Giro rápido

Local, regional, global?

Distinguir entre qual assunto interessa daquele que nos afeta é o dilema diário de quem tem acesso à rede.

Se faz sol em Tóquio, pouco me interessa ou afeta.

Já conhecer a meteorologia de onde estou pode ajudar-me a programar tarefas, passeios, deslocamentos de bicicleta.

O resto segue a mesma lógica.

Dinheiro? Ora, se a economia do Québec, e mais amplamente, do Canadá, dão sinais de fragilidade; se os serviços públicos não dão conta da demanda, se há um número excessivo de pessoas sem habitação ou capacidade de contrair crédito porque não possui qualificação para empregar-se, todos são assuntos que me interessam e me afetam.

Política? Se os eleitos - sabe-se-lá como - na minha área permanecem insistindo em ativismo sectário, dogmático, destruindo empregos, forçando migração, contratando gente a rodo sem função clara, aumentam impostos insanamente sem correspondente melhoria nos serviços públicos, além de indignar-me, isso me afeta.


Já pensou?

Acho que 90% ou mais do que leio ou vejo não tem importância na minha existência e o esforço de foco é constante.

As mídias nos empurram assuntos e matérias que nada nos interessam ou afetam, ainda assim somos obrigados a passar os olhos para selecionarmos.

Por outro lado, muita coisa está acontecendo à nossa volta.

Pense, então, a respeito disso...

Rússia - Ucrânia: parabéns aos ucranianos que lançaram um ataque de drones inovador reduzindo a capacidade de bombardeios aéreos russos. Que coisa engenhosa! Colocaram os drones em containers que os postaram ao lado de aeroportos, lançando um ataque simultâneo. Não tenho idéia do resultado, mas parece inevitável que o estrago foi imenso em um país sob ditadura sanguinária de Putin que prefere continuar numa guerra insana do que retroceder e permitir a normalização das relações do seu país com o resto do mundo. Pena que não tenha sido expulso do BRICS (aliás, um grupo que é anacrônico).

França: novo regime Vichy? Os ataques em Paris na última noite, incluindo dessecração de sinagogas e entidades judaicas, nada mais são do que a constante apropriação de comemorações púbicas por gente comprometida unicamente com atos terr8ristas, empunhando as bandeiras odiosas e destrutivas de sempre (que o leitor conhece muito bem, bastando consultar poucas páginas no X, já que a maioria da mídia tradicional se acovarda em apontar o dedo aos algozes odiosos). Há paródias na internet sugerindo que existiria um Regime de Vichy de fato, em vigor, separando os franceses entre apoiadores de ditadura religiosa e os amantes da democracia participativa. Até quando essa balbúrdia persistirá? Onde está a autoridade? Os franceses estão contentes com esse caos?

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