De luzes e de sombras

O período em que vivemos é resultado de uma grande evolução da humanidade.

Fomos brindados, há pouco mais de dois séculos, pelo movimento Iluminista, considerando-se que a humanidade (ou o Ocidente, para sermos mais exatos) saiu das trevas da Idade Média (dogmatismo, feudalismo, opressão, etc.) para um período em que a ciência e o pensamento racional se sobreporiam ao misticismo.

Perguntei sobre o Iluminismo ao ChatGPT e ele me disse:

O Iluminismo, também conhecido como Era das Luzes, foi um movimento intelectual e cultural que se desenvolveu na Europa durante o século XVIII. Ele se baseou na valorização da razão, do conhecimento científico e do pensamento crítico como caminhos para a libertação da humanidade da superstição, da ignorância e do poder arbitrário. Filósofos como Voltaire, Montesquieu, Rousseau e Kant foram figuras centrais nesse movimento, defendendo ideias como a liberdade individual, a igualdade perante a lei, a tolerância religiosa e a separação dos poderes. O Iluminismo influenciou profundamente o desenvolvimento das sociedades ocidentais, promovendo reformas políticas e sociais que moldaram o mundo moderno.

As ideias iluministas questionaram as autoridades tradicionais, como a monarquia absolutista e a Igreja, propondo um modelo de sociedade baseado em princípios racionais e universais. O movimento impulsionou a Revolução Americana e a Revolução Francesa, sendo fundamental para o surgimento de democracias modernas e para o avanço dos direitos humanos. O Iluminismo também teve um impacto significativo nas artes, na educação e na ciência, incentivando o progresso e a inovação em diversas áreas do conhecimento. Embora o movimento tenha enfrentado críticas e tenha suas limitações, seu legado continua a ser uma referência fundamental na construção de sociedades justas e esclarecidas.

Os benefícios da racionalidade e o fim do dogmatismo constatam-se no salto na esperança de vida. Realmente, a humanidade vivia na Era das Trevas e encontrou a luz.


Além do encontro da luz proporcionada pela racionalidade, o pensamento lógico, a evolução médica e modos de organização política e social mais eficazes do que o modelo medieval, a intensa colaboração mundial em mercados livres proporcionou uma redução brutal da pobreza, comprovada no gráfico abaixo:


Diante de tais dados, pergunto-me: por quê muitos líderes de países ocidentais, correntes acadêmicas e influencers pregam pelo retorno à era das trevas?

Explico: por quê querem negar a ciência, ocultar dados baseados em ideologia e dogmatismo, negando fatos evidentes como a enorme diversidade e nível colaboração que a humanidade atingiu em nossa era?

Ditadura brasileira

O Brasil está, novamente, envolto no mesmo tipo de escândalo moral que vem marcando sua jovem história democrática, como se constata nesse artigo.

Altos magistrados todo-poderosos colocaram de volta ao poder um bandido condenado e agora, como não poderia deixar de ser, surgem novos capítulos da tragédia brasileira: denúncias de abuso de poder por altos magistrados, gravações, pedido de Impeachment e outros buracos negros que atraem energia, foco e recursos do sofrido povo brasileiro.

A imposição das trevas ao Brasil se faz sobretudo a partir da esquerda política, que jamais aceitou o processo democrático real, utilizando-o apenas para subverterem a ordem seguindo dogmas dos ideólogos que lhes motivaram e motivam.

O Brasil tem uma elite horrorosa, corrupta e feudal, que teima em impor as trevas negando a luz que, por brechas, sempre acaba por se revelar.

Acho vergonhoso, como brasileiro-nato, ver meu país de origem jamais conseguir livrar-se do atraso institucional, resistindo em liberar-se do automatismo de sua elite podre, que guarda o país nas trevas, ao invés de permitir recair luz sobre tudo e todos, coibindo abusos de autoridades, colocando bandidos na prisão, permitindo a sociedade a prosperar justa e harmoniosamente.

A criação de conflitos constitui a razão de viver, hoje, das esquerdas políticas ocidentais. No Brasil, elas criaram um aliança de poder fundada no aparelhamento do estado, tudo dominando. Como um bandido de rua, elas declaram: "Perdeu, Mané! Tá dominado!"

Como qualquer brasileiro que viveu o fim do regime militar na adolescência, eu via e sofria com o problema social, que julgava urgente e solúvel, mas as esquerdas se afastaram do povo. Já no poder, pela via democrática, assumiram a pior face de elites: corruptas, sectárias e dogmáticas sobre quase todos os assuntos, incluindo questão climática, ideologia do gênero ou organização econômica. Tudo o que vieram a tocar transformaram em lixo, salvo raríssimas exceções constituídas por personalidades fortes, honestas (raras...).

Ainda acredito em evolução, entendo que o legado Iluminista é mais forte do que as maçãs podres que permeiam tudo e todos.

Entendo que o benefício do racionalismo e do método científico, atualmente impregnado no pensamento ocidental e possivelmente também oriental, supera largamente as promessas vazias e as palavras-de-ordem da esquerda militante que nada mais entrega, além da destruição e da desagregação social, em seu delírio tumultuoso.

O Brasil provavelmente entrará, novamente, em crise institucional. Os poderosos entregarão algumas cabeças para, ao final, provarem a constatação do jornalista Jean-Baptiste Alphonse Karr, que ironicamente, em 1849, comentando sobre a política francesa, afirmou: "quanto mais tudo muda, mais permanece igual".




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