Primitivização econômica

Empregos formais estão em queda no Brasil. A situação anda muito mais séria do que se noticia em grandes linhas.

Várias estatísticas, como esta, comprovam que gente bem qualificada está desempregada há mais de 12 meses e sem perspectiva alguma de encontrar outra posição.

Não estou aqui menosprezando a dificuldade da população carente, que por uma política assistencialista governamental melhorou de vida. Estou fazendo um ponto fundamental sobre a classe média que está agonizando.

Ouço relatos de devolução de apartamentos para casais jovens com filhos retornarem à casa dos pais, pois não conseguem mais se manter. Ao terem que escolher entre escola privada e casa própria, optam pela escola. Persistem na esperança que amanhã os filhos, bem formados como os pais, terão chances melhores na vida, se o Brasil recuperar a estima pela meritocracia, abandonando o sindicalismo populista que destruiu, em 13 anos, boa parte da estrutura econômica e social do que começava a funcionar em 2002.

A classe média (assim qualificada antes de o PT adulterar o critério em benefício próprio e aparelhar o IBGE, cujos quadros se revoltaram como essa reportagem comprova) foi o alvo da destruição de classes do petismo. Aliás, foi a única destruição de estruturas que o PT conseguiu perpetrar em 13 anos, já que os super-ricos e os oligarcas nadaram de braçada em suas águas hipócritas.

Os que se encantaram em dar uma parcela de sacrifício desproporcional diante dos super-ricos ou pobres ao projeto de poder lulista hoje pagam caríssimo.

A carta rosa ou Lulinha Paz & Amor constituiu, como tudo mais, mero discurso para escamotear um projeto de poder e enganar incautos. Eu examino essa carta nesse detalhado post.



Na foto acima, chefes de família da classe média norte-americana, cujas poupanças foram destruídas pelo Crash da Bolsa, ficam na fila da sopa, do emprego e da assistência social. A especulação destruiu a poupança de famílias de classe média em ascensão. Eles consumiam e garantiam o esteio da sociedade culta e trabalhadora. Após 1929, ficaram sem nada, mesmo com alguma qualificação...

Não há exatamente esse tipo de fila no Brasil.

Uns estão ajudando os outros. A fila existe na internet, nas esperas por concursos públicos, nos cursinhos, nos programas de emigração para países desenvolvidos, nas vagas por empregos qualificados que quase nunca chegam, nas tentativas de requalificação.

A revolta tomou as ruas não visando dar a Temer o poder, mas sim retirar Dilma e o PT, que vieram como tratores, destruindo a nação. O projeto Gramsciano de Lula e seus asseclas contaminou almas de certos pseudo-intelectuais deixando um rastro de destruição...

Casos de sofrimento são enormes, assim como a perda de energia, esperança e cérebros.

No discurso de posse de Temer, ele disse que é hora de acabar com a estória de novos governos destruindo o que de bom os anteriores fizeram.

Eu já havia mencionado isso no artigo abaixo, de 2015...



Caso o atraso persista, estaremos vendo mais frequentemente o que já se vê em vários meios de classe média: a primitivização da economia brasileira.



Várias pessoas, qualificadas, experientes, mas incapacitadas de acharem um emprego, um empreendedor engajado em assumir risco, estão retornando a atividades braçais ou pouco qualificadas.


Não retornam a trabalhos braçais ou primitivos por amor ou vocação.

Fazem-no pois é o que lhes sustenta.

Fazem-no porque estão sendo obrigadas a tanto, pois o ambiente é HOSTIL ao emprego e ao empreendedorismo, pois este sim gera emprego.

A sensação da classe média trabalhadora é que o estado serve apenas para cobrar impostos, visando bancar oligarcas (os novos marajás federais) e serviços horríveis.

Ao empresário, suportar fiscais públicos achacadores e taxas progressivas é uma opção cada vez menos atraente, razão pela qual se vêem tantas lojas e empresas fechando. Há shopping centers inteiros vazios. Só não vê, quem não quer.

Basta também passear em qualquer loja de departamento para ver como, em 15 anos, o valor e a qualidade dos produtos caiu imensamente. O volume de coisas vagabundas e baratinhas aumentou na mesma proporção do desaparecimento de coisas melhores e um pouco mais caras.

O processo de empobrecimento vem acontecendo gradualmente, na mesma rapidez do desaparecimento de vagas qualificadas de 3 anos para cá.

Sim, é preocupante e precisa-se fazer algo.

Se o governo parar de atrapalhar; se os governantes diminuírem a fraude e a roubalheira, se a esquerda parar de fingir que não sabe fazer contas, aí sim, poderá ficar melhor.


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