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Novas dimensões internacionais

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Definitivamente, o mundo atual é bilateral. O multilateralismo representado pelas instituições originadas em Bretton Woods e a ONU estão em franca decadência aos olhos dos países mais influentes do mundo. Aí se inclui a tardia OMC, que desde 2001 patina em busca de prestígio e exclusividade para questões ligadas à governança comercial global. O mundo em desenvolvimento pugna pelo multilateralismo. O problema é que, ao terem obtido voz e dominarem razoavelmente os métodos de diálogo, seu peso majoritário nas instituições multilaterais tem servido não apenas ao benéfico movimento de nações pobres ou em desenvolvimento se fazerem ouvidas. Elas tem adotado políticas ideológicas e, como seria natural, trazem consigo, ao assumirem maior responsabilidade na cena internacional, sua própria cultura que é marcada pelo autoritarismo, descuido com o interesse coletivo e insensibilidade para questões diplomáticas. O leitor está bastante familiarizado com Trump, que mais parece um elefante na ...

Educação continuada entre fundamentos e técnica

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O mercado de trabalho pode ser extremamente cruel, especialmente para com desatentos e acomodados (mas não exclusivamente para estes), independentemente de sua idade. O modelo antigo e antiquado de aprendizado visava a obtenção de um diploma, pelo qual o ofício aprendido era atestado por algum tipo de entidade certificadora. A profissionalização tem origem nas corporações de ofício, organizadas sob autorização imperial em que a reserva de mercado era garantida e sua violação punida com extremo rigor. A diplomação é um resquício das corporações de ofício, pois se por um lado atesta que uma pessoa cumpriu créditos e teve notas suficientes confirmando ter aprendido algo, por outro lado é uma barreira diferenciando quem tem formação formal daquele que conhece o ofício na prática. Seria uma falácia dizer que uma profissão se reduz a um diploma. Talento, vocação, sensibilidade e tantos outros atributos fazem um (bom) profissional. Imigrantes qualificados sofrem muito com o formalismo...

Já que o Rio não reage, reagem por ele?

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A situação dramática pela qual passa o Estado do Rio de Janeiro demanda intervenção externa, mas não é por aí... O Rio é o que se chama de estado falido, tradução literal do FAILED STATE. Não diz respeito apenas a dinheiro, pois o termo FALÊNCIA, nesse caso, cobre todos os aspectos da vida carioca e não apenas o financeiro (um dos pilares do problema). A violência havia falido o Rio muitos anos atrás, mas como o dinheiro do petróleo e os investimentos com jogo isso, jogo aquilo (Panamericanos, Olimpíadas, Copa do Mundo...) faziam a economia girar, os bandidos tinham renda certa. Com a quebradeira econômica, o bolo ficou muito pequeno para bancar a bandidagem, esta acuada com as ações pacificadoras em favelas. Como bandidagem incluo parcela da polícia, como aquela que matou a juíza que havia descoberto o esquema de um grupo e os perseguiu à letra da lei. Resultado: mais violência, muita pressão sobre todo mundo. Bandido passou a ser exigido a produzir mais lucro aos chefões,...

Um lesa-pátria que não prestou contas de seus atos

Quem opta pela função pública deve responder por seus atos.  Quem comete atos de má-fé, cruéis, subversivos, desagregadores, assume o peso das consequências. Não iria publicar mais hoje, devido a afazeres profissionais e acadêmicos, mas a notícia me veio expedita e preciso lembrar algo, antes que esfrie. Hoje morreu Marco Aurélio Garcia. O ideólogo por trás do Foro de São Paulo, melhor expressão do mau-caratismo da esquerda ditatorial latino-americana, partiu sem pagar a conta. Ele deslocou o Brasil para se alinhar a revolucionários islâmicos visando destruir o modelo de sociedade ocidental, onde estivesse. Sujeito inteligente, altamente manipulador, teve razoável êxito em suas iniciativas, além de fiéis macacos de auditório. Eu escrevi esse post sobre esse sujeito, que merecia ter sido estudado e julgado pelos seus crimes de lesa-pátria, junto com seus parceiros no crime: Lula, Dilma e outros que ainda estão vivinhos da silva, articulando a desarmonia na região, que...

