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Trump, aço, tarifas e a defesa de interesses nacionais

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O movimento das peças do tabuleiro mundial feito por Trump tem deixado gente e países desorientados. Já foi pedido até um exame de sanidade no ocupante da Casa Branca (seus detratores enfiaram o rabo entre as pernas, pois confirmou-se que o presidente está em pleno exercício de suas faculdades mentais...). A mídia, especialmente a liberal e democrata (ligada ao partido democrata dos EUA), revoltada com a não-eleição da dinastia Clinton e com a fragorosa derrota do status-quo, tem tentado destruir as ações de Trump por todos os ângulos. Falaram que ele foi eleito pelo Putin, mas agora sabe-se que não é o caso. Tentam pegá-lo por abusos sexuais (o que seria talvez possível), escondendo os crimes dos Clinton. Enfim, a fofoca política e o jogo de dissimulação tem sido jogado com maestria, vendendo espaço publicitário em mídias de toda sorte. O sujeito é antipático mesmo, mas tem sido eficiente. E ele introduziu uma nova linguagem à realpolitik... que examino nesse artigo. Se você t...

Brasil em guerra civil - de novo

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Caro leitor, em 2013 eu havia escrito ESSE POST e acho válido convidar-te a lê-lo novamente. Por favor dá uma olhada lá. Há 5 anos as tragédias já vinham se anunciando... mas até agora a letargia reina. Daí o alerta, meu pedido que você acorde e desperte também seus amigos, vizinhos. Afinal, é ano de eleição ! Não vejo prioridade maior que a segurança e o retorno ao respeito à autoridade constituída, representada por servidores públicos íntegros e bem intencionados, sem resvalar no autoritarismo.

Rio: insensatez

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A música de mesmo nome, belamente executada pelo baiano João Gilberto, parece cair como luva na situação do Rio de Janeiro atual, pela sua melancolia, pelo ode a algo precioso, que se perdeu. Como quase todo mineiro, adoro o Rio, lá passei boa parte das minhas férias e é onde tenho familiares e amigos muito queridos. O lado bom do Rio é sensacional, a leveza e a simpatia do carioca - quando não acuado pela criminalidade - só se explica pelo vai-e-vém das ondas que beijam as areias das praias outrora harmônicas. A intervenção no estado carioca pode até ser uma jogada política, mas o abandono da segurança pública, em vista da transformação de seus mandatários em bandidos confessos, não deixa outra alternativa que o chamamento de gente de fora para tentar organizar a bagunça e a violência. A guerra da informação ainda prevalece, e mesmo que se noticie que os bandidos fugiram dos morros - para onde terão ido? para Minas Gerais e São Paulo, novamente, como alguns anos atrás? - esp...

Virei gringo. Ou: como posso ser tão tolinho?

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Fiquei chateado com tanta gente metendo o pau na Beija-Flor, dizendo que é administrada por bandidos e que sua vitória nada tinha de glorioso ao Brasil. Fiz até esse post para comemorar a auto-crítica brasileira na passarela... Enfim, li várias críticas - inclusive uma, muito correta, postada por um anônimo nesse blog - dizendo que apesar da beleza estética, Nilópolis e tudo o que representa é apenas um lixo a mais no lamaçal brasileiro. Minha vontade de ver algo de bom no Brasil, renovar a esperança, é tanta, que acabo por fazer como gringos: cegar-me para não ver ou admitir o apodrecimento de todas as estruturas - ou quase todas - existentes. Li um texto verdadeiro (clique  AQUI ) da lavra de uma juíza que serviu ao estado em Nilópolis, que transcrevo: Duas ou três palavras sobre pobreza, corrupção e a Beija Flor. Trabalhei em Nilópolis durante cinco anos. Fui titular de uma vara que tinha competência, entre outras, para julgar ações contra o município. Também fui juíz...

De novo: América Latina será o quintal de quem?

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A década de 60 latino-americana foi marcada por uma séria preocupação geopolítica das potências nucleares da época: EUA e URSS. O relógio está voltando atrás, só que agora os hegemônicos que disputam a América Latina são China e EUA. A pergunta que não quer calar é: de qual superpotência a América Latina será o quintal? A ascensão das esquerdas na região causaram muito atraso na última década e meia e só aconteceu pela falta de interesse norte-americano (preocupados com outras paragens). Os EUA demonstraram ter pouco apetite pela região até recentemente, com a queda do muro de Berlim e a derrocada dos regimes de esquerda. A chancelaria chinesa faz-se notar progressivamente, quebrando a tradição de perfil discreto que lhe vinha marcando: semana passada criticou o secretário de estado dos EUA, que em visita à região falou mal da presença de investimentos chineses. A Doutrina Monroe, oriunda de um presidente dos EUA do século XIX, declarava que a América deveria ser dos Amer...

