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Ditadores (não assumidos) sempre equivocados

O grande erro A reinvenção do delito de opinião, nos últimos anos, fez mal ao país Por Fernando Schüler "Muito já se escreveu a respeito daquela frase da ministra Cármen Lúcia sobre os “213 milhões de pequenos tiranos”. Acho que entendo o que ela quis dizer. Algo na linha: ninguém é bem dono de sua liberdade, então temos que regular. Está o.k., a liberdade de expressão é sempre regulada. Mesmo nos Estados Unidos, pátria da Primeira Emenda, há uma regra: ficam de fora discursos que geram um perigo “claro e imediato”. O que se protege são ideias, opiniões, ainda que bizarras ou “tirânicas”. E é aí que mora o problema. Se os cidadãos são de fato tiranos, então precisamos mesmo de um imenso Leviatã para dar conta da confusão. Agora com uma penca de big techs como tentáculos, fazendo o trabalho duro da censura, sob pena de responsabilização. Depois de anos amaldiçoando os algoritmos, quem sabe finalmente descobrimos que era exatamente de algoritmos que precisávamos. E com delegação ofi...

Marco Civil da internet no Brasil

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Parece que o STF, no Brasil, irá responsabilizar as plataformas pela publicação de opiniões e fatos de seus usuários, impondo a censura. É uma lástima. A justificativa que ouvi da Min. Carmen Lúcia foi: " a lei é de 2014, portanto não existia naquela época a possibilidade de alguém escrever, em um canto do mundo, um artigo com informações falsas acusando um presidente de um país (sic), e não haver como responsabilizar alguém ". Ou seja, se eu reiterar o que eu e milhões de pessoas temos dito desde que o TRF4 emitiu seu acórdão condenando Lula como um corrupto, ladrão , é possível que o Google seja penalizado... ainda que o voto ao qual me refiro esteja disponível nesse link do próprio TRF4 . Transcrevo a decisão publicada em 2019: A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou hoje (27/11), por unanimidade, a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo referente ao Sítio de Atibaia (SP) pelos crimes de corrupção passiva e de lavag...

A esquerda e a política: nostalgia perigosa

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Influenciadores. Formadores de opinião. Instrutores. Sábios. Professores. Gurus. Todos acima são funções , não pessoas , às quais a sociedade dá crédito e legitimidade em razão da contribuição que podem dar à coletividade. Essa legitimidade advém unicamente da demonstração histórica de que a acumulação de conhecimento e experiências permitirá reduzir o tempo de avanço rumo à prosperidade e à civilidade em uma sociedade.  O ser humano, assim como qualquer organismo vivo, preza a preservação de energia. Daí dizermos que temos preferência pelo ócio. Sonhamos com fortuna fácil e vida prazeirosa, sem grandes esforços ou sofrimentos.  Nosso organismo nos tornou prevalentes sobre a terra em virtude da capacidade de armazenamento de energia. Onívoros, conseguimos converter quase tudo em energia e a despendermos gradualmente, permitindo irmos muito além da sobrevivência, sobrando-nos tempo para várias atividades, inclusive racionais.  Nossa civilização aprendeu a estocar, a prev...

Genocidas e passapanistas

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Dias atrás, caiu o véu já transparente do antisemitismo da imprensa brasileira, câmara de eco do atual governo espúrio petista, que destrói o Brasil desde 2003 em um projeto consistente, insistente e violento. Militante de esquerda radical, regiamente paga com dinheiro do contribuinte brasileiro, uma tal Eliane Castanhêde , oriunda da ala radical do jornalismo conhecida como Folha de S. Paulo, o Pravda brasileiro , mudou-se para a Rede Globo. A sujeita está no local certo, tendo assumido no ar, ao vivo, diante de "colegas" seu antisemitismo. Aquela que se auto-denomina jornalista e tem a pretensão de formar a opinião de seus (cada-vez-mais-raros) espectadores condenou Israel por proteger seus cidadãos dos ataques de mísseis dos inimigos da humanidade, falando só haver uma ou outra "mortezinha", em contraponto às "milhares de mortes" do lado dos terroristas e dos algozes pertencentes ao regime genocida iraniano, com os quais simpatiza abertamente. Para temo...

Espanha: assistimos ao início do fim do supremacismo esquerdista?