O homem com H

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Sou fã desse cantor, não apenas pela sua belíssima voz, presença de palco e escolha de músicas, mas também por sua auto-afirmação, sua relação bem resolvida consigo mesmo, a sociedade e a política. Daí, eu achar adequado transcrever entrevista em que diz tudo o que precisa ser dito sobre vários temas.  De uma lucidez magistral, inspiradora. Homenageado do 28º Prêmio da Música Brasileira, em meio à turnê mais bem-sucedida de sua carreira ("Atento aos Sinais", iniciada em 2013) e com inúmeros projetos paralelos, tanto na música quanto no cinema, Ney Matogrosso, 75, está claramente numa fase luminosa. Em momentos como este, é fácil esquecer que o cantor trilhou um caminho pedregoso até se estabelecer no cânone da MPB. Se teve sucesso imediato com o grupo no qual estreou, o Secos e Molhados (em 1973), quando partiu para a carreira solo, dois anos depois, Ney apanhou. Da direita "careta", da esquerda "machista pra caralho", dos críticos "impla...

Lei ANTI-DESPACHANTE, também conhecida como lei 13.460/17

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Para muitos, passou desapercebida a publicação da lei sobre a  participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos prestados direta ou indiretamente pela administração pública. Acho que é um grande avanço , pois ainda que o Código do Consumidor previsse aplicar-se ao consumo de serviços públicos, faltava algo objetivo para reger a relação consumidor de serviços públicos e o estado brasileiro. A modernização do estado brasileiro é uma necessidade, inclusive para progressivamente fazer desaparecer o que me parece a melhor representação do terceiro-mundismo: os despachantes. O cidadão precisar de um intermediário para obter serviços públicos, para mim, é um sinal acintoso de ineficiência. A lei vem para melhorar essa relação, portanto, didadicamente vou transcrever seus pontos mais importantes: DEVERES DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS Será promovida a adequada prestação dos serviços, devendo os agentes públicos e prestadores de serviços públicos obse...

Brasilianistas e bobagens fundamentais

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Tenho lido vários jornais brasileiros, especialmente o Estadão, trazer opiniões de diretores de institutos de pesquisa estrangeiros focados no Brasil. São todos gringos que estudam, comparam o Brasil com outros países, alguns viveram um pouco ou ficam viajando ao Brasil. Eles se esforçam para traduzir o que é o país, de forma generalizada e maniqueísta (obviamente pela limitação de seu contato com o país, no tempo e grupos frequentados) a outros gringos. Conheço vários brasilianistas e acho seu trabalho extremamente útil, só que usar esse pessoal para emitir opinião sobre o que está acontecendo e vai acontecer no Brasil, me parece o fim da picada editorial. No país administrado a milhares de km da população - Brasília é um erro e a concentração de poderes lá é um absurdo gerencial - a distância entre demanda e gente com poder para agir já é desastrosa. Municípios e estados deveriam, num novo Pacto Federativo, assumir responsabilidade sobre suas populações (política e economicam...

Resolvedores ou problematizadores

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Chacrinha, um antigo comediante da televisão, que minha geração assistiu na infância, disse algo que ficou famoso: EU NÃO VIM PARA EXPLICAR. EU VIM PARA CONFUNDIR. Ele era um excelente comediante e comunicador das massas, que visava estimular seu público. Conseguia isso com maestria. E um governo? Ora, governos existem para organizar, para explicar. Jamais para confundir. Posso citar diversos cientistas políticos e filósofos que embasarão seus ditos e escritos em documentos antigos, pesquisas de campo, etc. mas algo é óbvio até para o sujeito mais ignorante da terra: se há Estado, há menor liberdade individual, mas isso se justifica porque tudo fica melhor organizado. A coletividade organizada é melhor que qualquer bagunça, pois ninguém honesto dorme, come, vive, estuda, prospera no caos, na anarquia. Uso essa analogia cômica apenas para nos trazer à reflexão. À razão. Anda-se confundindo muito ESTADO com GOVERNO. E todo populista gosta de fazer isso. Quem não se l...

Ah, não! Os mesmos de sempre!

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Caramba! Em setembro do ano passado escrevi esse post  antes mesmo de eu ser galgado a blogueiro do portal UAI (coisa que não sou mais por reclamação de petistas, que parece compraram os Diários Associados por debaixo dos panos, tendo um certo senhor de Montes Claros na parada). Eu descrevia como estava tudo contaminado, como era necessário desapear esses parasitas da política brasileira que não a deixam oxigenar e ajudam a espantar novidades no tema. Vou postar outra foto dessa turma, para que fique bem explícito Pois não é que eventual sucessão de Temer (a quem a imprensa e os donos do Brasil parecem ter decretado a morte prematura) está passando, segundo manchetes dos principais jornais, pelas mãos dessas mesmas pessoas, TODAS vinculadas ao passado desestruturador da política e da ética nacionais? São as tais forças políticas? Mas... que forças? Aí eu me pergunto: onde estão os novos nomes brasileiros na política? Onde está o tão alardeado PARTIDO NOVO e vários d...

