Trump, aço, tarifas e a defesa de interesses nacionais
O movimento das peças do tabuleiro mundial feito por Trump tem deixado gente e países desorientados. Já foi pedido até um exame de sanidade no ocupante da Casa Branca (seus detratores enfiaram o rabo entre as pernas, pois confirmou-se que o presidente está em pleno exercício de suas faculdades mentais...).

A mídia, especialmente a liberal e democrata (ligada ao partido democrata dos EUA), revoltada com a não-eleição da dinastia Clinton e com a fragorosa derrota do status-quo, tem tentado destruir as ações de Trump por todos os ângulos. Falaram que ele foi eleito pelo Putin, mas agora sabe-se que não é o caso. Tentam pegá-lo por abusos sexuais (o que seria talvez possível), escondendo os crimes dos Clinton. Enfim, a fofoca política e o jogo de dissimulação tem sido jogado com maestria, vendendo espaço publicitário em mídias de toda sorte.
O sujeito é antipático mesmo, mas tem sido eficiente. E ele introduziu uma nova linguagem à realpolitik... que examino nesse artigo.
Se você tem cabeça aberta o suficiente para deixar de se levar pela mídia ou pela figura antipática de Trump, pensemos juntos.
Trump decidiu, na semana passada, impor tarifas ao aço e alumínio comprados pelos EUA. Eis seus principais fornecedores:
Lembre-se: os EUA são a maior economia do planeta, o maior exército, aeronáutica e força naval, com uma das economias mais abertas e internacionalizadas que já se conheceu.
Vários países e importantes segmentos políticos dos próprios EUA tem boicotado o país e Trump em diversas frentes, especialmente em foruns multilaterais. O teste recente foi a decisão de transferir a Embaixada dos EUA para Jerusalém, que parece ter sido um divisor de águas entre o respeito à soberania dos EUA e o que representa o multilateralismo político e econômico.
Trump tem duas características fundamentais, que precisam ser identificadas para ser entendido: é um exímio jogador pesado (não usa luvas para bater em quem quer que seja e ganhou a eleição com inteligência, energia e truculência, sua estratégia foi vencedora contra todas as apostas e seus concorrentes republicanos, que se dobraram como carneirinhos) e não é um self-hater.
O que é o self-hater? Ora, Obama é o melhor exemplo do que é isso. Ele, político profissional, por diversas vezes vendeu aliados e valores norte-americanos sob a desculpa de que os EUA fizeram tanto mal ao mundo que agora era momento de retribuir, de abrir o coração e entregar segredos, parcerias e interesses, num exercício de auto-imolação. A pseudo-intelectualidade adora pensar em por países no divã, mas divã foi criado para pessoas, não para países... Obama, "o humano", fez da presidência uma plataforma humanista, que na verdade semeou desprezo interno nos EUA - não esqueçamos que ele não fez grande coisa pela igualdade racial, e se fez, o resultado aferido é pífio - e enfraqueceu o país perante aliados e, pior ainda - muito pior - perante inimigos ou concorrentes. Obama, que disse Lula ser o cara, fez algo fundamental, como já escrevi: Obama pariu Trump!
Não sendo um self-hater, identificando-se com valores nacionais e patrióticos bem próprios da nação que salvou o mundo do fascismo e exportou seus valores consumistas e capitalistas mundo afora, Trump sabe distinguir entre concorrentes e inimigos. O cara é um empresário de sucesso (podem dizer o que quiserem, mas o carro dele é um Boeing 757 privado e ele criou milhões de empregos em seus negócios) e sabe que negociar demanda ação, objetividade, energia e paciência, avaliando variáveis muitas vezes desconhecidas a pessoas comuns ou políticos profissionais. Se você, caro leitor, não tem nada contra gente de sucesso que persegue seus sonhos e não tem vergonha de ter sucesso, então você não tem tanta resistência ao sucesso do cara.
A China é uma ameaça comercial real aos EUA. Isso não é novidade. Trump em nada inovou no campo desse diagnóstico. Ele inova ao agir contra o fortalecimento comercial e financeiro da China, que deriva parcialmente do enfraquecimento dos EUA. De quebra, ele cria alianças, pois no campo militar sabe-se que a China só cresce e deseja a hegemonia do Pacífico.
No mundo comercial não existe essa de "só vencedores". Na maioria das vezes, há um ganhador e um perdedor. Trump e seus apoiadores sabem disso e nesse ponto acho que estão certos em defenderem seus interesses estratégicos, seus empregos, suas indústrias, que foram exportadas nos últimos 30 anos para países baratos, ditaduras (como a China), sem proteção ambiental, etc.
