AirPods, Spotify e mídias que nos entregam qualquer música instantaneamente.
O que as pessoas faziam?
MÚSICA!
Se apreciavam música, as pessoas tinham que aprender a tocar instrumentos, caso contrário ficariam em silêncio (ok, cantar vale)...
É por isso que nas famílias de classe média prá cima sempre tinha um pianozinho na casa, um acordeon ou mesmo uma flauta ou violão.
E nas famílias de classe baixa havia cavaquinho, bandolin, pandeiro ou bumbo, para fazer música também. Até caixinha de fósforo (hoje banida?) era uma super percussão para acompanhar voz & violão.
E o que significa fazer música?
Significa não comprar empacotado, não se limitar ao que te é oferecido enlatado por mídias por aí. Significa portanto ouvir um tanto de música e barulho e fazer o próprio, elaborado sobre a diversidade de sons e experiências que cada um consegue ter quando abre-se para apreciar música...
E não há como não fazer analogias.
No momento em que você adora música e deseja ouvi-la, sem todos os gadgets disponíveis, você precisará aprender a tocar um instrumento. Isso te gerará incentivo e enormes alegrias, mas haverá momentos de frustração, pois a técnica e a prática são as únicas maneiras de alguém produzir alguma música apreciável por si mesmo e, muito mais desafiador, pelos outros fora do seu círculo elogioso fechado.
No início, produzir a própria música é difícil, mas a alegria em vencer etapas e focar nas passagens mais bonitas, segundo o próprio ouvido e preferências, não será superado por nada que já venha enlatado ou pronto.
A mesma coisa ocorre com as idéias...
Imagine só se a gente abandona a própria capacidade de elaborar nossa própria música de idéias, absorvendo apenas o que já vem elaborado e enlatado, mesmo que por gente que a gente imagine seja o Mozart ou Beethoven, Queen ou Adoniran das idéias... Soam até bem, parecem boas, mas onde ficará o prazer em elaborar suas próprias idéias?
Enfim... temos dons e a capacidade criativa.
Jamais deveríamos abrir mão ou perder isso de vista.