A democracia-ditadura: o poder sem representação

É muito interessante - e preocupante - observar o que está acontecendo no Brasil.

Onde havia instituições dedicadas à administração da Justiça, vêem-se tribunais da Inquisição e enormes recursos dedicados à vingança e à perseguição a todos os que representam o dissenso. 

Nenhuma maquiagem de "legalidade" das ações judiciais denunciadas por mídias alternativas serve para esconder sua ilegitimidade e seu caráter absolutista, ditatorial.


Qual seria a razão de a balança ser o símbolo da Justiça? Ora, a real justiça é feita por sábios que se informam, ponderam e tomam decisões buscando a paz social, não o estímulo ao conflito, à desarmonia. Quem busca a assistência judicial almeja o fim do conflito e um judiciário que estimula a divisão é um judiciário equivocado, falso.

Por isso abomino - sempre abominei - a falácia da Justiça Social, que é um termo cunhado para justificar a Vingança travestida em Justiça. O objetivo de uma sociedade organizada é a Paz Social, não a violência institucionalizada, escondida por detrás do termo Justiça Social...

No Brasil, a balança da Justiça foi quebrada há vários anos e parece que os brasileiros não estão sabendo como consertá-la.

É verdade que há vários brasileiros (eu diria, em excesso) que não se interessam em consertar a balança da Justiça. 

O histórico de abuso do Direito para, ao torná-lo obrigatório, submeter cidadãos ao desmando e à exploração, é tradição humana apenas superada quando instituições são sólidas e bem paramentadas por cidadãos íntegros.

No Brasil, as instituições estão refletindo a má-qualidade e a covardia dos seres que as povoam. Há ainda muitos facilitadores dos desmandos, alguns ostensivos, mas inúmeros ocultos (os reais parasitas dos poderosos, que lhes auxiliam a cometerem seus crimes sob o manto da impunidade dado aos colaboradores secretos). 

Da mesma forma que a memória recente dos brasileiros conscientes e comprometidos com as liberdades fundamentais e individuais dá conta dos alcagüetes e parasitas que auxiliavam os DOPS e os organismos de repressão durante a ditadura militar, hoje os instrumentos de monitoramento e a elaborada Inteligência Artificial do STF oprimem, isolam, cancelam e encarceram cidadãos que ousam contrariar os comandos e a narrativa de lá emanados. Detalhe: nenhum membro do STF recebeu votos, não representando a sociedade brasileira, de forma alguma, tendo como mandato único a defesa da lei (constitucional) assim como definida pelos legisladores eleitos pelo povo em eleições livres.

E assim, desde o dia 06 de abril de 2024, parece haver um gringo interessado em ajudar aos brasileiros de bem, admiradores do conceito de uma Justiça equilibrada, serena, discreta e, fundamentalmente, formada por sábios humildes e comprometidos em promoverem a harmonia e o respeito aos mais fundamentais princípios do direito.

O Brasil foi chacoalhado, portanto, nos últimos dias, por esse gringo polêmico, mas não menos admirado, o dono do X, ex-Twitter e empreendedor-em-série Elon Musk

Ele está flexionando seus músculos de poder econômico e midiático contra o regime semi-totalitário implantado no Brasil, que dá sinais que caminha a passos largos para uma ditadura total sem tribunais independentes.

É notória a luta, no discurso marxista, entre o poder econômico (descrito como explorador de outros seres humanos, que apenas busca o lucro e a acumulação de riquezas e tantas outras mazelas que fazem a Farra do Judas parecerem um conto infantil) e o poder político

Na cartilha marxista, absorvida pelo mundo ocidental como uma verdade inquestionável, um dogma que contamina, em dias atuais, escolas, universidades, o poder público e até mesmo acionistas-ativistas em grandes empresas como a Disney e tantas outras, tendo substituído com sucesso o fundamentalismo religioso para o mesmo efeito obscurantista, o que se busca é a Ditadura do Proletariado. Já que a massa, o proletariado, os pobres, são mais numerosos que os ricos, então nada mais aconselhável que unir a massa contra os poucos, destruindo-os. Ao menos esse é o discurso (já a realidade...).

