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Estado ou não-estado. Seria essa a questão?

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O recente debate francês sobre as queimadas brasileiras nessa época do ano não constitui novidade, mas a virulência dos comentários de alguns líderes européus é inédita. Ele se deve à presidência do país estar nas mãos de um não-progressista como Bolsonaro, que não fica bem na foto dos politicamente corretos, descompromissados com a realidade de seus países (ou como diria Milton Nascimento, de costas para seu próprio país). A resposta veio pela via diplomática adequada: Isso é quase irrelevante diante do que há por detrás dos interesses comerciais e neocolonialistas europeus. A sabotagem que a esquerda estruturada tenta fazer contra o Brasil - e que a mídia não informa - significa desejarem o retorno do esquema corrupto arduamente combatido pelo atual governo e sobretudo o Min. da Justiça Moro. Já se sabe que muitas queimadas ilegais na Amazônia estão sendo feitas por ONGs e funcionários públicos revoltados com o corte de verbas e que precisam fazer-se relevantes. São pess...

Lula e seus acólitos a desserviço do Brasil, novamente (ou seria: ainda?).

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O Brasil não é o México, mas em matéria de drama e de novela, faz tão bem quanto aquele país e seus cidadãos vivem esperando os próximos capítulos roendo as unhas. Sempre testando a estabilidade institucional, os poderes da República finalmente mostram a sua verdadeira cara nos tempos atuais. Na dança das cadeiras, quem tem sobrado em pé é o Poder Judiciário . Já era tempo! Erroneamente reputado como o poder mais confiável da República, o Judiciário é doente no Brasil. Ele não entrega a justiça a tempo, é um sugador ávido de recursos públicos e os diversos índices que lhe avaliam são sempre adversos ao contribuinte. Seu custo é o maior do mundo: Isso não significa que eu tenha qualquer coisa contra a divisão de poderes de Montesquieu e que eu entenda ser prescindível o Poder Judiciário. Sem juízes independentes e operacionais, um país se condena à tirania. O problema é a estrutura da instituição nos tempos modernos, tanto do ponto de vista tecnológico, quanto humano. ...

Europa: voz do povo e o ovo da serpente

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A Europa está dando uma guinada à direita .  A idéia desse post é examinar o diagnóstico, a razão disso estar acontecendo. Em outro post falarei das consequências. Na votação encerrrada esse fim de semana para membros do Parlamento Europeu a população manda um recado claro: NÃO à imigração em massa NÃO à desaculturação dos Europeus NÃO às fronteiras abertas NÃO à integração absoluta européia O resultado foi o seguinte: Matteo Salvini na Itália Marine Le Pen na França Nigel Farage no Reino Unido Viktor Orban na Hungria Antes deles, já haviam aberto a porteira Donald Trump nos EUA,  Sebastian Kurz na Áustria (cujo governo está envolvido em corrupção até o pescoço)  e Jair Bolsonaro no Brasil. Esses políticos foram eleitos segundo regras democráticas. Na Espanha ganharam os socialistas, que por sua vez já governam Portugal exercendo pragmaticamente um tipo de capitalismo social. São dois países arrasados pela crise econômica de 2008, deixad...

Sócio do estado: ao invés do Plea Bargain, melhor seria ter um programa de denúncias remuneradas

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Os Estados Unidos implantaram um programa de denúncia remunerada após a crise de 2008, por meio da Lei Dodd-Frank, conhecido como Whistleblower Program ( Programa do Apitador ). As autoridades, sabedoras dos desvios e das fraudes, mas sem recursos para grandes investigações e tentando obter provas junto a fraudadores sofisticados e bem aconselhados, ao invés de procurarem agulha no palheiro encontraram uma solução: cidadãos corretos denunciarem atos fraudulentos que vêem à sua volta. Ao estabelecer um canal em que o denunciante recebe estímulo financeiro para denunciar fraudes, os Estados Unidos passaram a recuperar fortunas em impostos sonegados e dinheiro furtado. Segundo o Relatório de 2018 da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) já foram detectados mais de 1,7 bilhões de dólares em desvios financeiros e conseguiu-se devolver a investidores lesados um valor equivalente a 452 milhões de dólares . Os (59) denunciantes receberam prêmios de 326 milhões de dólares ...