Ao estabelecer tarifas para o aço e o alumínio, ao mesmo tempo em que prevê isenções para países "amigos", Trump faz exatamente o que fez (e se deu mal) no campo migratório nos EUA. Ao fechar a porta para todos e trabalhar pelo regime das exceções ele faz algo absolutamente certo.
A teoria econômica identificou o fenômeno dos rent seekers (rentistas) há décadas. Ao baixar a guarda e permitir a liberalização do comércio os EUA transformaram a regra em liberdade para destruição dos próprios interesses. É nisso que Trump atua com rigor, truculência.... e maestria.
Se o Brasil deseja continuar a ser parceiro dos EUA, em tempos de guerra comercial (que não foi Trump quem criou, a despeito de toda a grita de mídia e de alguns líderes empresariais que bebem água suja), precisará jurar fidelidade a um pacto comercial e de apoio em diversos outros âmbitos (inclusive na ONU, na Unesco, na OMC, etc. pois a moeda de troca não é apenas em tarifas).
O Brasil é uma softpower, ou seja, tem influência, mas nenhum poder militar ou comercial. Softpowers ajudam superpotências, como os EUA e a Europa, a dirigirem o mundo, mas não ditam as regras. O país pode rugir ferozmente, seus políticos podem parecer machões brigões, mas na realidade o que importará é a capacidade de fazer alianças com os EUA, já que o que Trump busca é rodar o tabuleiro e tirar o ocidente, liderado pela EUA, do banco do carona, para retomar o volante.
Se a mídia, os liberais, os intelectuais-que-só-ligam-para-aparências-desde-que-frequentem-coquetéis ou outras forças continuarem vendendo a mensagem de que tudo o que Trump faz, pensa ou fará é um lixo, é até provável que ele perca apoio e seja excluído do círculo de poder... aí quem assumirá?
Alguém "apaziguador"?
A pomba da paz? Diante da Coréia do Norte, do Irã, da Rússia?...
Pense bem... o cara não é simpático, mas ele está - ao meu singelo e limitado ver - provocando realinhamentos de forças e quebra de paradigmas fundamentalmente importantes não apenas para fazer a América grande novamente.
Trump está desafiando uma ordem desfuncional vigente, o multilateralismo incondicional que demonstrou não ter funcionado. Ele está desenhando novas alianças e reposicionando os EUA no tabuleiro global.
A era dos líderes fracos, self-haters, bonzinhos e altamente ineficientes diante de ameaças globais, pode estar chegando ao fim. E acho isso extremamente positivo.

Espero que muita gente consiga distinguir a essência do barulho, bem como entender o novo idioma adotado por Trump.
Ele não teme Putin, nem Xi. Muito menos ao garoto de corte de cabelo maluquinho, o Rocket-Baby.
Ele talvez seja o único cabra-macho capaz de demonstrar ao mundo ocidental que é necessário reformatar a economia mundial visando preservar soberanias, já que do outro lado do planeta tem gente dedicada a fazer isso incessantemente, há décadas, com um sucesso inegável.
Não dava mais pro ocidente achar que é bonzinho e que uma parte do planeta se subordina aos bonzinhos, de bom grado. Self-haters dirão: EUA bonzinhos? Europa bonzinhos? Eu digo que sim, em especial àqueles que usam camisa do Che Guevara para protestar contra democracias e que se recusariam a se submeter aos regimes que ditadores socialistas ou aiatolás implantaram em países que tomaram de assalto e que aterrorizam até hoje...
A guerra da Síria, laboratório de batalha para diversas nações (especialmente Rússia, Turquia, Irã e EUA), é uma pequena mostra do que poderá vir adiante se os EUA abrirem mão de um sujeito que encara a briga, de cara feia.
Até a diplomacia tem limites, mas Trump e seu governo tem deixado clara uma coisa: amigos são benvindos e devem ser coerentes. Nada de dar tapinha nas costas quando se fala em dinheiro... e na ONU votar contra a decisão soberana de instalar Embaixada em Jerusalém. Nada de chamar aviões americanos e Marines para lutar contra terroristas e ao mesmo tempo financiar grupos como Hamas, Hezbollah ou o regime dos aiatolás.
