Brasil: jeitos de se ganhar um jogo (eleição?)

Sou um ex-esportista amador do volley. O esporte de equipe, fundado em técnica, rapidez e agilidade, fez-me muito bem e cheguei até a treinar com jogadores que posteriormente continuaram se superando e integraram a seleção brasileira de volley dos anos 80. Aprendi muito dentro e fora das quadras sobre competitividade.

Aprendi especialmente que, quando os adversários eram extremamente bons, melhores que meu próprio time, deveríamos conseguir ao menos devolver a bola ao campo adversário, esperando que errassem, se distraíssem, mantivessem-se convencidos de sua majestosa superioridade, desta forma ganhando ponto e, quem sabe, até mesmo o jogo todo a despeito de muitos pontos perdidos...



A mesma coisa ocorreu depois, quando migrei para o tênis, ainda que tenha o praticado em intensidade e qualidade muito inferiores à adolescência do volley. Eu sabia que, para ser competitivo, precisaria manter-me na quadra, no jogo. Eu deveria deslocar-me bravamente para pegar a bola, sem contundir-me, devolvendo-a da forma mais difícil possível, mas sem cometer erros básicos ou tentar matar o ponto (pois seria pretensioso, ciente da superioridade do oponente). No caso do tênis, eu queria mais divertir-me. Já no volley, pratiquei para tentar ganhar com meu time (petiz do Minas Tênis Clube), buscando superar-me e mostrar aos espectadores que eu era super esforçado.

A eleição presidencial brasileira pode ser comparada a esse ambiente competitivo-estratégico esportivo. Talvez toda eleição possa ser vista sob esse ângulo.

A despeito de eu não ser bolsonarista, não ter aderido a uma parte do eleitorado que venera (ou mesmo adora) o ex-capitão, já disse e repito que não consigo votar em ex-condenado por crime de corrupção e beneficiar sua gangue. E acho que várias coisas no governo federal atual são muito positivas, apontando entretanto minhas discordâncias. 

É natural que eu busque uma terceira via e, caso indisponível (como parece ser o caso em 2022), dedique tempo e energia a que uma organização criminosa não retorne ao poder. 

Foi cantado em verso e prosa que o Brasil foi pilhado pelo PT, por Lula, Dilma e sua gangue inescrupulosa e cínica. Acredito no Poder Judiciário brasileiro e se juízes de primeira e segunda instância, concursados e dedicados a analisarem provas e fatos, além do direito, condenaram Lula à prisão em mais de 9 processos por corrupção, se o Brasil tivesse um sistema moral e político decente, esse sujeito jamais teria sido considerado para retornar à cédula e candidatar-se ao que quer que seja. Isso sem contar as condenações da Petrobrás e seus dirigentes petistas nos tribunais e comissões de valores mobiliários no Brasil e nos EUA, por crimes de corrupção.

Enfim, como eu já mencionei, a eleição retrata Lula contra Bolsonaro.

A vantagem de Lula no campo competitivo é imensa. Lula conta com apoio fisiológico e militante várias vezes superior ao de Bolsonaro. Grande parte da imprensa brasileira (e mundial, influenciada por seus correspondentes e amigos brasileiros) apóia Lula, pois com ele prosperou, enriquecendo-se. A Bolsonaro jamais foi dada qualquer legitimidade pelos principais órgãos de imprensa, auxiliados por "especialistas em democracia", integrantes da militância cega acadêmica.

Nos últimos dias surgiu uma discussão demonstrativa do fisiologismo da imprensa tradicional brasileira e seu enorme esforço em distorcer a realidade em puro benefício próprio. Os barões da imprensa não conhecem limites de sua militância em favor de um corrupto condenado .


O gráfico acima, cuja fonte é a própria Secretaria de Comunicação do Governo Federal do Brasil, dá conta que o grupo Folha de SP foi enormemente beneficiado por dinheiro do contribuinte nos anos petistas. O critério de contratação de publicidade começou a ser alterado já no governo Temer. Como a base de leitores é pequena, parece que foi dada proporcionalidade à significância dos veículos de comunicação para adequá-la ao orçamento público. O resultado? Menos dinheiro no bolso da Folha de SP e seus veículos (como a revista Piauí), razão da ira de seus donos e pseudo-repórteres, que foram incansáveis e imperdoáveis com um governo que, nesse campo, promoveu meritocracia, disciplina e rigor.

Gostei muito da resposta de um veículo de comunicação diuturnamente atacado pelos barões da impresa brasileira, a Jovem Pan, pela boca do jovem Caio, como se vê nesse vídeo responsável, ético e até mesmo cortês.


Retorno portanto ao início desse post: Bolsonaro, a essa altura, sabe que conta com uma clique acadêmica (preocupada apenas no interesse próprio usando desculpa de ser sensível às necessidades sociais, já que bolsas fartas para pesquisas internas ou internacionais não essenciais a um país miserável minguaram), artística (o dinheiro fácil para passeios internacionais da militância cinematográfica e teatral acabou) e midiática (a imprensa corrupta, tão acostumada em achacar governos para extorquir-lhes dinheiro do contribuinte visando manter o ciclo vicioso do toma-lá-dá-cá) absolutamente contrária ao que tem representado.

Bolsonaro continua seguindo sua linha, seu discurso, recentemente amenizado, menos confrontativo e mais simpático (óbvio, toda campanha eleitoral usa da sedução), e conta com o erro do adversário mais forte (Lula e seus militantes corruptos, que usam o discurso social apenas para garantirem seus privilégios e recursos fáceis jamais vinculados a esforço ou trabalho).

Parece que a estratégia está dando resultado. Se Bolsonaro sairá vitorioso, ainda é cedo para saber e não serei eu quem arriscará.

O fato é que o brasileiro comum, não esse que me lê (intelectualizado, sofisticado, informado), já começa a sentir a tramóia petista em tudo e todos que a apóiam. Começam a reconhecer que Lula é mero teatro, mera pantomima auxiliada por falsos militantes que de bonzinhos não têm nada.

E assim, de erro em erro, revelando sua real face, espero que Lula retorne ao esgoto da história de onde jamais deveria ter saído. Lula traiu os brasileiros desde que elegeu-se presidente em 2002. Sua ganância por poder é a única coisa que lhe importa. Manipulador de mentes e massas, sempre foi apoiado por militantes (academia, escola, artistas e mídia) fundamentalmente desonestos, corruptos, além dos idiotas úteis (dentre os quais esse brasileiro que vos escreve já esteve, admito) crentes em um belo discurso que sai da boca de um criminoso divisivo, cuja melhor companhia sempre foram ladrões e cínicos.

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