A raiva coletiva contra Israel: tentativa de compreensão

Não cedo à tentação de achar que o mundo inteiro está contra o direito de o povo israelense defender-se contra ameaças existenciais, sobretudo após os atos terroristas indescritíveis, perpetrados no dia 7 de outubro de 2023 por palestinos integrantes ou simpatizantes do grupo Hamas.

Entendo que a maioria do mundo pensante tem empatia com um povo que possui mais de 130 cidadãos reféns nas mãos de monstros terroristas que conseguiram diversas concessões de organismos internacionais e governos a despeito de jamais terem deixado sequer a Cruz Vermelha ter acesso aos reféns, muitos dos quais já reputados assassinados.

Também não cedo à tentação de achar que a maioria esmagadora da população moderada e trabalhadora do mundo, por não se mobilizar em prol de Israel, estaria de acordo com a infâmia da violação do direito à vida e à paz duradoura violada reiteradamente - e com grande sucesso midiático - por radicais palestinos contra seus vizinhos israelenses (independentemente da religião desses, a despeito da maioria judaica).

Acredito que o ser moderado informado tem absoluto conhecimento que a bandeira radical palestina vive do sofrimento de seu próprio povo, utilizado como uma forma de refém na máquina eterna da própria vitimização para viver de doações internacionais e alimentar o ódio e a inveja incontroláveis de um país vizinho que clama pela paz duradoura.

É certo que há hordas barulhentas de ativistas localizados no Ocidente, financiados direta ou indiretamente por organizações com laços com terroristas e ideólogos da morte. 

Esses grupos bem organizados e endinheirados conseguem interromper atividades variadas, no que seria a tal Intifada Global, na maioria das vezes, felizmente, limitada a gritos, cartazes, barulho e ameaças verbais a quem não é espelho. Por vezes, as vias de fato levam a prisões, inclusive tendo sido registrada uma morte nos EUA, causada por um ativista palestino violento.

O problema é que há muita gente no Ocidente que tem grande tendência a ser influenciada, sendo contra tudo o que Israel faz (inclusive defender-se de ataques), focando apenas em comprar a versão de vítima construída em torno de todo e qualquer palestino, inclusive de seus bárbaros terroristas e simpatizantes.

O antisemitismo é um ódio antigo, alimentado pela covardia histórica típica de bullies, já que exige uma maioria contra uma minoria razoavelmente indefesa.

Quando constato que há mais de um bilhão de muçulmanos no mundo, das mais variadas estirpes e nível religioso, enquanto em Israel há pouco mais de 8 milhões de judeus, parece-me bastante evidente quem é o Golias, e quem é o David na antiga história bíblica...

A falta de reação vigorosa coletiva pela comunidade judaica selou seu destino europeu após a ascensão do Nazismo,  mais de 2/3 tendo perecido pela mão assassina pelo simples fato de ser de confissão judaica. 

A matança em escala industrial foi muito bem registrada, a despeito do desejo de vários povos europeus, especialmente os alemães inspiradores do Holocausto, terem destruído provas de seus inúmeros crimes. 

O Tribunal de Nuremberg serviu de palco para satisfazer aos mais ansiosos, mas deixou centenas de milhares de nazistas impunes. Muitos destes guardaram seus postos governamentais na Alemanha e, sob outra forma, em países europeus, administrando seus países por gerações sem pagar por seus crimes. 

E o antisemitismo, sempre insepulto, tomou nova forma perversa após a criação do estado judaico, em 1948.

Até 1948, o judeu típico era esmagado e humilhado, sem ter o direito de se defender. 

A grande diferença de hoje, em pleno século 21, é que o judeu atual, sobretudo o israelense, não mais é indefeso. Ele não aceita ser vítima de ninguém. Não se humilha, não aceita ter seu destino definido  por inimigos, pois a existência de um país próspero, organizado e um eficiente exército alteraram a equação de forma insuportável pelos que lhes odeiam sempre pelo motivo errado.

Resta entender o que os defensores da causa palestina desejam quando rogam pragas aos israelenses, gritando aos quatro cantos como desejam destruir aquele país, a seu sonho bíblico e aniquilar ao seu povo, lá e mundo afora, entoando o mesmo sonho genocida nazista dentro de novo pacote.

Aos que possuem o desplante de demonstrar publicamente seu antisemitismo, seu odio a um estado que defende seus cidadãos, que toma as ações possíveis e impossíveis para recuperar cidadãos sequestrados por terroristas sanguinários, vai todo o meu desprezo. A esses, não me dirijo.

Dirijo-me aos que possuem algo mais que apenas um cérebro de ameba, ou apenas um neurônio, que conseguem pensar, raciocinar minimamente, passando a compreender elementos básicos da existência em sociedade.

O mal pode causar muitos estragos, como tem ocorrido, mas a verdade e o bem sempre prevaleceram.

O tempo da cura pode demorar, a luz pode ficar oculta por muitos anos, mas a clareza dos atos morais de um país cujo povo, perseguido tanto na Europa quanto na África e Oriente Médio, apenas sonhou com paz certamente prevalecerá.

O sofrimento imposto por seres irracionais e imorais é um fato do mundo, mas seres de boa vontade e capazes de agir segundo princípios minimamente civilizados sabem que a pantomima vitimista é uma fachada ao mal.

Esse mal atual está compactuado por líderes de países importantes, mas mesmo assim é uma questão de tempo para o bem e a verdade prevalecerem.



As vítimas palestinas, aquelas inocentes, não os terroristas e seus apoiadores, são tão vítimas quanto todos, em Israel e pelo mundo, que sofrem com o fanatismo de homicidas que em nada valorizam a vida do próximo.

Por isso, lembro dos reféns que, se vivos, estão sofrendo torturas inimagináveis nas mãos dos monstros palestinos.

Em um mundo mais informado, justo e honesto, os rostos dos reféns estariam em todos os outdoors, em todas as janelas das casas, em todas as mídias sociais, com um clamor para que não sejam massa de manobra de terroristas.

Mas o mundo não é ideal. O mundo pode e tem sido cruel e injusto.




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