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Hoje é uma data importante aos espanhóis: a farsa esquerdista foi denunciada no Parlamento ao mundo, mas especialmente aos espanhóis, que já não aguentam mais uma agenda sectária, divisiva e corrupta. Socialistas ladrões tomaram o poder há sete anos por meio de estrategemas judiciais e criminosos. Os dias de banditismo governamental parecem contados, a julgar pela repercussão do discurso acima, que apenas ecoa protestos populares por todo o país. Pedro Sánchez é o primeiro-ministro socialista. Uniu-se ao judiciário espanhol e declarou anistia a corruptos para tomar o poder e manter-se nele. O uso de esquemas escusos, associação ao judiciário e lawfare é algo que os brasileiros de bem conhecem profundamente. O receituário tem sido idêntico, só que no Brasil a censura também cavalga rapidamente, com a criação de ministérios da verdade no judiciário e executivo, seguindo à risca o modelo Orwelliano da sociedade totalitária. A Espanha não se recuperou da crise financeira de 2008. Mais ...

Um novo Irã

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Com júbilo, iranianos mundo afora comemoram o que parece ser o início do fim do regime dos Mulás. Desde que tomaram o poder e impulsionaram o terrorismo global, os aiatolás iranianos armam seus títeres para que jamais o mundo conheça a paz, e sobretudo o estado de Israel. Milhões de iranianos fugiram do regime islâmico, dezenas de milhares foram mortos (e ainda são nas espetaculares execuções semanais onde são enforcados em imensos guindastes nas principais praças das cidades). O mundo passou a associar Irã a terrorismo. A algo sempre negativo, ruim, deixando de lado um legado cultural riquíssimo, representado pela tradição persa. Lá, não se fala árabe, fala-se farsi .  Os mulás obrigaram a população à adoção do árabe para serviços religiosos.  Seria algo como obrigar brasileiros a converterem-se na ponta da espada ao cristianismo, obrigando-lhes a frequentar missas em latim... Eu vivenciei a revolta ao uso de língua de dominação em meus trabalhos na Letônia, exatamente quando...

Conversão forçada

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DAS TREVAS À LUZ Na Era das Trevas (Idade Média), a Europa havia mergulhado em crise, esfacelada após a queda do Império Romano ocidental. Insegurança, violência, fragmentação política e crise econômica levaram o continente a um período de desagregação e desconfiança. Apenas a Igreja Católica permaneceu como elemento unificador sucedendo ao defunto Império, influenciando a nobreza e os soberanos no controle social, mas com divisões e má qualidade de vida. A partir do século 11, a Europa partiu em Cruzadas visando a expulsão dos bárbaros invasores da Península Ibérica e da Terra Santa. Isso apenas serviu para aumentar ainda mais o poder papal e a mão pesada e poderosa da Igreja sobre aquele povo. À desislamização européia seguiu-se a perseguição religiosa, o antisemitismo sanguinário, impondo-se o catolicismo a ferro e fogo: fogueiras queimaram não-católicos que se recusaram a converter.  Monarcas e a Igreja Católica se fundiam, naquele período feudal. A ficção do estado ainda não ...

A contínua decadência inglesa

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O PASSADO, meu passado Tive o privilégio de, em minha infância e pré-adolescência, viver e estudar no Reino Unido, mais especificamente em Londres.  Anos mais tarde, passei meses estudando em Cambridge, ainda na tenra juventude.  Mais de dez anos depois, fui agraciado com uma bolsa Chevening para cursar mestrado em Londres. Tudo foi extremamente útil, abrindo-me os olhos para novas realidades e oportunidades profissionais que palpitavam no meio dos anos 1990. Assim vi, no início da década de 70, surgir o movimento Punk , em que jovens excêntricos, com cabelos em pé em forma de estrela, andavam sobre sapatos de plataforma, demonstrando sua originalidade, sem ameaçar qualquer pessoa. Aqueles jovens representavam certa contra-cultura, escolhendo como se expressarem ao mundo. As bandas de rock criavam tendências e experimentos com equipamentos eletrônicos, o grupo Genesis sendo bastante popular. Compartilhei ainda com o povo inglês o medo dos atentados do IRA, iniciados sobre...

Mudar o mundo: o discurso do reitor woke

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Essa semana fui a uma cerimônia de formatura. Distribuíram-se diplomas a bacharéis, mestrandos e doutorandos. Foi em uma universidade francófona de Montreal, reputada por sua tendência extremista à esquerda, formadora de sindicalistas, recrutadora de militantes radicais, mas com excelência em certas áreas sobretudo fora das ciências humanas. Sua faculdade em administração de empresas é apreciada como técnica. Desejo relatar parte do ocorrido na formatura, sob minha lente. Formatura é sempre uma festa bonita, sobretudo na América do Norte. Há a tradição dos chapeuzinhos quadrados, lançados ao alto ao final do evento solene. Os formados dão urras! de alegria por terem concluído mais uma etapa do que deveria ser uma trajetória de aprendizado (auto-conhecimento, sobretudo). Como professor há quase 30 anos, regojizo-me ao ver a alegria dos formandos.  A quase totalidade terá se dedicado ao propósito original de entrar em uma universidade para abrir os próprios horizontes, capacitar-se ...