O espelho de Noam Chomsky

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Como muita gente tem atribuído a Olavo de Carvalho os fundamentos filosóficos e a orientação ético-política (existe isso?) de vários luminares do governo Bolsonaro (ou até mesmo do próprio governo), arrisco aqui a fazer certas comparações. Não há dúvida que Olavo é um sujeito brilhante e, acima de tudo, muito articulado. Seus textos são densos e incisivos. A despeito da ausência de formação acadêmica formal, não tendo seguido os caminhos tradicionais que estruturam a linguagem científica e da pesquisa, ele é curioso e vê-se que leu (lê?) muito. O fato de jamais, ou quase jamais (desconheço detalhes, arrisco...), ter-se submetido a comitês de leitura, bancas examinadoras ou ter-se sujeitado a ser avaliado por pares (que naturalmente não possui, pois inventou a própria linha didática e literária, sendo impossível encontrar dois Olavos), deu-lhe ampla liberdade criativa. Só que, por outro lado, esse fato lhe tolheu a capacidade de fazer auto-crítica. Seu tom cáustico e, muitas vezes...

Europa: o pouco, o muito e o excessivo.

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Apesar de estar sobrevivendo às duras penas na União Européia, a Grécia tem sido parasitada pelos europeus há vários anos, a um custo social imenso. Os bancos alemães e franceses detêm grande parte da dívida daquele país, denominada em Euro, criando-lhe uma armadilha comparável à crise da dívida latino-americana dos anos 1980. A diferença é que, por estar inserida no projeto federalista europeu, a saída da Grécia é retardada pelo empréstimo contínuo e ajustes de "fora para dentro" que reprimem qualquer movimento real de independência. À Grécia é proibida a moratória, diferentemente do caso brasileiro, já que esta precipitou nosso ajuste e a retomada econômica por meio de reformas na década de 1990. A desintegração política grega é comprovada. Pesquisas de opinião explicam a razão do marasmo democrático: pouquíssimos acreditam que votando conseguiriam implantar um governo independente dos falcões europeus e, portanto, priorizar as necessidades do país, em contraponto ao inte...

Sai Romanée Conti, entra BIC

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Assim como milhões de brasileiros residentes ou não no Brasil, assisti à posse do novo Presidente da República, o capitão reformado Jair Bolsonaro, e seu Vice-Presidente, Hamilton Mourão (general aposentado). Após ter cumprido meu dever cívico, fiquei contente ao ouvir os discursos da Primeira-Dama e do Presidente, bem como pelo desenrolar da cerimônia, com as posses dos membros de uma equipe unida e com firmeza de propósito. Foi uma manifestação no melhor estilo de uma democracia jovem, ameaçada pelas mais diversas forças políticas radicais, sobretudo as de esquerda que, hoje sabemos bem, alinham-se a tiranos como Maduro e Aiatolás iranianos visando dominar miseráveis. Algo muito emblemático chamou-me a atenção: a caneta  BIC com a qual os atos formais foram assinados. Nada de Mont Blanc , canetas de ouro ou jóias. A despeito do Rolls Royce démodé, que deveria ter sido transferido ao Museu da República há décadas, a simplicidade e a informalidade das manifestações e ...

Direito internacional: praticamente inexistente nos dias atuais

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Confesso ter ficado chocado quando um chinês foi indicado para presidente da Interpol, a polícia das polícias. Sabe-se que a China não é um primor de transparência, respeito à privacidade ou democracia. Daí o questionamento do interesse nacional por detrás de um cidadão que lideraria uma instituição global de tal envergadura. Estaria Meng Hongwei a serviço apenas de seu país, para furtar informações sensíveis, em benefício exclusivo de sua pátria? As dúvidas foram profusas e difundidas pelas mídias sociais à época da indicação, em 2016. O mundo ficou assustado com a possibilidade de chineses acessarem bases de dados de diversos países, inclusive concorrentes comerciais, financeiros e militares. Seria o caos e o descontrole. Tudo bem que a Interpol apenas executa ordens de polícias locais, não sendo uma polícia global no sentido pleno do termo. Ela facilita a comunicação entre polícias, para que malfeitores não escapem às penas às quais foram condenados. Ela tem um papel essencia...

