Ocaso de Obama, ou: Síria e G-20

Não vou repisar as notícias que estamos ouvindo em massa, na mídia.

Quero apenas externalizar minha opinião da leitura das fotos e dos fatos, em continuidade ao que escrevi mês passado.

Obama perde a máscara. Do discurso vigoroso, poderoso, viril, resulta a inação, o sussurro do leão.

Acredito que apenas Jimmy Carter tenha sido um Presidente tão ruim para os EUA.

George W Bush foi um fracasso, agiu errado, distorceu fatos, mas perto do QI de Obama, Bush filho é um energúmeno. Sua incapacidade de dissimular fez com que o mundo (re)conhecesse rapidamente seu verdadeiro propósito e os fundamentos, motivações de suas ações e das águias de seu governo. Ele ajudou, com Alan Greenspan, a quebrar os EUA.

Já Obama é diferente. O negro de família queniana ascendeu ao poder máximo em um país tradicional. Ele só conseguiu, sabemos cá entre nós, devido a outro pedigree que inclusive permitiu que ascendesse dentro do próprio partido: Harvard e a carreira de sucesso como advogado, quando amealhou uma pequena fortuna.

O fato é que o mundo assiste, estupefato, não apenas às mortes cruéis na Síria. O mundo está perplexo pela ausência absoluta de coerência da maior potência bélica.

Um presidente que fala, grita, ameaça, como Obama, tendo demarcado a linha vermelha das armas químicas há mais de um ano, que agora ameaça ir adiante numa guerra, isolado, agora baixa a cabeça.

Chego à seguinte conclusão: Obama está mal assessorado, não por culpa dos assessores, mas pela própria prepotência. Ele tem uma capacidade intelectual ímpar, é inegável, ocorre que seu comando firme, vigoroso, mas seu histórico de vida e de ascenção, o tornam em alguém que não confia, que não ouve. O resultado é que também, aos poucos, ninguém passa a nele confiar.

Rússia e China, com seus regimes fortes, mas um pragmatismo histórico reconhecido, ao invés de engrossarem o discurso, agem. Agem colocando navios de guerra protegendo a Síria. Agem sabendo que a queda daquele ditador piorará a situação na região, com radicais islâmicos tomando conta. Agem ao deixar Obama totalmente à sombra dos fatos, sem capacidade de agir, reagir, nem ao menos se indignar.

Obama parece estar perdendo um dos grandes ativos que possuía: apoio popular. Ele joga para a galera (isso conhecemos bem, já que vimos de uma república populista de esquerda), avalia os índices de aprovação. Ele sabe que iniciar, sozinho e contra a maré (até Inglaterra correu...), o jogará no fundo do poço em matéria de popularidade. Ele não quer isso, daí ter jogado a decisão (que já havia tomado) no colo do Congresso.

Obama se desmascara. Os EUA expõem sua fragilidade política ao mundo. O mundo passa a achar que, realmente, uma potência militar assim não pode liderar a geopolítica.

O escândalo da espionagem só serve como cereja sobre o bolo. É uma cereja boba, podre, pois é claro que o mundo se espiona diuturnamente.Dissidentes vivos, como Snowden, provêm do Ocidente... dissidentes e jornalistas russos e chineses simplesmente são massacrados por sua polícia política. Essa é a diferença que, às vezes, parece que tem gente que não quer admitir.

Decadência?

É cedo para se tirar conclusões. Uma coisa me parece certa, pela atual proximidade geográfica com o Grande Irmão: Obama enterra sua história e a esperança em deixar um legado de paz.

Como diz meu tio-torto M.: revogue-se-lhe o Prêmio Nobel, pois de Paz ele não entende absolutamente NADA... Concordo.


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