Canadá: a incompetência de quem nunca produziu nada comandando a economia

Um governo composto por uma elite encastelada e acadêmicos cheios de diplomas e idéias teóricas, sem nenhuma visão prática da realidade ou vivência não tem como dar certo em meu país de adoção em 2009 e torna-se uma preocupação global.

O retrato do Canadá atual está amarelado e triste. Se continuar no rumo atual, seu futuro é sombrio.

O país, desde 2015 liderado (???) pelo playboy que nunca trabalhou na vida, alçado à posição por políticos competentes em estratagemas eleitorais, aliado a um establishment comprometido com o fechamento da economia e a concentração de poder político e econômico, em detrimento da classe média, só empobrece, só decai.

Em meus 15 anos desde a imigração, consegui sempre manter-me de olhos bem abertos, já que vinha traumatizado de um país marcado pelo desmando, incompetência gerencial e profunda corrução. O país que escolhi para viver com minha família, constato, encontra-se em grave crise gerencial, de identidade e, sobretudo, moral.

Esse país tem conseguido seguir caminho similar ao do Brasil, a despeito de não ser o atual Primeiro-Ministro um bandido condenado pela justiça resgatado da prisão em vista do aparelhamento engendrado durante 22 anos.

Apesar de a fórmula de tomada do poder e de governança desastrosa serem idênticos (incompetentes unidos, altamente pretensiosos e ambiciosos, governando sob premissas falsas, querendo resolver problemas inexistentes, destruindo o que funciona, mas sempre "entre amigos") o risco ao Canadá é muito maior que ao Brasil. Sua pequena população e fragilidade econômica o colocam na lista de urgências mundiais a serem corrigidas.

Como não poderia deixar de ser, esses pretensiosos desconectados do mundo real não sabem gerenciar. O que se vê são ações truculentas (como na temporária e condenada pela justiça como ilegal Declaração de Emergência dirigida ao dissenso político interno, já tratada nesse post), comprando apoio midiático (pago pelo contribuinte) diante da incapacidade em oferecer harmonia e condições para o setor privado se desenvolver em toda a sua plenitude e vocação. 

Os sinais do fracasso se tornam evidentes a cada dia, mas sobretudo após a pandemia.

Dois gráficos publicados na semana passada demonstram inequivocadamente para onde estamos caminhando (precipício criado pelos incompetentes-pretensiosos-woke) ... exigindo correção de rota imediata.


Até o desgoverno atual assumiu o Canadá com sua promessa progressista (e especialmente até chegar a COVID e as escolhas erradas ficarem evidentes), a inércia do país em continuar um caminho tradicional e equilibrado entre trabalhadores autônomos, do setor privado e do setor público se mantinha. 

Escondiam-se os efeitos da tendência de inchaço da máquina já demonstrada no gráfico abaixo.



Até o desastroso governo Trudeau, o Canadá possuía como marca em sua governança e regime político a baixa rotatividade de funcionários públicos quando havia troca de governo (totalmente diferente do Brasil, em que a cada eleição praticamente desmonta-se o estado para criar-se um novo, no melhor estilo de "terra arrasada"). 

Ou seja, até o atual governo chegar ao poder, elegia-se um novo governo para tocar o país, mas a grande massa de funcionários, a partir do segundo escalão, se mantinha praticamente intacta, fazendo com que houvesse continuidade em programas de estado, que pouco se confundiam com programas de governo. Ou seja, trocavam-se ministérios e alguns chefes, algumas centenas de postos, mas não a grande massa de funcionários, que mantinha justificados os investimentos feitos em programas de estado, que continuavam.

Desde 2015 tudo mudou.

A economia tem sido o ponto mais visivel, como indicado nesse gráfico:


Na área política, não é pior.

O governo federal do playboy, do Partido Liberal do Canada, ganhou em 2015 eleições majoritárias. Assim, entendeu ter recebido um mandato para transformar o país em uma autocracia onde o rapazinho despreparado e sua entourage poderiam fazer o que quisessem. 

