Giro Global Semanal

Uma vez por semana vou opinar (sim, sou opinioso e a idéia do blog é essa, compartilharmos opiniões opiniosas) sobre o cenário global.

Já mencionei ontem o descalabro da política internacional do governo-marionete-Dilma.

Só para completar, a intenção por detrás desse marionete todo é permitir ao Foro de São Paulo e todos os não-alinhados a se unirem, a contarem pontos por número (pois em qualidade já sabem que são inferiores), unindo-se a líderes e nações párias para tomarem de assalto instituições internacionais.

O sonho dessa turminha do mal, do Marco Aurélio Garcia & Cia. é, na medida em que reúnem mais população, mais nações atrasadas, poderão conquistar ao Brasil um assento no Conselho de Segurança da ONU (que está velha de cair, precisando, efetivamente, de reformas), influenciar as grandes decisões do mundo, dirigindo-o para onde acreditam está Utopia.

ISRAEL

O tema espinhoso do Giro Global é o mesmo de sempre.

O porto-seguro judaico incomoda os vizinhos desde 1948, quando foi criado.

Europeus e Norte-Americanos engoliram a criação de Israel, unicamente porque se estava no calor das emoções.

Constataram que sua omissão criminosa, iniciada oficialmente em 1938, na Conferência de Evian, resultou no maior crime visto pela humanidade.

As fotos, filmes e relatos dos horrores perpetrados por alemães, poloneses, húngaros, franceses, búlgaros, romenos e tantos outros europeus, agindo ou se omitindo enquanto crianças, mulheres, idosos, homens, sábios, idotas, sacerdotes eram dizimados, fez a culpa aflorar.

Os europeus permitiram que os judeus fossem abertamente humilhados, despidos de individualidade, de descência, de dignidade, e finalmente brutalmente assassinados seja por bala na nuca, envenenamento, experiências médicas ou em Câmaras de gás.

Enfim, o peso histórico demonstrado acima não pode ser esquecido para se colocar em contexto a discussão sobre o futuro de Israel.

Da mesma forma, não se pode esquecer ou esconder o sofrimento palestino. Eles foram remanejados no território, sempre foram rejeitados por seus "irmãos árabes", sendo vistos como a escória da região, muitas vezes pelos israelenses, mas principalmente pelos seus amigos árabes, que lhes imputaram sempre o papel de moeda de troca, nunca de povo.

Enfim, os EUA tentam - buscando justificar um Nobel da Paz prematura e equivocadamente dado a Obama - resgatar alguma esperança de paz na região, mediante a criação de dois estados distintos e vizinhos.

Os céticos dirão que não há futuro nas negociações. Eles sempre foram assim.

Os otimistas, dentre os quais me incluo, acham que uma nova onda de boa vontade tem como trazer bons augúrios à região, tomada psicologicamente pelo derrotismo e ódio.

A única previsão sensata e possível me parece a seguinte:

Se as negociações evoluírem para dolorosas concessões de ambas as partes, o caminho da paz estará mais perto, mas os radicais se farão ouvir e atentados, ameaças ou até mesmo uma Intifada ocorrerá.

O teste de resistência virá quando um compromisso for colocado sobre a mesa, engajando as partes.

O governo democrático de Israel deverá fazer sua parte, permitindo a criação do estado Palestino ao longo de sua fronteira, respeitadas as zonas de segurança, o bom senso e a independência.

O governo Palestino (democrático?) deverá fazer o mesmo, mais MUITO MAIS, pois fundamentalmente deverá parar de gritar no mundo todo que Israel não tem o direito de existir, que Israel não existe e que a Palestina é una, dos palestinos.

Duvidar da sinceridade das pessoas é feio, mas o empecilho maior nessa negociação é acreditar que os palestinos, finalmente, abrirão mão do ódio em troca de uma paz em convivência com um inimigo que se doutrinou a odiar por gerações.

EGITO

A coisa está horrorosa no Egito. A irmandade Muçulmana provou o poder e agora caiu na clandestinidade. Os caras estão mais raivosos que nunca, mas possuem uma certeza: jamais retornarão ao poder.

Os militares deram um golpe no golpe. Nada foi democrático.

Morsi foi eleito pelo medo e militância islâmica, não democrática. Ele foi eleito por menos de 40% dos votos, em um país dividido, querendo evoluir, com tendências ao laicismo.

O retorno à idade média, pregado pela irmandade, não é aceito pela população. Os fundamentalistas fazem barulho, promovem atos violentos, mas são minoria. Não são realmente apoiados pela maioria e democracia é isso: minoria coexiste com maioria, aceitando que seu ponto de vista não impera.

A União Européia, como sempre... temerosíssima dos árabes, pois se criarem problema a Europa implode, em virtude da elevadíssima taxa de natalidade dos muçulmanos e inserção social que possuem, tentou jogar panos quentes. Condenou o "golpe" na Irmandade e pediu para falar com Morsi. Resultado: a emissária ouviu o discurso do ódio e desistiu de sua causa perdida.

O Egito se manterá em rota auto-destrutiva por bom tempo, empobrecendo-se. Mas há esperanças melhores agora, com ordem e controle dos radicais, que antes, com Morsi, que atraía para si o confronto com Israel, com os EUA e a disputa hegemônica da região, perante Turquia e Irã.

Enfim, água fria na panela fervendo não é má idéia.

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