Limites ao mau-caratismo e a incoerência parasita

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Jamais me distancio dos eventos políticos brasileiros, sendo inevitável eu me juntar àqueles que acompanharam a confirmação da conduta criminosa do Lula pelo TRF4. Meu objetivo não é chover no molhado e dizer que há provas suficientes, que o judiciário brasileiro é um poder independente e que o devido processo legal vem sendo rigorosamente observado no caso do ex-Presidente. A idéia desse rápido post de hoje é apenas demonstrar zero espanto com o apelo efetuado, há mais de 6 meses, por Lula à ONU, visando ser considerado politicamente perseguido por instituições da República, notadamente pelo juiz de primeira instância, Sérgio Moro. Ainda no primeiro semestre de 2017, Lula teve o disparate de autorizar seus advogados a tentar mobilizar a comissão de direitos humanos da ONU visando que declarasse estar havendo uma perseguição judiciária a Lula, por suas convicções políticas. A pergunta é simples: se o sujeito se acha perseguido por um dos poderes da República, tendo um processo ...

Terceirizar serviços públicos: o exemplo da inglesa Carillion ao Brasil

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O Financial Times rapidamente publicou ontem: a falência de uma das maiores construtoras e operadoras de serviços públicos da Inglaterra não significa que a terceirização de serviços públicos é ruim em si. Enorme coincidência: um dia antes do anúncio do pedido de falência da Carillion, que emprega mais de 45 mil pessoas e gerencia imensos contratos de serviços públicos, inclusive merenda escolar e prisões, na Inglaterra, eu havia publicado esse post , sobre os cuidados na privatização. A causa da falência da empresa é o mesmo que indiquei em meu post: péssima governança. Seja no privado, seja no público, se não gerir bem, vai falir. Só que quando a empresa é privada, perdem só trabalhadores diretos, investidores e fornecedores... certo? Errado! É do que muita gente quer te convencer. Na verdade, como bem examinado no Economist dessa semana, vai sobrar para o contribuinte , na forma da descontinuidade e no encarecimento de serviços públicos essenciais. Talvez aumentarão os i...

Dirigentes palestinos, sindicalistas, dinheiro e modus operandi dos parasitas

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O assunto é espinhento, mas examinar, comparar e entender parece-me necessário. E ele se relaciona não apenas aos que possuem interesses políticos, pessoais ou religiosos relacionados a Israel. Minha tentativa, nesse post, é aprofundar-nos sobre as enormes similaridades entre a tecnologia operacional de sindicalistas e dirigentes palestinos, muitos deles auto-denominados revolucionários. Atualmente, diz-se que os territórios palestinos dependem de ajuda humanitária para se sustentarem. Note-se que Israel empregava muitos palestinos antes das Intifadas, mas o temor de que terroristas se infiltrariam por fronteiras porosas fizeram com que esse elemento de integração fosse destruído pelas lideranças palestinas, levando Israel inclusive a construir quilômetros de muro que já salvou muitas vidas ameaçadas por terroristas. O muro é muito explorado pela mídia, mas suas causas são esquecidas, assim como todos os gestos de auto-defesa de Israel. Por meio do terrorismo e de uma exploração...

Stop the violence in Latin America: estudo do Banco Mundial

Seguem abaixo os links completos sobre esse flagelo que torna a região uma das mais violentas do mundo, apesar de falar-se tanto de terrorismo islâmico. Leia o resumo em inglês clicando AQUI Leia o resumo em espanhol clicando AQUI O Instituto Sangari acompanha essa tragédia no Brasil. Você pode ver o último relatório (2016) clicando AQUI O direito à vida deveria ser sagrado, fundamental, irrevogável, mas infelizmente tanto bandidos quanto estado matam muito na região e entender razões e conhecer os dados é necessário... ainda mais em ano de tanta eleição na região. O mais triste é constatar que nenhum candidato presidencial razoável aborda de forma direta um plano sério para combate a essa mortandade absurda. É uma Guerra Civil não declarada. Lastimável. Enfim, informe-se e avalie as conclusões dos estudiosos.