A primeira baixa contra a truculência e os demandos foi a outrora festejada Ministra indígena, da Justiça e Procuradora Geral da Corôa Jody Wilson-Raybould. Ela foi expulsa do governo (a deslocaram de posto para forçá-la a sair) pois defendeu os interesses dos canadenses, acima dos interesses escusos do partido do Primeiro-Ministro.

Ela viu-se no centro de um escândalo de corrupção que detectou, envolvendo a multinacional da província de onde vem e é eleito Justin, o Québec, a SNC-Lavalin

Ao invés de mentir, algo que vai contra seus valores e sua tradição das primeiras-nações, Puglaas (chamada assim por sua tribo) manteve-se ética, não rompeu seu compromisso de sigilo a despeito das pressões insuportáveis, passou pelo inferno e desligou-se, dando sua contribuição de outra forma.

Ela escreveu um livro onde denuncia o modus operandi desse governo, sem o esperado condão de derrubá-lo (infelizmente e a despeito da gravidade dos fatos narrados). 

O livro merece ser lido pela objetividade com que expõe o narcisismo e a irresponsabilidade de Justin em tratar o interesse público, já que apenas ele existe em seu mundo fantasioso pago pelos contribuintes canadenses. 

É óbvio que Jody foi substituída por um vassalo do regime, e assim sucessivamente, onde a palavra de ordem é a proteção daqueles no poder, em contraponto à obrigação de servir aos canadenses.



aparelhamento do estado canadense tornou-se a marca desse governo, que apenas incha-o.

É incapaz de criar oportunidades de desenvolvimento econômico, posto que a maioria dos que possuem poder dentro do governo são inimigos do capitalismo, da livre-iniciativa, são ativistas radicais, teóricos ou acadêmicos que enxergaram o mundo unicamente pela ótica distorcida de uma realidade imaginada

Sem dúvida são gente inteligente, mas arrogante e pretensiosa ao acharem-se capazes de governar, quando deveriam ter-se limitado a dar palpites científicos e pontuais ocasionais, apenas quando eram chamados por quem sabe governar. 

Os escândalos de corrupção, as violações documentadas da ética parlamentar, os afagos em potências estrangeiras inimigas e os erros grosseiros na conduta da política interna e internacional comprovam o desastroso balanço do Partido Liberal canadense e dos parasitas-do-poder que lhe apóiam, dentro e fora do Parlamento.

Se certos eleitores justificaram o voto no boneco e seus comparsas como uma opção menos pior (algo muito conhecido dos brasileiros) do que a alternativa eleitoral, o resultado da escolha se vê por todo lugar.

Essa semana, mais um passo destrutivo está sendo dado no Canadá: a criminalização da prosperidade (essência do socialismo) com medidas fiscais exageradas visando pagar os prejuízos que a incompetência causa. Como em um vôo de galinha, insustentável por definição, a derrama fiscal causará pobreza e debandada de investimentos, como alertado por importantes chefes de indústria.

A ministra da economia, uma espécie de Rasputin canadense de origem ucraniana (com passado familiar colaboracionista com nazistas), é Chrystia Freeland. Ela foi jornalista econômica de publicações prestigiosas. Ela sempre assistiu ao mundo do alto, a bordo de classe executiva, equivocando-se na maioria de seus julgamentos sobre personagens e o mundo real, como a hilária (e trágica) passagem em seu livro sobre os Plutocratas. Nele, festeja o empresário brasileiro caloteiro Eike Batista como demonstração do futuro próspero ao país. Tal empresário criou um império ilusório destituído de substância e deu um golpe bilionário nos mercados brasileiro e internacional. A evidente ignorância da ministra sobre elementos fundamentais da economia real fica patente em seu livro. Ela tem como marca o deslumbre diante de miragens e sobretudo do poder.

Tal ex-jornalista, transformada em auto-declarada imperadora-de-fato do Canadá, criou para si o cargo de Vice-Primeira-Ministra. Além de imprevidente, passou a fazer experimentações econômicas desastrosas indo desde novos impostos à proibição do desenvolvimento da indústria de recursos naturais, no que é aliada a ativistas (que trabalham motivados pelo sentimento de vingança e destruição a uma indústria importantíssima) e teóricos.

