Cenouras e chicotes
Para um asno andar, dizem que podem servir tanto uma cenoura, quanto um chicote. Se a motivação de pegar a cenoura não funcionar, então subjugar o animal irracional será a solução.
Não é surpresa para ninguém minimamente acompanhando o Brasil, sobretudo desde 2016, que a alta burocracia impregnada de aparelhamento promovido pelos partidos de esquerda o levaria ao fundo do poço.
Distantes do mérito, mas unidos na ideologia e no plano de enriquecimento pessoal, o país gerou milhares de Robin Hoods invertidos. Retiram recursos dos impostos para financiar-se uma máquina estatal ineficiente, corrupta, que ignora leis e a moral.
O Brasil vem se vagabundizando há duas décadas em relação a quase tudo: a ideologia substituiu o trabalho. Decisões administrativas são motivadas por cálculos políticos, ao invés do bem-estar da população. A alta cúpula judiciária decide sobre conveniências políticas, ao invés de resignar-se a melhor interpretar a lei visando um ambiente de harmonia social e absoluto respeito à moralidade, impessoalidade e publicidade (transparência).
Várias organizações, mas notadamente a ONG Transparência Internacional - que ainda guarda credibilidade se comparada a outras entidades ditas não-governamentais, infestadas de militantes radicais que prosperam no caos - informam que a imoralidade na administração pública anda insuportável. Basta uma rápida pesquisa ou palavras-chave no X.
A alta cúpula judiciária, último bastião de esperança para que vigore o império da lei, o estado de direito, e não a lei do mais forte autocrata, é constantemente citada pela ONG por ter-se transformado. Por detrás da aparência da nobre função, converteu-se em balcão de negócios sobre interesses políticos. Um ex-ministro do STF - Marco Aurélio Melo - sugeriu que a corte deixe de ser um ator político...
O discurso divisivo interno (e internacional) das lideranças de esquerda convocaram ao confronto, tendo até recentemente sido ignorado ou debochado por líderes das potências industrializadas.
O anão diplomático em que se torna o Brasil sempre que alguém do PT o governe está diante de um impasse. Não mais se pode dizer o que quer, sem consequências.
Ao ameaçar impor tarifa mínima de 50% sobre quaisquer produtos brasileiros importados aos EUA a partir de primeiro de agosto de 2025, o Pres. Trump rompe prática diplomática e utiliza a mesma retórica reincidente dos governos brasileiros petistas: a confrontação.
Os perdedores imediatos são empresários e trabalhadores de ambos os países, mas a rusga inter-governamental indica um problema muito maior.
No Brasil, um líder usa o próprio povo como escudo humano, não hesitando em dizimar segmentos da economia para preservar-se em repetição do seu modus operandi: a covardia política.
Em acirramento do confronto verbal iniciado na esteira da simpatia aos amigos ditadores genocidas, o Pres. Lula grita de cima de palanques há 50 anos e diz barbáries, idiotices a platéias cativas que insistem em ignorar o conteúdo odioso e o aplaudem.
Lula sempre cercou-se de anões, aparelhou o estado brasileiro de anões, fazendo-se sentir um gigante. Não mais.
As consequências da radicalização, a adoção do chicote para haver diálogo, ao invés de se utilizarem motivadores positivos - cenouras - entre os dois países, certamente gerará ainda mais radicalização e polaridade.
O Pres. Trump levou pancada nos últimos 8 anos - quando presidente e depois, objeto de uma lawfare impiedosa de seus opositores políticos aboletados no poder na era Biden, visando impedi-lo de concorrer e ganhar. Além disso, sofreu atentados contra a sua vida em plena campanha eleitoral, o que basta para ter-se identificado com o ex-Pres. Bolsonaro.
Ele desconhece que Bolsonaro já cumpriu seu papel histórico, que os brasileiros em geral o rejeitam, da mesma forma que rejeitam o discurso radical lulista.
A leitura de Trump sobre o Brasil parece estar equivocada, sobretudo sobre seu ambiente político interno ou que Bolsonaro seria escolhido para um novo mandato. O presidente norte-americano está se equivocando e deveria ter-se informado do recentemente esvaziado movimento convocado em apoio ao ex-presidente, que insiste em defender...
O tiro poderá sair pela culatra, alimentando ainda mais a sanha autoritária do governo e membros da junta de poder que comandam o país com caneta de ferro...
Diante da fraqueza político-eleitoral de Bolsonaro, esse gesto de força americano - assim como no Canadá - divulgado localmente como maldade contra o povo brasileiro (especialmente diante da boa articulação da imprensa e da academia em pintarem Trump como inimigo da humanidade) poderá auxiliar a união das forças do mal brasileiras (e internacionais).
Sabendo-se que a mentira repetida várias vezes convence muita gente. Sabendo-se que o receptor da mentira resiste em constatar e admitir que lhe mentiram, libertando-se, é possível que a máquina de propaganda lulista e anti-Trump ganhe energia, acelerando a venezuelização brasileira, já em curso.
Os próximos meses serão cruciais para o povo brasileiro entender o nó interno e internacional, mas as eleições estão longe de acontecer.
O empobrecimento, a reprimarização e precarização da economia, a aproximação com a China e parceiros perigosos anti-democráticos, como demonstrado na declaração dos BRICS ocorrida esse mês no Rio de Janeiro, tendem a aumentar.
Seria ótimo resgatar-se harmonia social, a primazia do bom direito e não aquilo que tiranos definem como sendo o seu entendimento do que se deve impingir a um povo.
A chance de o chicote mudar o Brasil é pouca, ao meu sentir.
Relações internacionais estáveis com os principais parceiros comerciais e, sobretudo, com o ocidente e seus valores - reflexo dos valores genuínos do povo brasileiro, em contraponto aos dos autocratas revolucionários que insistem no caos e na divisão - seriam desejáveis.
Só que com Lula no poder, a perspectiva é ruim. Muito ruim.
O que me faz invocar um apelo muito comum na história recente do movimento democrático brasileiro, já utilizado quando ele foi condenado e preso (tendo o devido processo legal sido absolutamente observado):
FORA LULA!
Colocação certíssima de um dos maiores jornalistas brasileiros sobre o clã Bolsonaro: