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Contexto e Fake News

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Piada, das mais antigas, reza que o melhor político é aquele acredita piamente nas notícias que "planta" na imprensa , através da amizade íntima do troca-troca com os editores e donos de empresas de mídia. Arthur Koestler , jornalista e filósofo, inadvertidamente cobriu o Holodomor como filiado do partido comunista há quase 100 anos, convidado pelo regime soviético para uma tournée na antiga URSS. Como tudo denunciou, caiu em desgraça aos olhos dos comunistas (inclusive com diversas ameaças de morte).  Em suas autobiografias intituladas Flexa no azul e A escrita invisível,  Koestler  fez clara distinção entre notícias reportadas (daí a expressão  reporter , do francês, que significa  contar como foi ) e notícias manipuladas . Ele indicou que a Alemanha e a URSS criavam narrativas próprias ao regime de forma absolutamente descarada, enquanto que naquela época os ingleses reportavam e era condenável distorcer dados inserindo opiniões. Cita ele inclusive o chefe de redação de um

Reforma tributária brasileira: ruim com, pior sem.

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Há décadas sabe-se que o Brasil precisa de amplas reformas em várias áreas, mas especialmente nas áreas tributária e política. O país foi gradualmente quebrado pela Constituição Federal de 1988, plena de direitos e benesses, sobretudo ao funcionalismo público, complementada pela antiga piada de demógrafos: sua ciência é a mais previsível e monótona do mundo . Com a presença na vida das pessoas cada vez mais crescente, o estado-gastador brasileiro confronta-se com um fato inegável: população contributiva contraindo-se enquanto as despesas sobem em velocidade assustadora.  Fenômenos como os " precatórios ", que são dívidas da União e de estados não quitadas, a despeito de confirmadas judicialmente após muitas vezes décadas de processo, são a ponta do iceberg de uma dívida impagável por diversas gerações. Na realidade, não há incentivos para se colocar ordem na casa, portanto, apenas o aumento da carga tributária é cogitada fazendo-se veneno, ao invés de remédio. O clamor por

A raiva, a revolta, o ódio represado que explode facilmente.

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Ocidente e Oriente Conheço a Europa como o berço da civilização , a despeito de povos do Oriente demonstrarem total discordância com esse conceito que me foi ensinado na escola. Nascido no Brasil, sou fruto da cultura européia com contaminações da cultura indígena brasileira e africana, pouco tendo ouvido ou sabido das culturas orientais até tenra idade. Despertou-me curiosidade em conhecer um pouco culturas de onde fazia noite, enquanto onde eu morava fazia dia.  Milênios atrás, povos Orientais construíram civilizações baseadas em elementos cosmológicos bastante distintas daquelas no Ocidente. Reinados e povos antigos em locais distantes criaram civilizações desenvolvidas e sofisticadas, cujos legados  podem até ter perdido a identidade, mas nem por isso deixaram de existir como conhecimento passado de geração em geração. Se a eficiência militar e de navegação ocidental foi maior que a oriental até época recente, não é difícil constatar que a humanidade, sob o ponto de vista inventivo

El Cid na América do Norte

O português do autor do artigo a seguir é sofrível, mas a lenda merece ser recontada, podendo ser lida  aqui . Certamente haverá melhores textos, mais completos e bem escritos, que o transcrito, mas estou sem tempo para procurar mais... já que me importo com a mensagem, não a exatidão minuciosa no uso do vocábulo. Várias cenas e declarações do atual Presidente dos Estados Unidos colocam em dúvida seu estado mental. Sites maldosos, da oposição política, dizem que ele deveria ser estar internado em um asilo e que continuar seu mandato seria abuso de idoso. Podem dizer o que quiserem, mas uma imagem diz mais que mil palavras e a sequência de indícios de problema não parecem deixar dúvidas. Não há como deixar de refletir se o establishment  não teria criado seu próprio El Cid . Não estaria aí uma novidade na história humana, sobretudo do poder... A manutenção de um presidente aparentemente com profundo comprometimento de sua capacidade cognitiva seria a garantia da própria continuidade d

Como você sabe?

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 O paradoxo da informação livre e abundante é atualmente o mais perigoso problema que a elite humana enfrenta. Por elite humana refiro-me às pessoas que conseguem ler-me e a qualquer um do outro lado do planeta, acessando informações além daquelas restritas a seu limitadíssimo círculo existencial local.  A internet foi comemorada, há mais de 30 anos, como uma tão-esperada janela democrática ao universo. Ela uniria os povos, permitiria acesso infinito e a custo irrisório a todo o conhecimento humano acumulado. Esse conhecimento , restrito às elites do planeta, às pessoas com meios e tempo disponível para se educarem, finalmente seria democratizado , tornado acessível a qualquer indivíduo capaz de postar-se por instantes diante de um computador (ou posteriormente a um telefone inteligente) ligado à rede mundial. Infelizmente não basta ter acesso à informação. É preciso saber combinar boas fontes de informação , possivelmente indo a fontes primárias , para conseguir distinguir fatos, de

