Governo versus Médicos

Pouco mais de um mês atrás, o Governo iniciou uma cruzada contra os médicos brasileiros. Achando-se a melhor estrategista do Brasil, Dilma mandou e seu Ministro da Saúde sancionou, de olho nas eleições do ano que vem, em que ele mesmo se fará candidato, medidas impondo a mudança das regras na profissão médica.

A guerra estava somente se iniciando.

Escrevi a respeito e retorno hoje em virtude da paralisação noticiada aqui.

Este é um governo que pensa estrategicamente, maquiavelicamente, em quem pisará no próximo ato.

Ao invés de negociador, esse governo é autoritário. Adota práticas autoritárias, no melhor estilo soviético-cubano, quase mesmo do paredón. Emparedaram os médicos...

Os médicos devem parar. Devem inclusive, em toda oportunidade que tiverem, diante de autoridades do governo federal ou de partidos que apóia a coalição Dilma, deixar de lado o estetoscópio e envolver-se em política.

Não é apenas o interesse dos médicos que foi violado. Esse é o erro absoluto da leitura que faz Dilma, seu ministro-pária, e sua equipe. O interesse brasileiro, a liberdade de prática profissional, de formação, a defesa da soberania nacional, diversos bens e direitos muito caros ao brasileiro, foram e vêm sendo violados pelo Governo Federal.

A oposição se calou por muito tempo. Precisou do grito das ruas para achar a porta de saída, e finalmente, parece, sai do armário para fazer barulho.

As eleições se aproximam a galope. Ano que vem será um ano de batalha.

O Governo, falseando dados econômicos, falando para sermos avestruzes... mas sabemos bem onde querem chegar. Devemos circular a informação por todos os cantos do país, do planeta, sobre qual a intenção de Dilma e sua turma.

Eles querem subverter a ordem do país. Querem continuar tomando de assalto nossas instituições, destruindo barreiras à sua revolução silenciosa que quer transformar o Brasil em uma república socialista onde o poder central comandará nossas vidas.

Os médicos não podem tombar.

Não podemos abandoná-los.

Vocês ouvirão dizer, de várias fontes, que os médicos estão sendo corporativistas, que só pensam em si mesmos, que rejeitam a excelente Bolsa do programa populesco chamado Mais Médicos.

Vocês verão reportagens informando que os médicos que protestam são da elite. São ricos. São fazendeiros. São sangue-sugas da sociedade.

Não se deixem enganar por falsos fatos ou versões.

Os médicos brasileiros são heróis. Penam no dia-a-dia, sobrevivem com convênios e seguradoras que pagam super mal, glosam exames, demoram para pagar, ficam pendurados no SUS, sem qualquer condição de trabalho. Os hospitais privados estão quebrados, necessitando de investimento externo (a Constituição proíbe a internacionalização dos serviços médicos, hospitais inclusive, o que atrasa o setor), de incentivos financeiros para melhorar a prática médica e a pesquisa.

Os hospitais estão entulhados como o Youtube denuncia. Não há como trabalhar com decência neles, salvo raras exceções. E o governo põe a culpa nos médicos...

Fiquemos alertas.

O Governo Federal lançou a cruzada contra os médicos. Alguns se calarão, mas no fundo, o ideário é destruir aos poucos a estrutura, os pilares da sociedade organizada brasileira.

Podem me chamar de paranóico, de exagerado. Não tem importância.

Acho inconcebível toda a classe médica, por suas associações, escrever a carta aberta como transcrevi no link acima, declarando o Ministro da Saúde PERSONA NON GRATA e a Presidente Dilma não ter a honradez, a decência, a dignidade, e o respeito à classe que lhe salva a vida vez ou outra, de demitir tal Ministro e de administrar a crise que eles mesmos, em Brasília, causaram.

O que ela fez? Exatamente o contrário. CONFRONTOU A CLASSE MÉDICA, impondo goela abaixo um plano que muda completamente a ascenção e formação desse profissional no mercado.

Sou eu o paranóico? Se isso não se chama golpe (lento, rápido, escondido, às claras, aí entram as variações sobre o mesmo tema), então o que seria?

Olhem o Egito. Lá o cara, fundamentalista, quis mudar a Constituição, impondo seus valores.

Vejam o que aconteceu.

Não quero, não desejo, não sonho em um golpe militar no Brasil (o último foi muito recente e deixou marcas péssimas na nossa história). Mas que um levante contra o que está acontecendo em Brasília é necessário, e os médicos, querendo ou não, são a base desse movimento, em um aspecto específico.


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