Estádios custam muitas vidas

Ouvi dizer que a BR 262, rota comuníssima aos mineiros que querem gozar das delícias das praias capixabas, faz 9 mortos por dia...

... silêncio...de luto...

Fui pesquisar, e descobri esse site, que denuncia a carnificina.

Essa rodovia também serve de escoamento de produção de minérios, produtos siderúrgicos e tantas outras coisas e cargas, se misturando a cidades importantes e transporte de pessoas, criando uma briga entre grandes e frágeis.

Se o país fosse um "failed state", sem-governo formal, como a Somália,  daria prá justificar tanto tempo sem qualquer ação.

Mas o Brasil, que eu saiba, não é um sem-governo, como a Somália, Tchad e outros lugares do planeta onde nada funciona, nem a coleta de impostos.

Ou não?

Não. O Brasil não é um país assim. Cobra uma carga tributária altíssima, tem palácios do poder, tem faculdades funcionando, tem vários serviços públicos dignos de nota, mas as estradas continuam matando da mesma forma que a falta de esgoto.

Disparado, o texto mais lido do meu blog, trata da violência. Já está nos milhares de leituras... o que indica preocupação extrema com o tema.

O brasileiro é generoso e está horrorizado ao ver que a vida não é prioridade em seu país.

O brasileiro está preocupado consigo mesmo e sua gente... mas parece que é só isso. Que isso fica no âmbito interno, íntimo, sem extrapolar. Algumas rodovias são fechadas, protestos são feitos, promessas viram votos, mas no final, ninguém tem tempo prá ficando fechando estrada todo dia... a gente precisa comer, trabalhar, viver, delegar prá "algum governo" a tarefa de evitar a destruição de vidas...

Reluto em crer que o Brasil, que produz aviões exportados para todo o mundo, que faz uma superponte do tipo Rio-Niterói, que constrói prédios maravilhosos e modernos para morarmos ou trabalharmos, não consiga ter inteligência prá reunir fatores políticos prá salvar vidas no trânsito.

As mortes estão acontecendo agora, nesse instante. E tem gestor público que dorme com um barulho desses... como assim?

Reluto em achar que meu país é tão burro.

Reluto em achar que pertenço e tenho origem em um povo tão incapaz em administrar-se.

Não posso aceitar isso passivamente, daí esse post e eventualmente outros, que os leitores, se quiserem, poderão divulgar, denunciar.

Em meio a isso tudo, vem a trágica notícia que até mesmo os megalômanos estádios da Copa estão matando gente. A morte dos operários do Itaquerão apenas comprovam que não era prá ter obra de estádio nenhum.

A obra é feita por empreiteira que integra a oligarquia de poder do país, junto com o PT, que infelizmente é a voz da administração pública máxima do país no dia de hoje. Quando mudar, vai mudar algo?...

Todos esses atores não estão nem aí para as políticas públicas. Querem poder, político e econômico. Só isso.

Acho que a Copa do Mundo deveria ser o palanque, o grito de BASTA! sobre esse valor em que as prioridades são invertidas apenas para facilitar a vida de quem tem o poder no Brasil (grandes empresários e políticos aboletados nas cadeiras mais importantes do país).

Vejamos o que está acontecendo na Ucrânia, onde a pressão oligárquica russa está tentando impedir a determinação daquele povo em se juntar à União Européia. Todos saíram às ruas para dizer NÃO ao seu presidente e à ameaça militar russa.

A primavera árabe pediu mudanças estruturais, muitas das quais vieram, mas a mudança será lenta e ainda haverá muito sofrimento.

Parece que o Brasil precisa vocalizar melhor que não é mais possível o poder econômico e político se apropriar das prioridades brasileiras sem exame e controle racional, institucional. Chega de direcionar bilhões para obras malucas e desnecessárias, especulativas, tais como a Cidade Administrativa em Minas Gerais, delírio megalomaníaco, aliado a especulação imobiliária (o entorno valorizou 1000% aos sabidinhos que se aproveitaram do conhecimento do projeto, coisa facilmente constatável pelo estudo dos registros de imóveis... mas que ninguém se arrisca a fazer, pois sabe onde a bomba vai cair).

A vida não é prioridade no país. A maioria perde.

O PT, que governa o país, não governa para a maioria.

O PT, novamente repiso nesse blog, governa para contentar uma classe baixa, que alguns acham lhe apóiam pelos seus propósitos, mas que na realidade só apóiam pela política clientelista, assistencialista e personalista.

Depois de eleito, o PT demonstrou que não tem como prioridade a vida do brasileiro. O PT tem como alvo manter-se no poder. Destruir oposição. Impedir o debate. E o petista é o hooligan, aquele que sozinho é gente boa, inteligente, papo bom, mas que em turma detona o que vem pela frente, indiscriminadamente, protegendo seu amigo, matando os demais... em grupo, é perigosíssimo, pois se altera e acha que sua pseudo-intelectualidade o torna em alguém superior, melhor...

Se Dilma hoje tem boas intenções de voto, não é por seu mérito (aliás, ela não tem quase nenhum), mas pelo deserto onde navega. Junho passado provou isso claramente, e as oposições silenciaram magistralmente, pois todas são mais ou menos similares ao PT e aos seus métodos. A fórmula não muda muito...

A terra é de cegos, então uma caolha é melhor do que nada.... certo?

Lembrem da BR262... mata 9 por dia... e é administrada pela Dilma...

Será que se ela tivesse mínima consciência disso, ela dormiria uma noite sequer? Ela estaria ligando para estádios sabendo, como na Copa das Confederações, e onde espero ela JAMAIS ponha os pés em um jogo, que será vaiada como foi esse ano??? Ficarei muito frustrado se ela não receber vaias magistrais, mesmo dos ingressos comprados a 10 reais (coisa inexistente)...

Não se trata mais de pensar mal dos políticos.

Trata-se, hoje, de meter o dedo na cara deles e dizer:

- Vocês querem continuar trabalhando como políticos, serem reconhecidos como os mestres da arte da política? Acham-se importantes? Então atentem para as prioridades, sejam mais inteligentes, parem de achar que só palavras bonitas e promessas resolvem. Coloquem a vida como prioridade em um país em guerra civil. Parem com as megalomanias. Direcionem o imposto muito suado para melhoria básica de vida (saneamento, estradas decentes sem pedágio).

É fácil. Dinheiro é o que não falta. Só falta vergonha em admitir que estão jogando tudo pelo ralo e funcionando com Robin Hood ao contrário, tirando do contribuinte para dar para o poderoso...a estória não muda... ôxe!


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