Se essa coerência de ações, por vias, ou por vezes, brutais não fazem nenhum sentido ao leitor, então é porque esse mesmo leitor deixou-se encampar, ocupar, contaminar, pela mídia liberal que não tem qualquer noção do que é proteger um povo, uma nação. Esses opinadores liberais (hábeis no verbo) se compõem de gente que chegou e achou tudo pronto, bonitinho. Agora querem apenas curtir. Se alguém quiser destruir, acendem então uma vela cheirosa, ou puxam um baseado, ou fazem "hummmmmm" meditando... e acham que tudo ficará bem.
Tolinhos.
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A mídia, especialmente a liberal e democrata (ligada ao partido democrata dos EUA), revoltada com a não-eleição da dinastia Clinton e com a fragorosa derrota do status-quo, tem tentado destruir as ações de Trump por todos os ângulos. Falaram que ele foi eleito pelo Putin, mas agora sabe-se que não é o caso. Tentam pegá-lo por abusos sexuais (o que seria talvez possível), escondendo os crimes dos Clinton. Enfim, a fofoca política e o jogo de dissimulação tem sido jogado com maestria, vendendo espaço publicitário em mídias de toda sorte.
O sujeito é antipático mesmo, mas tem sido eficiente. E ele introduziu uma nova linguagem à realpolitik... que examino nesse artigo.
Se você tem cabeça aberta o suficiente para deixar de se levar pela mídia ou pela figura antipática de Trump, pensemos juntos.
Trump decidiu, na semana passada, impor tarifas ao aço e alumínio comprados pelos EUA. Eis seus principais fornecedores:
Lembre-se: os EUA são a maior economia do planeta, o maior exército, aeronáutica e força naval, com uma das economias mais abertas e internacionalizadas que já se conheceu.
Trump tem duas características fundamentais, que precisam ser identificadas para ser entendido: é um exímio jogador pesado (não usa luvas para bater em quem quer que seja e ganhou a eleição com inteligência, energia e truculência, sua estratégia foi vencedora contra todas as apostas e seus concorrentes republicanos, que se dobraram como carneirinhos) e não é um self-hater.
O que é o self-hater? Ora, Obama é o melhor exemplo do que é isso. Ele, político profissional, por diversas vezes vendeu aliados e valores norte-americanos sob a desculpa de que os EUA fizeram tanto mal ao mundo que agora era momento de retribuir, de abrir o coração e entregar segredos, parcerias e interesses, num exercício de auto-imolação. A pseudo-intelectualidade adora pensar em por países no divã, mas divã foi criado para pessoas, não para países... Obama, "o humano", fez da presidência uma plataforma humanista, que na verdade semeou desprezo interno nos EUA - não esqueçamos que ele não fez grande coisa pela igualdade racial, e se fez, o resultado aferido é pífio - e enfraqueceu o país perante aliados e, pior ainda - muito pior - perante inimigos ou concorrentes. Obama, que disse Lula ser o cara, fez algo fundamental, como já escrevi: Obama pariu Trump!
Não sendo um self-hater, identificando-se com valores nacionais e patrióticos bem próprios da nação que salvou o mundo do fascismo e exportou seus valores consumistas e capitalistas mundo afora, Trump sabe distinguir entre concorrentes e inimigos. O cara é um empresário de sucesso (podem dizer o que quiserem, mas o carro dele é um Boeing 757 privado e ele criou milhões de empregos em seus negócios) e sabe que negociar demanda ação, objetividade, energia e paciência, avaliando variáveis muitas vezes desconhecidas a pessoas comuns ou políticos profissionais. Se você, caro leitor, não tem nada contra gente de sucesso que persegue seus sonhos e não tem vergonha de ter sucesso, então você não tem tanta resistência ao sucesso do cara.
A China é uma ameaça comercial real aos EUA. Isso não é novidade. Trump em nada inovou no campo desse diagnóstico. Ele inova ao agir contra o fortalecimento comercial e financeiro da China, que deriva parcialmente do enfraquecimento dos EUA. De quebra, ele cria alianças, pois no campo militar sabe-se que a China só cresce e deseja a hegemonia do Pacífico.
No mundo comercial não existe essa de "só vencedores". Na maioria das vezes, há um ganhador e um perdedor. Trump e seus apoiadores sabem disso e nesse ponto acho que estão certos em defenderem seus interesses estratégicos, seus empregos, suas indústrias, que foram exportadas nos últimos 30 anos para países baratos, ditaduras (como a China), sem proteção ambiental, etc.
