Desenterrando o Brasil

Um candidato a presidente não seria eleito se propusesse, como plataforma de campanha, a abolição da Justiça do Trabalho e a revogação da CLT, mesmo sabendo que isso teria o condão de desatar a economia brasileira. Seria apedrejado por uma boa parte da população que, ignorante, ainda acha que esses monumentos à ineficiência lhe serve para alguma coisa.

Essas duas instituições são o retrato do atraso, do paternalismo, da oligarquia rural e do peleguismo sindicalista no último grau.

A CLT decorre da Carta del Lavoro, instrumento populista que Mussolini utilizou para ludibriar os italianos, criar focos de poder localizados em sindicatos que serviam unicamente como manipuladores de categorias profissionais em troca de apoio governamental. A CLT, lançada por Getúlio Vargas, deu-lhe a alcunha de Pai dos Pobres, mas na realidade inferiorizou os trabalhadores, perpetuou o conflito marxista da luta de classes a cravando em pedra, servindo como âncora que paralisa o país.

Já a Justiça do Trabalho é uma excrescência por natureza. Com custo muito superior a todas as indenizações pagas em decorrência de seu funcionamento, é um monumento faraônico ao desperdício de recursos públicos. Sua estrutura é inexplicável a qualquer pessoa que consiga ter algum distanciamento e que possa enxergar sua inutilidade seja aos contribuintes, seja aos próprios trabalhadores. É o melhor exemplo do cachorro correndo atrás do próprio rabo, já que funciona sob a desculpa de proteger interesses do trabalhador, quando na realidade distorce toda a economia do país.

O governo Bolsonaro está enfrentando essa situação com extrema cautela, pois sabe tratar-se de um vespeiro. A peleguice exerce um enorme peso na política nacional, sobretudo após os 13 anos de sindicalismo corrupto no poder. Os interesses das classes que enriquecem e vivem às custas desse estado surreal também lhes tornam inimigos perigosos que possuem ainda um imenso poder, já que a caneta de um juiz, de um desembargador ou de um ministro do trabalho pode quebrar uma empresa, inviabilizar todo um setor da economia, atrasando ainda mais a inclusão social e a prosperidade experimentada por países que não possuem esse sistema anacrônico.

A reforma iniciou-se ano passado, com o fim da contribuição sindical obrigatória. Isso já serviu como um limitador ao peleguismo destrutivo, sendo apenas um começo.

Quando o trabalho se tornar finalmente prioridade e os meios de exercê-lo forem imensamente simplificados, o Brasil estará no caminho certo.

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