O rei dos banqueiros e a explicação revolucionária

Lula só foi solto da cadeia porque a elite empresarial brasileira, aquela composta por um punhado de famílias, assim decidiu e permitiu os estratagemas jurídicos que, em enorme exercício de contorcionismo judicial, mudaram códigos e precedentes bem assentados. O bandido a serviço da economia formal é o sonho de consumo de qualquer elite retrógrada... que se porte como uma protetora do status quo.

Enganam-se que tudo foi engendrado pelos togados, como muitas vezes se quer fazer crer. Eles são apenas meninos comportados, garotos de recado que entregam a encomenda dos manda-chuvas, em troca de mimos e grana, muita grana (e a garantia da impunidade, prestígio, etc).

Enganam-se ainda os que acham que os eleitos pela democracia indireta que rege o Brasil definiram alguma coisa (anti-)ética dos últimos anos, ou que houve qualquer clamor popular pela volta do pelego rouco, do jararaca que adora provocar emoções fortes.

Lula e seus asseclas, há muito tempo e como eu já escrevi e descrevi em artigos e posts nos últimos 20 anos, entenderam que muito melhor que roubar (como na época da guerrilha, inclusive Dilma citada por organização de assaltos a mão armada como se pode ver aqui) seria enriquecer banco, permitindo a concentração do setor e, de quebra, trocas de favores (se o leitor me entende...). Como numa dança carinhosa a dois, diz-se: tu coças as minhas costas, enquanto eu coço as tuas.




Para comprovar que o Lulismo é o regime dos banqueiros (mas, no discurso, é comunista), basta ver o retorno sobre o investimento que tiveram enquanto ele assaltava o país com sua horda:


O leitor questionará: mas então você é contra bancos e banqueiros?

Ora, claro que não! 

Defendo que o setor financeiro, essencial à economia de mercado, tenha liberdade para atuar. Só quero contribuir para que se conheça melhor a distância inatingível entre o discurso petista e a realidade que eles negam (ocultam, por meio de seus papagaios e fantoches).

A revolução dos pelegos é apenas um grito manipulador. Enriquecem-se, criam caos, mas não mexem com gente grande. Nunca. A covardia é o que explica a razão de, como répteis, associarem-se apenas à bandidagem, inclusive internacional vinculada a terrorismo sob todas as formas e agrupamentos.

A tal revolução social, dos costumes, é apenas bandalheira, baderna, putaria mesmo, com dinheiro de árduos trabalhadores que não tem idéia alguma, ou pouca idéia, do que se passa nos corredores do Planalto petista.

Sou um evangelizador da desregulamentação, da ampliação da concorrência por meio da disseminação do setor financeiro tanto geograficamente, quanto por produtos e serviços. 

Aplaudi quando o CADE colocou obstáculos na deglutição da XP pelo Itaú, anos atrás. Lamentei quando deixaram o Brasil bancos importantes como HSBC, Citibank, bem como pequenos e médios fecharam, incapazes de fazerem concorrência aos mastodontes do compadrio, os quatrocentões brasileiros (de família pertencente à tradicional elite paulista).

O objetivo desse post é apenas para trazer dado importante ao leitor curioso: em 2023 os bancos brasileiros somaram 144 bilhões de reais em LUCROS.




Sim, querido leitor, querida leitora, até a imprensa bancada pelo governo dissemina o dado:




O problema é o diagnóstico: juro básico não faz o lucro dos bancos explodir. O que faz explodir é o spread, a diferença entre o que o banco paga pelo depósito e cobra pelo empréstimo. O Brasil continua a ter o maior spread do mundo... e pouco vai mudar, especialmente em um governo... digamos... socialista ou, mais elegantemente, social-democrata (no nome, ao menos).

Bancos brasileiros têm conseguido apropriar-se de uma parcela excessiva do PIB, no Brasil. É uma distorção em que o rabo abana do cachorro, totalmente diferente de outras economias (inclusive vizinhas).

Em países melhor organizados, onde há eficaz gestão da poupança, inclusive no que diz respeito à idoneidade do funcionamento dos mercados, a obsessão de agências governamentais é sempre com a redução do spread, para que a riqueza não empoce, para que se crie um círculo virtuoso sobre decisão e circulação da riqueza.

Não é o caso brasileiro, em que a concentração decisória e de meios financeiros transforma o dinheiro em uma mercadoria quase inatingível ao ser comum: cara e rara, acessível a poucos.

Esse capitalismo de compadrio não se limita à reserva de mercado para commodities, transportes (sobretudo urbanos), agro e tantos outros. O setor financeiro substituiu a reserva de mercado que existia para as indústrias, não à toa os antigos industriais transformaram-se em banqueiros.

E assim, as poucas famílias celebradas nesse post determinam quem, como e quando os mandatários (eleitos?) roubarão, desde que continuem subordinando-se à agenda restritiva do avanço social e econômico de uma economia que persiste em viver em potencial, jamais atingível.




Mais lidos

Indignação e paisagens

EUA: o que não esperar

Qual é a do Brasil?

Auto-penitência e hábito científico

Meu amigo (imaginário) e os abusos de poder no STF

Insanidade brasileira - emprestada de JRGuzzo