Ao estabelecer tarifas para o aço e o alumínio, ao mesmo tempo em que prevê isenções para países "amigos", Trump faz exatamente o que fez (e se deu mal) no campo migratório nos EUA. Ao fechar a porta para todos e trabalhar pelo regime das exceções ele faz algo absolutamente certo.
A teoria econômica identificou o fenômeno dos rent seekers (rentistas) há décadas. Ao baixar a guarda e permitir a liberalização do comércio os EUA transformaram a regra em liberdade para destruição dos próprios interesses. É nisso que Trump atua com rigor, truculência.... e maestria.
Se o Brasil deseja continuar a ser parceiro dos EUA, em tempos de guerra comercial (que não foi Trump quem criou, a despeito de toda a grita de mídia e de alguns líderes empresariais que bebem água suja), precisará jurar fidelidade a um pacto comercial e de apoio em diversos outros âmbitos (inclusive na ONU, na Unesco, na OMC, etc. pois a moeda de troca não é apenas em tarifas).
O Brasil é uma softpower, ou seja, tem influência, mas nenhum poder militar ou comercial. Softpowers ajudam superpotências, como os EUA e a Europa, a dirigirem o mundo, mas não ditam as regras. O país pode rugir ferozmente, seus políticos podem parecer machões brigões, mas na realidade o que importará é a capacidade de fazer alianças com os EUA, já que o que Trump busca é rodar o tabuleiro e tirar o ocidente, liderado pela EUA, do banco do carona, para retomar o volante.
Se a mídia, os liberais, os intelectuais-que-só-ligam-para-aparências-desde-que-frequentem-coquetéis ou outras forças continuarem vendendo a mensagem de que tudo o que Trump faz, pensa ou fará é um lixo, é até provável que ele perca apoio e seja excluído do círculo de poder... aí quem assumirá?
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Trump está desafiando uma ordem desfuncional vigente, o multilateralismo incondicional que demonstrou não ter funcionado. Ele está desenhando novas alianças e reposicionando os EUA no tabuleiro global.
A era dos líderes fracos, self-haters, bonzinhos e altamente ineficientes diante de ameaças globais, pode estar chegando ao fim. E acho isso extremamente positivo.

Espero que muita gente consiga distinguir a essência do barulho, bem como entender o novo idioma adotado por Trump.
Ele não teme Putin, nem Xi. Muito menos ao garoto de corte de cabelo maluquinho, o Rocket-Baby.
Ele talvez seja o único cabra-macho capaz de demonstrar ao mundo ocidental que é necessário reformatar a economia mundial visando preservar soberanias, já que do outro lado do planeta tem gente dedicada a fazer isso incessantemente, há décadas, com um sucesso inegável.
Não dava mais pro ocidente achar que é bonzinho e que uma parte do planeta se subordina aos bonzinhos, de bom grado. Self-haters dirão: EUA bonzinhos? Europa bonzinhos? Eu digo que sim, em especial àqueles que usam camisa do Che Guevara para protestar contra democracias e que se recusariam a se submeter aos regimes que ditadores socialistas ou aiatolás implantaram em países que tomaram de assalto e que aterrorizam até hoje...
A guerra da Síria, laboratório de batalha para diversas nações (especialmente Rússia, Turquia, Irã e EUA), é uma pequena mostra do que poderá vir adiante se os EUA abrirem mão de um sujeito que encara a briga, de cara feia.
Até a diplomacia tem limites, mas Trump e seu governo tem deixado clara uma coisa: amigos são benvindos e devem ser coerentes. Nada de dar tapinha nas costas quando se fala em dinheiro... e na ONU votar contra a decisão soberana de instalar Embaixada em Jerusalém. Nada de chamar aviões americanos e Marines para lutar contra terroristas e ao mesmo tempo financiar grupos como Hamas, Hezbollah ou o regime dos aiatolás.
Se essa coerência de ações, por vias, ou por vezes, brutais não fazem nenhum sentido ao leitor, então é porque esse mesmo leitor deixou-se encampar, ocupar, contaminar, pela mídia liberal que não tem qualquer noção do que é proteger um povo, uma nação. Esses opinadores liberais (hábeis no verbo) se compõem de gente que chegou e achou tudo pronto, bonitinho. Agora querem apenas curtir. Se alguém quiser destruir, acendem então uma vela cheirosa, ou puxam um baseado, ou fazem "hummmmmm" meditando... e acham que tudo ficará bem.
Tolinhos.
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