Propaganda, imprensa e realidade

Andando pela St. Denis, deparei-me com uma revista na vitrine que contava com uma forte capa, de empresa vinculada ao grupo Le Monde, reconhecidamente uma publicação de extrema esquerda, autodenominada libertária e revolucionária.

O conteúdo é altamente interessante, de cunho ufanista, com algumas entrevistas dignas de ler, mas claramente propagando o grande sucesso do PT e de Lula, como se fosse (como realmente é) financiada pelo meu imposto, que o governo federal usa para se auto-promover e garantir a permanência no poder.

Em rasgos de elogio ao modelo petista de administrar, a revista em si não é novidade, mas queria deixar registrado aqui a enorme ignorância, voluntária ou intencional, dos francófonos, em relação ao que ocorre no Brasil.

A França é um bastião de idealistas e revolucionários, que por meio de seu Partido Socialista (atualmente no poder, e patinando feio, como sabemos... não muito diferente do Brasil), do Le Monde e outras organizações impregnadas de idéias malucas sobre socialismo, escreve e idealiza um Brasil sem classes, sem pobres, sem capitalismo e mesmo sem empresas. No Québec, como toda ex-colônia latina, que mantém um certo complexo de vira-lata, compram-se idéias da França sem necessidade mesmo de empacotá-las. Daí a revista acima citada e tantas outras receberem tanto destaque, tanto pela exuberância e caráter exótico do país tropical, quanto pela convicção de que Lula foi a melhor coisa que aconteceu ao Brasil.

Essa aliança entre imprensa vermelha e academia revolucionária (super comum na França e no Brasil, sobre as quais falo com conhecimento de causa, pois frequentei e frequento ambas) gera mitos sensacionais, dentre os quais que o Brasil passa por uma revolução cuja ignição se deu  com o PT.

A idéia, portanto, de manutenção da fórmula e desinformação de má-fé promovida por esssa parcela importante da imprensa e academia, reforça a convicção de que a esquerda socialista brasileira, liderada por PT, Dilma, Lula e os 39 ladrões, é incriticável. E mais: insubstituível e toda ameaça à sua hegemonia significa retrocesso, que deve ser combatido dentro e de fora para dentro do país.

Em minhas alocuções para platéias de empresários, público em geral e acadêmicos, vejo as diferentes reações quando demonstro o desgoverno e os erros de avaliação, e mesmo desinformação, sobre o Brasil atual. Quando apresento números (inclusive oficiais) sobre a involução brasileira, do ponto de vista de IDH, investimento, mobilidade social, endividamento das famílias, redução da comcorrência em diversos setores e oligopólios promovidos pelo estado (especialmente BNDES), parece que estou chutando a Santa, violando dogmas ou queimando a bandeira nacional.

Tempos atrás, quando em ambiente acadêmico critiquei o Brasil e me referi à absoluta insegurança e altíssimos índices de violência, que ao meu ver configuram uma guerra civil continuada e não declarada, inclusive citando o Mapa da Violência, do Instituto Sangari, representantes do corpo consular braileiro no Canadá sentiram-se pessoalmente ofendidos, transparecendo querrer viver no país das Maravilhas... como avestruzes. Não os condeno, pois esses ofendidos são movidos pela ignorância aliada ao medo, coisa que Celso Amorim & turma implantaram no Itamaraty...

Essa guerra de (des)informação, de mitificação sobre PT, Lula e turminha, fomentada pela imprensa e academia francesa (uma parcela, claro), tem efeitos maléficos. Ela acaba sendo internalizada (pois o que vem de fora, especialmente da charmosa França, como o vinho e o queijo, não pode ser ruim, né?) e contamina mentes e atos de jovens, de gente que se acha esclarecida, que acredita na propaganda oficial.

Concluo pedindo ao leitor para ficar atento a tais publicações e ajudar a esclarecer incautos, especialmente jovens românticos, que a roubalheira jamais se viu igual no Brasil hoje. O PT (e o Foro de SP) se entranha, em metástase, no Estado Brasileiro. O país tem visto ser sepultada sua política externa com aberta violaçào à Constituição Federal e que, se nada for feito, sem gestos, palavras e atos, veremos mais gente querendo abandonar o país ou fazer como hoje, pensar apenas no próprio umbigo.

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