Mentiras de Estado

A lenda do El Cid inspirou os espanhóis e vários contos foram escritos a seu respeito. O épico filme estrelado por Charlton Heston e Sophia Loren marcou uma geração, na qual me incluo.




O castelhano Rodrigo Díaz de Vivar era um guerreiro-cavaleiro. Liderou suas tropas contra os Mouros e morreu em 1099, com a alcunha de Don Rodrigo de Castella. Dados históricos contam que o Cid morreu pacificamente, em sua cama, mas a lenda diz que ele foi colocado sobre um cavalo já morto, e assim teria o cadáver ereto liderado tropas aterrorizando seus inimigos, que foram massacrados.

O uso de mortos ou de mitos para motivar as tropas e assim vencer inimigos data de tempos imemoriais. O misterioso exército chinês de terracota, com mais de 2 mil anos de idade, é prova de que a ilusão, a mentira, pode ter enorme utilidade e até mesmo vencer guerras.


Durante a Segunda Grande Guerra Mundial, visando mostrar um poderio militar que não tinham, os Aliados criaram um exército fantasma. Usavam balões em formato de equipamento militar, como tanques, fazendo inimigos do Eixo acreditarem haver muito mais desafio bélico do que realmente havia. 



Mentiras de estado são famosas. 

As intrigas políticas envolvendo personalidades gregas e césares, deputados e senadores romanos inspiraram poetas e filósofos, mas foram úteis especialmente aos políticos.

No campo da mentira épica política, situa-se François Miterrand, vítima de câncer negado por quase uma década, assim permitindo-lhe e aos que lhe rodeavam continuarem no poder. O episódio pode ser visto nesse interessante documentário:




O Brasil também viveu uma grande farsa relacionada a um famoso político, o Quase-Presidente Tancredo Neves, que apesar de eleito no Colégio Eleitoral (processo de democracia indireta antes de haver o voto direto para Presidente) não tomou posse, vitimado do câncer.

A infame foto abaixo foi posteriormente denunciada como uma farsa, já que atrás do então político havia enfermeiros agachados e vários tubos escondendo sua condição terminal. Ele morreria poucos dias depois, sem tomar posse como primeiro presidente civil, depois de 21 anos de regime militar no país.



Os EUA possuem um grande histórico de mentiras de estado, tendo alguns presidentes (e o establishment que deles se alimentava) ficado famosos por terem escondido sua real condição de saúde.

Woodrow Wilson tinha sérios problemas circulatórios, tendo sofrido inúmeros derrames, algo que foi escondido do público. 

FDR, ou Franklin Roosevelt, morreu em pleno mandato, já que tinha sérios problemas de saúde, os quais escondia do povo americano. A má saúde de FDR era conhecida por seu entourage antes de ele vir a ser eleito. Isso o desqualificaria a qualquer seguro de vida, se as regras lhe tivessem sido aplicadas. O povo foi, enfim, enganado em campanha eleitoral e depois da eleição de FDR, um dos maiores populistas de esquerda que teve os EUA. 

Fazer a população de boba, ou seu inimigo, porque estes não possuem acesso à informação, é uma estratégia. E assim ganharam-se guerras... e várias eleições.

E o mundo vê, novamente, isso acontecer, mas em escala épica.

Na era da internet (diferentemente dos tempos de FDR ou Miterrand) fica impossível esconder péssimas condições de saúde de políticos, como se deseja em relação ao Presidente  americano Joe Biden.

Esse vídeo se soma a vários outros, reunidos durante seu mandato:

 


Não precisa ser médico, neurologista ou especialista para enxergar.

O homem não está com suas faculdades mentais normais. 

Quem assistiu (como eu) várias sessões do congresso americano de 20, 30 anos atrás, sabe como se comportava o atual presidente. Ele está, infelizmente, em estado de incapacidade mental lastimável. Desautorizar cidadãos a constatarem o óbvio é ofensivo mesmo à inteligência de seres medíocres.

Colocar uma pessoa incapaz de balbuciar palavras coerentes para liderar o país mais importante, econômica e militarmente, do planeta, é uma profunda irresponsabilidade. 

Assim como ninguém em sã consciência permitiria a seus filhos embarcarem em um carro conduzido por avós senis, dirigindo por uma longa estrada, não é razoável esperar que qualquer pessoa minimamente coerente ache aceitável colocar um senhor senil na cadeira mais importante do planeta.

A lição disso é que o establishment - aqueles que circundam o presidente, interessados em garantirem seus empregos e seu próprio poder - não deseja permitir ao povo norte-americano ter um mandatário número 1 capaz, ativo, perspicaz e ágil.

A debilidade mental de Biden é motivo de preocupação a figuras públicas respeitadas e tradicionalmente democratas, como Bill Ackman. O bilionário filantropo tem utilizado sua influência nas redes sociais para lamentar a insistência do establishment democrata em esconder a óbvia deficiência cognitiva do presidente, na frenética e desesperada busca à reeleição.

E ainda que os democratas tentem melhorar as chances de reeleger Biden, com relativo sucesso em sua intensa lawfare, ou cruzada judicial, contra Trump, o público é capaz de pensar sobre valores absolutos, não apenas em valores relativos ou comparativos.

Trump tem sido perturbado em sua agenda, com democratas lançando mão de todos os truques legais e midiáticos tentando enfraquecê-lo. Nem mesmo isso parece estar fazendo subir a popularidade de Biden.

E assim como El Cid, a lenda do cavaleiro morto (Biden é um político combalido) segue adiante. Tentam-se enganar tanto a tropa de apoio quanto o opositor, o inimigo.

Será que tal mentira de estado terá novamente êxito?

Será que o acesso à informação, disponível por um toque nas pontas dos dedos, não servirá para nada?

Será que a crença no que os olhos vêem é inferior à narrativa de que "está tudo bem"?

Será que a irresponsabilidade do partido democrata em confirmar um político senil ao invés de um líder vigoroso à altura do desafio mundial será compensada?

Qual é o limite do que deseja-se ver, conhecer?

Vivermos na ignorância, na alienação, tornar-nos-ia mais felizes?






Mais lidos

Com ou sem máscara?

A democracia-ditadura: o poder sem representação

Ditadura do Judiciário exposta: Congresso Norte-Americano

Um texto magistral para a magistratura brasileira

Manipule e influencie os jovens: eles poderão ajudar no esforço destrutivo de amanhã