Entramos na era do populismo?

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Na sexta-feira passada, sob intensos protestos da esquerda liberal (que interessantemente deseja silenciar o que não lhe é espelho, chamando os outros de fascistas, etc.), ocorreu o já tradicional Munk Debate em Toronto. Os Debates Munk são uma iniciativa super-interessante, que completam 10 anos, visando uma luta de box de idéias, colocando opositores políticos ou ideológicos frente a frente, gerando massa crítica para os espectadores conhecerem os lados do embate e melhorarem sua compreensão sob ângulos diversos. O polêmico Steve Bannon (que apoiou a eleição do Pres. Trump e foi seu consultor estratégico durante o primeiro ano de governo) enfrentou o semi-liberal David Frum. Ambos deveriam defender se o populismo seria ou não a nova forma de manifestação política no ocidente. Enquanto Frum ironizava a figura pessoal de Trump, fazendo piadinhas e seduzindo a audiência, Bannon dominou o debate e traçou uma linha entre as opções de populismo de direita ou de esquerda como ún...

Três meses para roubar: jabuticaba brasileira

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Acho muito interessante o que acontece no Brasil no que tange à passação de cargos eletivos e comparo com o Canadá, pois vivo nesses dois mundos diametralmente opostos. No dia 7 de outubro último, alguns governadores foram eleitos. Ou seja, a partir do dia seguinte, os governadores atuais e suas pessoas de confiança, em cargo não concursado, que mandam no respectivo cofre estadual, sabem-se terminais . O que seria normal acontecer, num país comprometido com boa governança e proteção do dinheiro do contribuinte? Imediato bloqueio das despesas discrecionárias , proibição de novas contratações de pessoal ou obras e compras. Só que isso não acontece. Vejamos o exemplo do Canadá, mais especificamente da Província do Québec. No dia 1 de outubro foi eleito o novo primeiro-ministro (François Legault) e menos de 3 semanas depois este assume, juntamente com sua equipe e novos secretários. O perdedor (Philippe Couillard) já saiu de cena, no dia seguinte à derrota não assinava mais...

Minas, de A a Z

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Depois de desbancar o PT em Minas, rejeitando o atual desgovernador Fernando Pimentel e tudo o que representa de ruim para a política, gestão pública e combate à corrupção, bem como sua comparsa, Dilma, o estado se vê diante de uma definição no segundo turno entre Antônio Augusto Anastasia e Romeu Zema . Há um certo dilema na escolha e dedico essas linhas a esquadrinhar a correta, sob minha perspectiva. Informo: não sou filiado a nenhum partido brasileiro, portanto minha opinião advém do fato de estar muito aliviado em ter afastado o PT da gestão do estado e sua representação em Brasília, mas ainda preocupado, como verás nas linhas que se seguem. Primeiramente, os partidos O NOVO tem uma proposta disruptiva de fazer diferente na política e sobretudo na gestão pública. O NOVO tem um dono cujas idéias são coerentes e sedutoras a quem não tem medo de trabalho e risco nos negócios, mas como já analisei n esse post de 2 anos e meio atrás sobre o NOVO e n esse mais recente sobr...

O quê e a quem temes?

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Chegamos a uma encruzilhada, como era previsível para mim e alguns milhões de atentos observadores (tipo uns 50 milhões). No Brasil e pelo mundo afora. Reflito sobre o Day After , tentando entender o que motiva pessoas a votarem, daqui a 20 dias, em Haddad, ao invés de Bolsonaro. Escrevo esse post motivado sobretudo pelo fato de ter pessoas próximas e queridas - como você, que me lê, também deve ter - que se negam a votar em Bolsonaro. Elas acham que Bolsonaro representa tudo de ruim sobre a face da terra, mesmo sabendo que Haddad é um incapaz (julgado como tal por nada menos que a população paulistana, em um só turno ao tentar sua reeleição, o que não é pouco) e que o partido dele, o PT, é uma quadrilha de assaltantes cuja maioria da cúpula responde a processos cabeludos ou está presa. Meu objetivo não é convertê-las a votar no 17 contra o PT e corruptos. Meu objetivo é refletir junto com elas, municiar-lhes para discussões e provocar a reflexão sobre o que está aí, ...