A nova esquerda: nova?

Integrante de uma geração de brasileiros que cantou a liberdade em verso e prosa contra o regime militar que comandou o Brasil de 1964 a 1985, egresso da Casa de Afonso Penna, também conhecida como Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, onde tive mestres consistentes e engajados com o ideal da liberdade e da diversidade de opiniões, não me surpreendo com a atual esquerda política.

Ela usa métodos e linguagens parecidos em qualquer lugar do mundo.

Ela é (essencialmente) totalitária e censura opiniões contrárias, pois não prospera na diversidade, nem em um ambiente bem informado, ainda que se aproprie, como em qualquer doutrina totalitária e dogmática, da narrativa da inclusão.

Assim como o nazismo, fascismo, maoísmo, stalinismo, castrismo e tantos outros lixos doutrinários totalitários, calar opositores, destruí-los ou cancelá-los torna-se a única metodologia dessa esquerda política organizada, simpaticamente auto-denominada de progressista, que usa de todos os meios, legais e ilegais, morais e imorais, para se perpetuar.

Veja-se o que aconteceu há mais de um ano em meu país de adoção, o Canadá: fazendeiros, gente do meio rural, caminhoneiros e posteriormente seus simpatizantes urbanos, pelo país afora (foram milhões de apoiadores), insurgiram-se contra o passaporte vacinal que proibia a livre circulação de pessoas (um direito fundamental) por determinação governamental. Os caminhoneiros foram diretamente afetados pois não poderiam cruzar fronteiras sem prova de vacinação. 

Sob a desculpa da urgência sanitária e a convicção de saber mais do que o resto dos seus concidadãos (que jamais foram consultados a despeito da modernidade da internet), ao invés de adotar medidas racionais e holísticas, o governo (do Partido Liberal, equivalente ao PT) canadense (auto-entitulado progressista, mas cuja ex-ministra da Justiça, oriunda de povos originários, claramente denunciou como profundamente corrupto) declarou estado de emergência e mandou a tropa dispersar violentamente o protesto pacífico. O fiasco legal e político da medida fez o governo retroceder, mas não sem antes criminalizar a todos os que contribuíram ao movimento dos caminhoneiros, mesmo aqueles que fizeram doação de 1 dólar.


Com quase metade dos votos dos eleitores brasileiros em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro está a poucos passos de ser excluído da vida política brasileira. Não bastassem os esforços escusos da cúpula do poder judiciário e partidos políticos de esquerda brasileiros para sabotarem seu governo e sua campanha, o objetivo é encarcerá-lo, criminalizando um opositor do sistema.

Não que Bolsonaro seja o queridinho dos brasileiros ou tenha feito uma gestão impecável, mas boa parte da população brasileira queria (e parece ainda querer) no poder qualquer pessoa que não pertença ao Partido dos Trabalhadores e seus aliados como PSOL, PCdoB, PSTU e outros lixos totalitários travestidos de progressistas. Os brasileiros, sobretudo aqueles informados e honestos, sabem que o atual governo é composto de bandidos, gente condenada em diversos processos criminais e contra a administração pública, corruptos de elevada envergadura, ainda que as mídias (nacional e estrangeira) se recusem a informar leitores sobre todos os crimes do regime e de seus amigos genocidas, totalitários.

O procurador-herói da maior operação de limpeza contra a corrupção na história brasileira, Deltan Dallagnol, eleito deputado com mais de 300 mil votos, foi recentemente cassado em um julgamento-espetáculo promovido pelo Tribunal Superior Eleitoral. Grandes juristas independentes criticaram a falsidade e falta de fundamento do procedimento. Apontaram a ausência de motivação dos juízes superiores, mas como as cortes superiores transformaram-se em departamentos operacionais de progressistas, tendo-se cristalizado o ódio a qualquer cidadão que não idolatre a bandidagem petista, ignora-se a Constituição Federal, ignoram-se os fatos, as leis e as tradições jurídicas, incluindo as mais fundamentais.

E os algozes do povo brasileiro, aqueles que silenciam opositores e impõem seus ritos e visão de mundo a seus reféns, não se cansam.

Estão perseguindo o juiz da mesma operação anti-corrupção, a Lava-Jato, o atual senador Sérgio Moro. Buscam cassar-lhe o mandato, sob encomenda do ladrão-mor, que em rede de televisão avisou incansável determinação em expurgar da vida pública qualquer cidadão ou entidade que contrarie o regime imposto. Já foi inclusive sugerido que Moro exile-se para fugir da ira do regime e da vingança daquele que condenou e jamais foi inocentado.

Em breve, o Senado Federal reunir-se-á para aprovar a indicação de mais um juiz-ministro da Corte Suprema brasileira. Já se conhece o escolhido, a despeito de a indicação contrariar frontalmente princípios basilares da moralidade e impessoalidade em que deveria se fundar qualquer ato da administração pública (como a indicação e nomeação de um juiz). O advogado do ladrão condenado será transformado em herói jurídico, sendo alçado ao Olimpo da magistratura, sob olhares perplexos daqueles que, como eu, frequentaram uma boa Faculdade de Direito e absorveram valores sociais imutáveis.

E assim, o Brasil vai se afastando da civilização ocidental, da razoabilidade, da pseudo-neutralidade, esmagando opositores, impondo sua ditadura do bem, que encontra justificativas distorcidas em parte significativa da academia, mídia e certos meios em que a união se faz pelo ódio à diversidade e sobretudo ao que não é seu espelho...

E não se esqueça: essa esquerda que usa os mesmos métodos stalinistas quer que você se afaste do debate. Ela quer que você se sinta enojado, que sinta o possível ostracismo de pessoas à sua volta que resistem a enxergar a realidade (horrível) com que ela está se transformando. Assim eles realizam progressivamente a tomada absoluta e total do poder, para poderem te comandar com dinheiro que você pagou em impostos. 

Leia minha digressão sobre essa intenção maquiavélica (que intensamente buscam) clicando aqui.






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