Perseguições seletivas e engrenagens de um mecanismo resiliente

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ATUALIZAÇÃO EM 19/06/2023 - LEIA ESSE BOM E FUNDADO  ARTIGO  demonstrando que Trump pode estar posando de vítima (o que não seria surpresa), mas o argumento abaixo continua válido quanto à seletividade investigativa . Hoje houve um anúncio sem precedentes na história ocidental: foi dado início a um processo criminal federal contra o ex-Presidente Donald Trump . Ele quase foi reeleito nas últimas eleições nos Estados Unidos e parece ter se apropriado indevidamente de documentos de Estado, descobertos em uma de suas mansões. Desconheço detalhes legais se um ex-presidente pode ou não guardar documentos confidenciais do período em que governou. Sei que ex-presidentes têm direito (como no Brasil) a proteção 24h, pois detêm segredos preciosos e seriam úteis como reféns de nações inimigas ( a terra ainda não é um paraíso e aqueles que se esforçam para que se torne um inferno têm tido bastante êxito ).  Eu imaginava que o ex-comandante das forças armadas, representante do país durante mandato

Ditadores são bem-vindos

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Apenas uma nota para iniciar mais uma semana em que o Brasil torna-se uma cor pastel na paleta mundial. O ditador Maduro está no Brasil desde ontem.  É responsável (assim como Mao, Putin, Pol-Pot e tantos outros fascínoras) pelo genocídio do próprio povo. A emigração forçada de venezuelanos para o resto do mundo é um fato desde o antecessor-ditador Chavez. O Brasil é um destino importante, como reportagem abaixo informa, mas como o ditador é mais um dos amigos ideológicos do ladrão atualmente no poder, idiotas-úteis apóiam a visita em terras tupiniquins e no além-mar...  O anão-diplomático que é o Brasil também confirma sua vocação para anão-moral de seus líderes, mas sobretudo de sua elite governante, acadêmica e econômica, que não se insurge contra tais absurdos. Lembrete: o governo norte-americano parece que possui um mandado de prisão do ditador bolivariano : 

Golpe no Brasil: outro lado da mesma moeda

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Hoje quem manda politicamente no Brasil teve a personalidade forjada em um período de exceção. E não consegue pensar outro país fora do recalque ao qual se prende. CULTURA As atuais (reais) lideranças políticas (e judiciárias) no topo da cadeia alimentar nacional querem fazer crer a alguns incautos que, certo dia, sonharam com um  regime político, econômico e social harmônico se estendendo por todo o hemisfério.  Haveria, reza tal lenda mediatizada, uma ilha de liberdades e inclusão alardeada como possível por utopistas que certamente abraçaram várias idéias de Karl Marx, enquanto negando aceitar o que essas confabulações viriam a significar aos países (e seus povos subjugados por líderes corruptos) que resolveram as colocar em prática. A experiência vivida cria hábitos. Não apenas nossos simpáticos pets, mas também nós, somos seres imitadores . Nosso instinto animal é de sobrevivência , mas nossa prática social é de mera repetição de ações e reações que passamos a entender como norma

Fazer música ou comprar tudo empacotado?

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Um diálogo ontem me incitou a escrever esse post sobre os inúmeros meios de se ouvir música e o fim da musicalização nas famílias. Pense bem: 3 gerações atrás não havia aparelhos de som, muito menos AirPods, Spotify e mídias que nos entregam qualquer música instantaneamente. O que as pessoas faziam? MÚSICA! Se apreciavam música, as pessoas tinham que aprender a tocar instrumentos, caso contrário ficariam em silêncio (ok, cantar vale)... É por isso que nas famílias de classe média prá cima sempre tinha um pianozinho na casa, um acordeon ou mesmo uma flauta ou violão. E nas famílias de classe baixa havia cavaquinho, bandolin, pandeiro ou bumbo, para fazer música também. Até caixinha de fósforo (hoje banida?) era uma super percussão para acompanhar voz & violão. E o que significa fazer música ? Significa não comprar empacotado, não se limitar ao que te é oferecido enlatado por mídias por aí. Significa portanto ouvir um tanto de música e barulho e fazer o próprio, elaborado sobre a div

Criminalizar a oposição: eficaz onde instituições são aparelhadas, não funcionando para a função concebida.

