O Salvador: um imaginário brasileiro, manipulável.

Manipular o imaginário brasileiro não é tão complexo como poder-se-ia pensar.

Além de sonhar com um Salvador da Pátria, o brasileiro sonha em abolir a corrupção e aquele que prometer tal feito, de forma mais crível, receberá votos. Simples assim.

Tendo sempre sido um país profundamente corrupto, a despeito das maravilhosas leis  e discursos que povoam sua história, o Brasil é como aquele time talentoso que jamais ganha um jogo. A frustração dos brasileiros de todos os matizes é constante.

Visitemos os mais conhecidos paladinos da moralidade da história recente brasileira.

Em 1960, Jânio Quadros exibia sua vassoura que varreria os ladrões da administração pública. Esse formato divertido e acessível convenceu boa parte da população, tendo-o eleito na esperança de salvação do país.



Jânio viria a renunciar à Presidência da República em 1961, sete meses após tomar posse. Daí em diante, a irresponsabilidade daquele demagogo iniciou a sequência desastrosa de fatos desagregadores, culminando no governo militar de 1964.


A Constituição Federal de 1988, dita cidadã, visava resgatar romanticamente a totalidade das dívidas sociais. A assembléia constituinte restituiu liberdades individuais aos brasileiros, criando um documento repleto de direitos, com poucos deveres, complexo e quase inadministrável, como se vê atualmente.

O primeiro presidente eleito pelo voto direto sob a égide da nova CF88 foi, novamente, um demagogo. Fernando Collor prometia erradicar os privilégios e a corrupção. O canastrão Caçador de Marajás manipulou perfeitamente o imaginário salvador brasileiro e obteve votos baseando-se unicamente na esperança eterna de um povo que sonha em ser menos roubado.


Manipuladores podem ter vida curta. Um dia a verdade se afirma e o castelo de cartas desmorona. Collor foi desmascarado não apenas como péssimo administrador público, mas como um grande corrupto. Seu ocaso culminou em seu braço-direito assassinado em circunstâncias obscuras, em uma casa de praia, levando consigo segredos tenebrosos. 


O mandato de Collor durou menos de dois anos. O sonho de um Brasil menos corrupto, com menos ladrão, havia sido sepultado.

Aí em 2002, há exatos vinte anos, vieram os manipuladores profissionais, os mais bem organizados das Américas, competentes em infiltrar mentes e corações... Assista ao filminho abaixo. Atenção, imagens fortes: recomenda-se aos mais sensíveis o evitarem.


Sensacional, não é?

O imaginário do brasileiro sonha com menos ladrões roubando-lhe, acha que surgirá alguém que não mais desviará recursos públicos ou administrará o estado em benefício próprio. O PT, com seus geniais marqueteiros (pagos a preço de ouro no exterior, sem declarar ao fisco brasileiro) surfaram na onda fictícia de um sonho inatingível e conseguiram convencer muitos brasileiros de que a mentira que contavam era verdade.

Lula foi eleito e logo no início de seu mandato estabeleceu o Mensalão. Um esquema bilionário de compra de apoio ao governo no Congresso com dinheiro do contribuinte. Todos lembram do Marcos Valério e do esquema revelado... lembram também que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso abafou tudo, dizendo que o país não suportaria mais um Impeachment (do Lula) por corrupção... Aliás, tal comportamento explica como Alckimin tornou-se Vice na chapa do Lula...



Inebriando o brasileiro com pão (Bolsa-Família) e circo (Jogos Panamericanos, Olimpíadas, Copa do Mundo... comprados por meio de corrupção), Lula conseguiu se reeleger pelo abuso da mentira, da dissimulação, manipulando o imaginário brasileiro de que era um líder popular comprometido com o país...

Aceleramos então para agora: 2022.

Lula, o grande corrupto, já que responsável pelo maior esquema de corrupção da história moderna, condenado em diversos processos, mas descondenado por tecnicalidades processuais encontradas por amigos - que ele mesmo indicou - do Supremo Tribunal Federal e a prescrição por idade, deseja apresentar-se, novamente, como paladino da moralidade, onde quem erram e roubam são sempre os outros.

Acho desnecessário desenvolver mais essa idéia escabrosa, ofensiva à inteligência de qualquer pessoa que não tenha passado por uma lobotomia...

É óbvio que Lula, o grande mentor e beneficiário da corrupção epidêmica durante 13 anos, é a razão do atraso e azar de uma geração de brasileiros. Expô-lo pelo que realmente é parece-me uma obrigação de todo brasileiro decente. 

Que se vote em qualquer pessoa, menos nele.

Os outros candidatos, inclusive Bolsonaro, postam-se como paladinos da correção, combatentes da corrupção... Isso é um perigo, pois a história costuma ser implacável com quem exagera virtudes visando ser eleito. Deve-se permitir sempre que investigações evoluam, que a transparência seja total e o nepotismo seja abolido.

Campanhas presidenciais brasileiras apelam muito para o imaginário anti-corrupção. Dos exemplos dados, quem conseguir convencer mais brasileiros de que não roubará (!) poderá receber mais votos e formar governo, administrando esse colosso de país.

Mas cá entre nós: sabemos que sempre houve e sempre haverá corrupção.

A escolha entre candidatos deve ser: diga-me se reforçarás o sistema e as instituições para, quando descoberta a corrupção, serem os envolvidos eliminados da administração pública (por emprego ou eleição). APENAS honestos deveriam possuir futuro no país, que afunda em corrupção desde sempre.

Segundo o Portal da Transparência, 2018 foi o ano em que mais sancionaram-se funcionários públicos por irregularidades, em um crescendo iniciado mais de uma década antes. O número vem caindo no governo Bolsonaro. Estaria então havendo menos atos de corrupção? Pode ser que sim, já que durante seu mandato não houve qualquer manchete substanciada (exceto as fake news) dando conta que chegou-se perto dos atos sistêmicos de roubalheira perpetrados por Lula e sua quadrilha travestida de partido político.

O bom administrador público deve deixar as instituições agirem, revelando e punindo exemplar e severamente corruptos. 

E quanto menos o estado estiver presente, menor a chance da corrupção... por simples dedução lógica.



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