Carreata canadense contra medidas restritivas de direitos

Ele está sendo chamado de comboio ou caravana da liberdade.

O movimento foi iniciado a partir de quando o governo atual passou a impôr o passaporte vacinal aos caminhoneiros na fronteira. Note-se que o Canadá já vem sofrendo com algum desabastecimento causado pela ruptura das cadeias logísticas globais, exacerbado pelo encalhamento de um grande navio no Canal de Suez em 2021. O custo do frete multiplicou-se várias vezes, sendo uma das raízes da inflação agora constatada, além de diversas outras razões, como os gastos públicos excepcionais necessários ao combate à pandemia e a brutal redução no volume da atividade econômica.



Políticos da situação e as mídias (corrompidas ou de má-fé, em sua grande maioria) dizem que se trata de caminhoneiros anti-vacina, um grupo anarquista, que não representa a população canadense. Esse é um enorme erro, tanto da parte dos políticos da situação, quanto das mídias mainstream. 

Essa tática parece comum no mundo atual, onde a unanimidade parece buscar-se legitimar pela via totalitária daqueles que têm influência e poder, detestando e tentando calar vozes dissonantes. A falta de espaço à diversidade de visões e opiniões busca tornar o mundo em um grande filme em preto e branco.

O movimento canadense é formado por gente simples. Ele está se agigantando, reunindo frustrações de toda ordem por onde passa. São pessoas convencidas de que governos invadiram demais suas vidas, seu direito individual de escolher como viver (ou morrer, em alguns casos), ou mesmo se proteger da histeria coletiva causada pela grave Covid. 

É evidente que um movimento "do contra" congrega um matiz de cores e opiniões não-uniforme, mas nem por isso sem legitimidade.

A maioria desses caminhoneiros e seus apoiadores é composta por gente vacinada. Ainda que a mídia corrupta tente manipular a opinião pública contra esse belo movimento, constata-se serem cidadãos comuns, dando expressão pura do enorme descontentamento pelas medidas restritivas de liberdades impostas com naturalidade excessiva por burocratas, autocratas.

Se um meio-termo não se instalar, se a tolerância à diversidade não se impuser, se o diálogo continuar entre surdos, esse movimento se agigantará e virará político (já virou...). 

É interessante constatar-se que num mundo woke o politicamente correto ocorre apenas no discurso. Na prática vê-se o policiamento ideológico e a banalidade do linchamento coletivo. Muito se fala em proteger minorias, mas a minoria em matéria de opinião tem sido criminalizada, banida ou "cancelada". Tem gente que fala em "terroristas" quando a opinião é divergente... imagine só!

Mídia e governos estão martelando que liberdades individuais são algo ruim. Hoje, infelizmente, a hipocrisia e a contradição reinam, razão pela qual aplaudo de pé o movimento cidadão que questiona medidas autocráticas, contraditórias e, muitas das vezes, ineficazes.

Se a caravana da liberdade ensejará em moção de confiança contra Justin Trudeau, apenas o tempo dirá. 

A inépcia em lidar com mais uma crise indica que talvez o governo atual - que convocou eleições em plena pandemia, fazendo uma aposta  em cálculo eleitoral fracassado - esteja com seus dias contados.

Isso nos lembra necessariamente as sábias palavras de Mark Twain

Fraldas e políticos devem ser trocados com frequência e pela mesma razão.


NOTA publicada nos jornais nessa manhã: Primeiro-Ministro Justin Trudeau informou que, no dia da chegada da manifestação-monstro em Ottawa (sábado, 29Jan2022), ele estará recolhido em seu refúgio familiar por acabar de descobrir estar com COVID. Estimo melhoras.

Algumas fotos retiradas das redes sociais (atualizadas ao meio-dia de 28Jan2022 + 02Fev2022)












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