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Uma das marcas da ditadura é o arbítrio . Já a violência dos regimes fortes vem em diversos formatos e expressões.  A violência física, tão denunciada pelas esquerdas quando falam de governos latino-americanos de direita das décadas de 1960 e 1970, é apenas uma das suas formas (ainda assim muito menos letais que Stálin, Mao, Castro e Pol-Pot, para citar apenas alguns ditadores comunistas).  Há a violência psicológica, a ideológica (famoso "cancelamento"), midiática, profissional, há ainda censura...e há a grotesca  punição coletiva , como a pobreza generalizada produzida por seus líderes na Venezuela (cujos cidadãos fogem em milhões para países vizinhos, inclusive o Brasil) e na Argentina . O arbítrio não significa que inexistam sistemas legais.  A Alemanha nazista era legalista , mas nem por isso a arbitrariedade deixava de existir. Pelo contrário! O arbítrio deixa a lei tornar-se cada vez mais rigorosa, pois ela transforma-se em espada longa e difusa: persegue, fere e pune

Estultices petistas

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A liberalidade em falar e propor bobagens não é exclusividade de líderes populistas de esquerda.  Estes, entretanto, flertam sempre com platéias cativas incapazes de contestarem ou indignarem-se com devaneios delirantes e absurdos, a despeito da presença invariável dos inúmeros diplomados, laureados e frequentadores de colóquios acadêmicos globais que dizem ser de alto nível. O fenômeno contagioso não apenas ocorre com o coronavirus: a estultice - ou imbecilidade, estupidez, falta de inteligência e preparo - impregna as mais altas rodas intelectuais e elitistas sobretudo quando tudo se justifica pelo bem coletivo e, mais recentemente, pela suposta luta pela democracia, ainda que signifique a implantação do estado-policial e da censura, inclusive prévia. O Brasil de L(202)3 revive a tragicomédia dos anúncios absurdos midiáticos, como aquele bem recente de que o país estaria negociando com Argentina - um país com várias modalidades de câmbio e uma inflação superior a 100% ao ano - a unif

Momento educativo - crime de heresia

Aos meus leitores, qualquer similaridade poderá ser imputada à mera coincidência entre fatos atuais e do passado. Como quando a história se repete ela tem toda a aparência de uma farsa, já dizia o filósofo, sugiro a leitura desse texto , transcrito abaixo em razão de seu caráter altamente educativo. Desde o estabelecimento do Cristianismo como religião, as  heresias  existem. Durante a Alta Idade Média (séculos V a X), houve inúmeros movimentos heréticos e, a partir da Baixa Idade Média (século XI-XV), eles ganharam força. A palavra heresia tem origem no idioma grego e significa “ escolher ”. Segundo a Igreja Católica, uma heresia é toda doutrina religiosa que  contraria  os princípios da fé estabelecidos pela própria Igreja. O  Manual dos Inquisidores , documento escrito por um teólogo catalão no século XIV, define o conceito de heresia para a Igreja: Herética é toda proposição que se oponha: a) a tudo o que esteja expressamente contido nas Escrituras; b) a tudo o que decorra necessar

Compartilhando o conhecimento, em busca da verdade

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Quanto mais uma pessoa pesquisa e estuda, mais toma consciência da própria limitação em reunir dados completos visando avaliar adequadamente a realidade atual ou histórica. Gosto muito de obras de um autor que, para mim, reúne rigor investigativo e escrita fácil. Como alguns de meus leitores, dentre aqueles situados nos quatro cantos do mundo, estão no Brasil, onde o mês de  janeiro é sinônimo de férias , sugiro conhecerem a obra do Adam Lebor . Não o conheço pessoalmente, mas ele tem obras de não-ficção e de ficção  excelentes. Confesso ter lido apenas as de não-ficção, que tem ajudado em minhas pesquisas, sobretudo a Torre de Basel , que examina com maestria as origens do controle monetário mundial emanado dos centros de poder. Aqueles que não conhecem minha pesquisa (tento deixar minha ciência de lado nesse blog que visa abordar assuntos mundanos de forma razoavelmente superficial) informo tratar-se do estudo da regulação financeira comparada. Há mais de 30 anos tento identificar e

Esperança, de olhos bem abertos

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 Esse post finaliza o ano de 2022. Portas se fecham para que outras sejam abertas , reza o sábio dito popular. A pandemia vai sendo deixada para trás, com autoridades de certos países equiparando o virus de Yuan a outras moléstias comuns, como fez a Dinamarca. O medo, a desconfiança ao próximo, o fechamento de fronteiras e restrições ao turismo vão se reduzindo a livros de história. A humanidade agora convive com os traumas que políticas restritivas causaram, substituídos pelo enorme desafio econômico causado em grande parte pela brutal invasão russa na Ucrânia e a cautela ocidental em evitar um confronto nuclear global. Na política brasileira, o terremoto institucional se reinicia, com cancelamento progressivo do corrupto Congresso Nacional pelos dois outros poderes. O STF assumiu as rédeas políticas e orçamentárias do país, acarpetando o que será uma relação incestuosa com o poder executivo, de 2023 em diante.  Lula será o parceiro ideal dos magistrados que ele mesmo empossou e empos