Assim o Canadá, um riquíssimo país em sua natureza, tem atual governo que lhe faz naufragar nas iniciativas mais básicas, conduzindo sua população a situações degradantes.

As eleições ainda demoram, em virtude da incapacidade da oposição em chamar eleições  antecipadas e totalmente justificadas pela efetiva e real crise de confiança e de gestão em andamento.

Como para chamarem-se eleições é necessário um voto qualificado no Parlamento, a coalizão montada pelos Liberais os reúne aos Neo-Democratas e independentistas do Bloco quebeco, bloqueando atualmente o acesso às urnas... sobretudo diante de pesquisas que dizem que o Partido Conservador teria uma vitória acachapante. 

Assim, a democracia canadense está em pausa, pois a maioria esmagadora da população demanda por uma mudança imediata.

Então o Canadá vai ficar igual ao Brasil?

Não sejamos precipitados... a derrocada governamental federal canadense é realmente um desastre para o país, mas há uma diferença fundamental, importante, que apenas quando é negligenciada permite equivocado exercício de achar que Canadá seria um futuro Brasil.

O federalismo no Canadá é fortíssimo. Já a economia...

As províncias (equivalentes, no Brasil, aos estados) possuem enorme autonomia legal, fiscal, administrativa.

As leis constitucionais canadenses, sobretudo a de 1982, separam as competências entre o governo federal e das províncias. Dessa forma, a auto-determinação das províncias, muitas políticas são definidas localmente e não em Ottawa.

É por isso que o governo atual tem feito incursões e invasões de competência de forma agressiva. Faz parte do governo Trudeau um plano de enfraquecimento das províncias para concentrarem-se mais poderes em Ottawa e eles estão endividando as gerações futuras para conquistarem tal poder agora.

Ao proibirem projetos de combustíveis fósseis (tanto exploração, quanto óleo e gasodutos) os autocratas do governo federal atrapalham as economias regionais, sobretudo de Alberta, o Texas canadense em matéria de liberdade de iniciativa, baixos impostos, economia baseada em agropecuária e petróleo.

A reação tem sido vigorosa por várias províncias, sobretudo em Alberta.

Já no Québec, bastião do Partido Liberal há gerações, a autonomia constitucional conquistada faz com que seja controlado o atrito entre o federal e o provincial, mas não menos problemático. Ao se aumentarem impostos federais, certamente as já excessivamente taxadas empresas situadas no Québec terão mais motivos para se deslocarem, como uma certa empresa que conheci, empregadora de centenas de pessoas, que está progressivamente mudando-se para a Flórida (para a alegria, inclusive, dos funcionários que foram chamados para acompanhar-lhe, tanto pelo clima, quanto pelos baixos impostos pessoais).

A natureza busca a homeostase, o equilíbrio. Essa regra é imutável mesmo que alguns seres humanos brinquem de Deus ou Diabo. Integramos o ecosistema, não o comandando, portanto condições físicas e químicas sempre tenderão ao equilíbrio.

Ainda que haja um bando de gente incompetente fazendo estragos no governo do Canadá desde 2015, criando divisões artificiais e empobrecendo regiões para ganho político, fica claro que a tendência é o resgate da cidadania que Justin e seus militantes destruíram. Em algum momento, esse equilíbrio virá, o problema é o estrago duradouro.

A democracia é um regime interessante, melhor do que as alternativas, e se é para vivermos em democracia é chegado o momento em que mecanismos de controle precisam se aprimorar mundo afora.

Aproveitadores travestidos de políticos acharem que podem promover a engenharia social que suas ideologias propõem necessita barreiras mais poderosas que apenas eleições periódicas. 

No mundo das Fintechs, dos Apps, das tecnologias de monitoramento real-time das opiniões das pessoas (sobretudo dos dissidentes, como na ditatorial China), seria  útil haver um controle do governo, sobre os governantes.

Uma democracia semi-direta permitiria à população decidir sobre medidas que impactam diretamente seu dia-a-dia e o futuro dos seus filhos. Como se vê, o povo não pode esperar um calendário eleitoral para evitar ser levada ao abismo, como o governo canadense atual tem feito incansavelmente.






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