Perseguições seletivas e engrenagens de um mecanismo resiliente

ATUALIZAÇÃO EM 19/06/2023 - LEIA ESSE BOM E FUNDADO ARTIGO demonstrando que Trump pode estar posando de vítima (o que não seria surpresa), mas o argumento abaixo continua válido quanto à seletividade investigativa.

Hoje houve um anúncio sem precedentes na história ocidental: foi dado início a um processo criminal federal contra o ex-Presidente Donald Trump. Ele quase foi reeleito nas últimas eleições nos Estados Unidos e parece ter se apropriado indevidamente de documentos de Estado, descobertos em uma de suas mansões.

Desconheço detalhes legais se um ex-presidente pode ou não guardar documentos confidenciais do período em que governou. Sei que ex-presidentes têm direito (como no Brasil) a proteção 24h, pois detêm segredos preciosos e seriam úteis como reféns de nações inimigas (a terra ainda não é um paraíso e aqueles que se esforçam para que se torne um inferno têm tido bastante êxito). 

Eu imaginava que o ex-comandante das forças armadas, representante do país durante mandato democraticamente conquistado, com acesso a dados gravíssimos para sua própria nação, não seria obrigado a passar pela luz da caneta mágica dos MIB (também conhecida como Neuralyzer) ao encerrar seu mandato.



Parece que estou enganado.

Causa preocupação - mas nenhuma surpresa - que o ex-presidente mais narcisista e desafiador que os EUA parecem ter tido, combatido e odiado pela esquerda norte-americana e global, que prometeu drenar o pântano dos interesses escusos em Washington, continue sendo incessantemente perseguido por promotores e autoridades locais, além de boa parte da mídia. 

A velocidade com que os fatos tem acontecido nesse assunto conduzem à possibilidade de Trump tornar-se inelegível, posto que havia anunciado intenção de lançar candidatura à presidência. Há comemorações ocorrendo simultaneamente em diversas localidades do globo.

O precedente é perigoso para seu país, mas é útil a vários atores internos e externos. Caso condenado, serão confirmadas diversas narrativas que esses próprios atores criaram no decorrer do tempo, dando-lhes ainda mais poder e influência.

O atual presidente norte-americano e seu mecanismo conseguiram até hoje manter fora do foco das usualmente diligentes autoridades investigativas daquele país as operações suspeitíssimas de seu filho-problema, como notícias recentes reiteram. Fato é que vários potenciais acusadores do atual governante yankee limitam-se a externalizar críticas diante das câmeras, mas como sói em todo alto jogo do poder, integrantes do mecanismo eles mesmos pouco se importam se a ira do governo é direcionada, tanto que se não lhes afetem...

Toda essa trama encaixa-se bem no movimento de perseguição seletiva de conservadores, opositores-por-definição das esquerdas locais e globais que continuam, como destacado em recente post aqui, atuando em melhor e grande estilo stalinista. Utilizam-se do estado e dos recursos dos contribuintes para dizimarem opositores políticos (naturalmente ou artificialmente antipáticos, como Trump), enquanto adornam-se e a seus amigos de privilégios.

O paralelo entre Trump e, como dito por várias mídias, seu admirador e clone brasileiro Jair Bolsonaro, tem coincidência até mesmo na criminalização de atos de gestão e pós-gestão. No caso brasileiro, o absurdo é muito mais gritante: o atual presidente chegou ao poder por meio do aparelhamento do poder judiciário, legitimado por uma elite profundamente corrompedora e comprometida com a manutenção do status quo.

Eliminar conservadores do cenário político, com zelo em razão de possuírem elevadíssimas intenções de votos, tornou-se motivo justificado para várias pessoas destilarem seu ódio e criarem narrativas violentas.

Algozes abomináveis, "inimigos da humanidade", com todos os qualificativos que lhes tornariam alvo fácil da ira de pessoas que festejam a "Farra do Judas" com influência e poder, tem criado um circo que torna o jogo político ainda mais traiçoeiro, enojante, absurdo e previsível.

Se todas as pessoas públicas pagassem, todos na mesma medida e com o mesmo rigor acusatório e investigativo e exposição midiática por seus crimes, eu não veria problema algum com o que tem ocorrido com Trump, Bolsonaro ou qualquer outro político. Se fosse esta a (boa) realidade, Lula não estaria sentado no trono brasileiro e sim em cela de cadeia federal cumprindo 12 anos de prisão por ter furtado o cidadão brasileiro e engendrado o maior esquema de corrupção conhecido pela humanidade até hoje. 

Incomoda-me a seletividade dos acusadores e executores, que escolhem quem merecerá (ou não) o rigor da lei e das instituições...

Torna-se, então, intrigante questionar-se: 

Quem aplaude esses espetáculos contra opositores políticos não acha que o mundo apenas teria tons pastéis de harmonia se houvesse equilíbrio nas ações e forças que nele atuam?



Atualização em 12/06/2023: leia esse artigo esclarecedor.



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