Jerus-Além 2, a decantação e a geopolítica

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Vários dias após o "anúncio da autorização da transferência da Embaixada dos EUA para Jerusalém" pela administração Trump, já é possível ver a decantação da areia misturada à água. A água está mais translúcida, a areia começa a descer e conseguimos ver melhor o que é a notícia. Ao dar efeito jurídico a um fato ocorrido há quase 70 anos (decisão de o estado judaico em estabelecer em Jerusalém como sua capital), os EUA desafiaram muita gente. Teria então sido um ato impensado da administração norte-americana? Claro que não. Ela é um divisor de água com algum efeito para israelenses e palestinos, mas o efeito fundamental diz respeito à geopolítica e a uma guerra comercial. Ao final desse post tem um vídeo para aqueles que desejam entender a briga geopolítica entre Irã, Arábia Saudita e Turquia, que no passado transformava a causa palestina em uma bandeira importante, mas essa causa perdeu importância, como se verá. A reação do presidente francês , Manoel Macron, foi e...

Jerus - Além

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Tem muita gente que acha que Budapeste é uma só cidade. É o que eu achava, até ler o livro com mesmo nome, escrito por Chico Buarque. Quando fui visitar essa cidade maravilhosa materializei a coisa: ela é dividida pelo Danúbio e na realidade ainda permanece duas cidades, pela barreira fluvial e certa mentalidade reinante. Descobri que havia uma cidade chamada Buda, e outra chamada Peste, fundadas no ano 600 a.C. Só em 1872 d.C. é que as duas cidades foram unificadas, como se pode confirmar nesse site . Tem também muita gente que acha que Berlim é uma só cidade, mas ela foi dividida entre Oriental e Ocidental por vários anos, durante a Guerra Fria, já que o lado oriental era comunista e o ocidental capitalista. O muro caiu, a cidade (e a Alemanha) foi unificada, mas permanece o sentimento divisivo. Basta conversar com motoristas de taxi ou habitantes de um lado, para perceber que mantêm certo grau de antipatia ou desconfiança sobre quem habita o outro lado... O sucesso de Angela Merke...

América Latina: influência externa e desonestidade intelectual a serviço da revolução

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Desde fins dos anos 1980, com o desvio da influência norte-americana para a recém-libertada Europa do Leste, quando da queda do Muro de Berlim, a América Latina é palco de luta por poder. A luta se dá entre oligarcas (novos e velhos, com formatos e origens variadas), representando elites capitalistas de um lado e o povo de outro. Os novos oligarcas são representados algumas vezes por sindicalistas, bons aprendizes de técnicas militares ou de guerrilha, aprendidos em Cuba ou mesmo a defunta URSS. Vários líderes populares e populistas surgiram na região, dentre os quais se destacou Hugo Chávez, que teve a ousadia de progressivamente subverter a ordem constitucional venezuelana visando tornar-se ditador eterno. O câncer matou o ditador, mas ele estabeleceu um formato de exercício de poder absoluto que ainda beneficia a casta que criou, atualmente liderada pelo alucinado Nicolás Maduro. Outros países, como Bolívia, Equador, Paraguai, Brasil e Argentina seguiram na mesma linha, alguns...

Sucessão presidencial brasileira: o drama de um país

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Tensão em alta, num lugar já em alta-tensão. Daqui a 1 ano os brasileiros saberão quem lhes governará pelos 4 anos seguintes. Ou desgovernará (como foi o caso da Dilma). A demografia demonstra que os brasileiros não são mais tão jovens, havendo mais gente que já votou e viveu a democracia do que quem votou 27 anos atrás, quando das primeiras eleições diretas presidenciais. Há certa voz da experiência, da vivência, mas ela conta? Em que sentido? Essa é a pergunta que vale 10 milhões de dólares... O brasileiro um pouco mais vivido tem razões para ficar apreensivo, pois sabe que não elege uma pessoa, uma idéia, mas uma coalizão que tornará ou não o país governável. Por governável, entenda-se: interesses setoriais serão sempre privilegiados em detrimento do interesse coletivo. A estrutura administrativa e de poder brasileira, de tão concentrada, não permite uma real e efetiva representação da coletividade. Sem novo pacto federativo, desfazendo o que Getúlio e os milicos fizeram...