ELES e NÓS

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Ao escancarar as práticas espúrias de políticos tradicionais e de envergadura, até hoje silenciosos quanto aos crimes do PT (aliás, desde o Mensalão... 2005, quando Lula tinha que ter sido impedido), fica claro de que lado estão os políticos: deles mesmos. O momento indica estar nascendo uma nova consciência nacional: A LEI É IGUAL PARA TODOS e NÃO EXISTEM MAIS SEGREDOS NA ERA DO SMARTPHONE. Lamento pelas famílias dos envolvidos, pois é uma vergonha descobrirem os crimes de seus parentes, mas é necessário que colaborem para elucidar os fatos, sem prejuízo de se defenderem vigorosamente caso inocentes. O silêncio é ensurdecedor. Silêncio do FHC, que pôs todas as fichas no Aécio. Silêncio do Serra, que está acuado desde antes de deixar o Ministério. Silêncio do Renan, que deve estar avaliando como tirar proveito disso tudo, se também não for objeto de mais uma denúncia (apesar de calejado). Enfim, os donos do poder, os donos do Brasil, PRECISAM descobrir que não estão acima do ...

A difícil tarefa norte-americana

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Há décadas que não anda nada fácil viver nos Estados Unidos. Ir como turista é uma coisa, já a realidade é absolutamente diversa. E como em qualquer lugar do planeta (ou como visto há pouco tempo no Brasil), é a economia que impulsiona o discurso político e a escolha dos eleitores. Um assessor de campanha de Bill Clinton bem percebeu isso quando buscava a vitória sobre a reeleição de George Bush Pai, após a crise financeira de 1992, o que pode ser conferido aqui . História: vitoriosos após a Segunda Grande Guerra, os EUA emergiram como superpotência sombreando outras nações do planeta. A Europa apenas ressurgiu das cinzas unificada, já que as antigas potências colonialistas, como França e Inglaterra, jamais recuperariam seu brilho individual como nações hegemônicas em suas esferas de influência no mundo melhor informado e mais livre. Do Mercado Comum Europeu, constatou-se que apenas a unificação, inclusive monetária, maquiaria o Velho Continente, que hoje luta para manter-se de pé ...

Publicidade governamental: um absurdo bem brasileiro

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Diante dos ventos de mudança resultantes do Impeachment e do discurso dos candidatos, há algo que pode ser abordado de imediato, com resultados positivos imensos. É preciso acabar com a publicidade governamental, na maioria das vezes travestida em propaganda do político. O Brasil já melhorou bastante nesse quesito, pois sou da época em que se anunciava o nome do governador ou prefeito na TV e nos jornais, ao invés de falar da Prefeitura ou do Estado tal e tal. Vou exumar alguns corpos agora, mas é necessário para o leitor vislumbrar o absurdo que ainda impera no país que gasta muito mal o que arrecada na marra, dos brasileiros. Vou ressuscitar o Lula e a Dilma (outubro é o mês do Halloween e das Bruxas, portanto que venham os ZUMBIS). Leia essa reportagem publicada há mais de um ano pela revista-porta-voz das esquerdas quando eram donas do país. Sim, a Globo recebeu nos anos Lula e Dilma mais de R$ 6 bilhões em publicidade ... Essa mesma Globo da qual Lula, o mentiroso safado...

O Brasil atrás das grades

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Palocci, preso. Mantega, preso. Diretores da Petrobrás, presos. Outros mais petistas, presos ou sob risco de serem presos. Políticos do PMDB, presos ou sob risco de serem presos. Políticos do PSDB investigados. Acionistas e diretores da OAS, Odebrecht, Mendes Junior, Andrade Gutierrez, presos. Eles se juntam aos brasileiros, que estão presos há décadas. Como assim? A violência brasileira atinge a todos, por todos os ângulos. Resolvi hoje explorar um pouco essa violência brasileira que a todos afeta e incomoda. É a violência urbana que ceifa vidas por meio da absoluta ausência de confiança e funcionalidade do aparato de segurança do estado, exigindo que cidadãos escondam-se atrás das grades para fugir da bandidagem armada. Como um amigo indicou, não se trata de Guerra Civil (onde todos os lados tem acesso a armas e as usam), mas de Massacre (pois o cidadão é indefeso) que faz 60 mil mortos por ano no país, como indica o estudo do Instituto Sangari, que você pode ler clica...