Reconstituição da cena do crime?

Pois é, cara/caro leitor/a,

um pouquinho mais da metade dos brasileiros que foram votar decidiu que quer ver a cena do crime reconstituída.

Essa tal metade deu o benefício da dúvida a um político que se autodenomina jararaca, que faz promessas em número apenas equivalente às expectativas não-preenchidas de boa parte dos brasileiros.

O brasileiro é um povo bom. É um povo crente. Acredita em sua imprensa, acredita em seu judiciário, acredita na promessa de um político profissional carismático. Não acreditar lhe tornaria a realidade insuportável... esse povo explodiria se conseguisse ver o horror do que lhe rodeia.

O brasileiro persegue sonhos, até mesmo depois de ter sido alertado e chacoalhado para uma realidade horrível: o país foi pilhado.

A corrupção, constato hoje, é um temor apenas para gente rica. 

Gente pobre não liga para ela, pois já que não tem nada a perder, acha que o dinheiro roubado foi de gente rica mesmo. Melhor assim, né?

Caso contrário, promessa de corrupto condenado e descondenado não teria sido validada e a eleição de 2022 foi apenas isso: a validação do crime, da impunidade e da aliança espúria entre oligarcas e a ralé.

E assim, confirma-se que a miséria moral e educacional é o motor de um país que já esteve no radar para integrar as futuras potências mundiais.

Resigne-se com tua mediocridade, Brasil.

Os dois candidatos eram ruins, mas você escolheu o bandido.

Aceite que boa parte de tua população prefere mentiras velhas.

Não resista.

Não esperneie.

Não fique bravo.

Você ainda tem o direito de desligar a TV ou o rádio quando passarem bandidos sendo adulados por autoridades, objeto de salamaleques e obséquios.

Se o crime compensa, pare de resistir. 

Imagine apenas que pode ser um bom negócio unir-se a ele.


(parece o Lula, mas não é. É você mesmo, seu espelho, se ainda acha que o Brasil tem algum futuro decente).

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