Ou seja, o Povo Unido contra o Poder Econômico teria como garantir a Terra Prometida, o Retorno Bíblico ao Éden, a harmonia total entre os homens...  e assim fizeram-se seguidores, criou-se uma mentalidade preponderante, a despeito de todos os confortos, possibilidades, desenvolvimento tecnológico que apenas a iniciativa privada tem como oferecer em vista de vários estímulos, o principal deles sendo a liberdade em ter sucesso ou fracassar (além dos muito bem documentados e conhecidos crimes marxistas de Mao, Stalin, Pol-Pot, Chavez-Maduro, os Castro... que mataram centenas de milhões de seres humanos - a maioria seus concidadãos - sob a desculpa do fim das classes sociais e da injustiça).

No Brasil, a cartilha marxista demorou, mas venceu a partir de 2002, quando iniciou-se um processo de degeneração e destruição consistente, irresistível para as demais forças da sociedade local.

O Poder Político se organizou por sindicatos corruptos, como o que foi dirigido por diversos anos pelo atual presidente, cooptado pelo Poder Econômico local, pelos oligarcas que mandam no país desde que o Imperador de Portugal lá implantou-se (1808) e, anos depois, declarou a Independência (1822). Já tratei do assunto em outro post, em detalhes. Os coronéis nordestinos, violentos e assassinos, foram substituídos por sindicalistas... visando o mesmo poder total, a dominação.

A receita brasileira em que a promiscuidade entre Poder Político e Poder Econômico se confundem criou uma armadilha que, internamente, não é facilmente desmontável. Lembro-me como a FIESP - Federação das Indústrias de São Paulo - na época dos militares, opunha-se a políticas públicas abertamente e colocava o empreendedorismo, por vezes, em antagonismo ao estado centralizador. O capitalismo de compadrio exacerbou-se desde a redemocratização de 1985, e o faz-de-conta foi amplamente assumido, elite econômica e política deitando-se na mesma cama do poder, para poderem copular livremente sob o olhar estupefato de alguns cidadãos alertas.

Um gringo, totalmente ignorante e alheio à história e realidades discrepantes do Brasil, está sendo necessário para criar coragem em vários brasileiros. E para criar curiosidade em estrangeiros para tomarem conhecimento (unicamente via X, já que NENHUMA MÍDIA TRADICIONAL está dando real conta dos fatos no país) do que está acontecendo no Brasil desde 2002, coroado pela democracia-ditadura em que a elite poderosa (econômica, judicial, política e acadêmica) torna em seus reféns, seus escravos nutridos a migalhas, mais de 200 milhões de seres humanos.

Desde que o presidiário foi objeto de manobras engenhosas, jurídicas e judiciais, retornando ao Planalto, um Legislativo assumiu-se fisiológico e imprestável, e um Judiciario assumiu-se descompromissado com a lei.

A inexistência de representação e a mentirosa defesa de uma suposta democracia passaram a ser moeda corrente de quem efetivamente MANDA no país. A mentira da defesa da democacia repetida milhares de vezes, martelada nas televisões, rádios e jornais, sobretudo em razão do isolamento social daqueles que, dentro de castelos cercados por crocodilos, ditam o desígnio de milhões de brasileiros.

As imprensas brasileira e internacional silenciam sobre manifestações pela democracia no Brasil, razão pela qual Musk está criando enormes problemas para si, mas demonstrando imensa coerência ao apoiar o fim da censura em um país que pouquíssimo conhece.

Lembro-me de minha infância, quando eu ia visitar parentes na Europa na década de 1970. 

Pouco se ouvia sobre o Brasil, sobre a repressão militar, os presos políticos e os panelaços contra a carestia. 

O Brasil de hoje é idêntico ao daquela época.

Um grupo político aliou-se à a elite econômica e acadêmica para tomar e manter o poder no Brasil. Estes compram os meios de imprensa, distorcem os fatos a bel prazer sob uma agenda coerente, consistente e falsa.

É incrivelmente similar ao que ocorre atualmente no Canadá do Partido Liberal e dos NeoDemocratas, que possuem em seu fantoche Justin Trudeau a garantia do dinheiro público ilimitado, abundante, para gastarem em causas ativistas alimentadas por ignorância, dogmatismo, senso de vingança e crentes na engenharia social marxista. A imprensa subordinada ao poder é primeiro sinal de degradação democrática de um país e, no Canadá, o canário morreu na mina de carvão: a imprensa tradicional é caixa de ressonância do poder político aliado a certos poderosos econômicos que guardam o país para si, explorando seu povo.

Palmas a Elon Musk por expôr a caricatura de país em que se tornou o Brasil.

Espero que consiga criar sensibilidade sobretudo aos brasileiros que vivem hoje em uma ditadura camuflada (assim como Venezuela, Rússia...).


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