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Compartilhando o conhecimento, em busca da verdade

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Quanto mais uma pessoa pesquisa e estuda, mais toma consciência da própria limitação em reunir dados completos visando avaliar adequadamente a realidade atual ou histórica. Gosto muito de obras de um autor que, para mim, reúne rigor investigativo e escrita fácil. Como alguns de meus leitores, dentre aqueles situados nos quatro cantos do mundo, estão no Brasil, onde o mês de  janeiro é sinônimo de férias , sugiro conhecerem a obra do Adam Lebor . Não o conheço pessoalmente, mas ele tem obras de não-ficção e de ficção  excelentes. Confesso ter lido apenas as de não-ficção, que tem ajudado em minhas pesquisas, sobretudo a Torre de Basel , que examina com maestria as origens do controle monetário mundial emanado dos centros de poder. Aqueles que não conhecem minha pesquisa (tento deixar minha ciência de lado nesse blog que visa abordar assuntos mundanos de forma razoavelmente superficial) informo tratar-se do estudo da regulação financeira comparada. Há mais de 30 anos tento identificar e

Esperança, de olhos bem abertos

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 Esse post finaliza o ano de 2022. Portas se fecham para que outras sejam abertas , reza o sábio dito popular. A pandemia vai sendo deixada para trás, com autoridades de certos países equiparando o virus de Yuan a outras moléstias comuns, como fez a Dinamarca. O medo, a desconfiança ao próximo, o fechamento de fronteiras e restrições ao turismo vão se reduzindo a livros de história. A humanidade agora convive com os traumas que políticas restritivas causaram, substituídos pelo enorme desafio econômico causado em grande parte pela brutal invasão russa na Ucrânia e a cautela ocidental em evitar um confronto nuclear global. Na política brasileira, o terremoto institucional se reinicia, com cancelamento progressivo do corrupto Congresso Nacional pelos dois outros poderes. O STF assumiu as rédeas políticas e orçamentárias do país, acarpetando o que será uma relação incestuosa com o poder executivo, de 2023 em diante.  Lula será o parceiro ideal dos magistrados que ele mesmo empossou e empos

Quem apóia a ditadura

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A idéia da ditadura judicial é um assunto antigo, que vem se desenvolvendo sob roupagem moderna. Alertas tem sido feitos há vários anos. Artigo seminal de 1997 deu a grita e você poderá lê-lo clicando aqui . Em vários países, o fim da democracia  perpetrado pelos seus próprios juízes tem sido denunciado, infelizmente caindo majoritariamente em ouvidos surdos: Nessa esteira, reproduzo artigo de um dos poucos jornalistas que ainda permanecem independentes e lúcidos no Patropi. O artigo pode ser lido aqui no original ou como abaixo transcrito. J. R. Guzzo 09/12/2022 - 11:26 QUEM APOIA A DITADURA A realidade é que Alexandre de Moraes e seus colegas não tiveram, em nenhum momento, a menor objeção dos militares para tomar qualquer medida que  tomaram, uma vez que são  impostas a algum país, não costumam ser biodegradáveis, nem passíveis de reciclagem. Não se tornam mais suaves,  racionais ou justas com o passar do tempo, nem se transformam em outro material. Nunca recuam, nem cedem um milíme

2022: o ano em que o Brasil foi enterrado

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Desculpe, querida/o leitor/a, mas ao afundar hoje na Copa do Mundo, perdendo para a destemida e determinada Croácia nas quartas de final, fecha-se um ciclo desastroso ao Brasil, que sucumbiu. RIP 1 O primeiro enterro foi ético/político. Procedimentos judiciais viciados se iniciaram ainda em 2018, quando bandidos da Lava-Jato foram beneficiados, sob medida, pela abolição da prisão em segunda instância pelo STF. Políticos e magistrados, unidos, temendo a extensão da Lava-Jato e uma mudança de paradigma ético no país, resolveram enterrá-la e quem enterra a ética, enterra a sociedade como um todo. Em seguida ao primeiro golpe ético, o bandido-mor e chefe da OrCrim (denominação utilizada pelo Ministério Público Federal em audiência pública) viu-se liberado da cadeia por certo militante travestido de ministro supremo que, contrariando séculos de construção doutrinária, jurisprudencial e a lei, anulou processos julgados e conduzidos por mais de dezena de magistrados, em 3 instâncias.  Tais ma

Camus, artistas e o compromisso com a verdade e a liberdade

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 Essa semana completam-se 65 anos do marcante discurso de Albert Camus em Estocolmo, quando do recebimento do Prêmio Nobel de Literatura de 1957. Camus tinha meros 44 anos à época, pouca idade para tanta envergadura e reconhecimento. Sua maturidade moral e intelectual já era avançada quando do prêmio.  Seu discurso de agradecimento é um estrondo, uma catarse. Os valores expostos por Camus formam um mapa, oferecem bússola sobre como pensar e agir eticamente, merecendo ser lido e relido, sobretudo pelas classes artística e jornalística, que tanto influenciam e podem agregar a uma sociedade. Foram ofícios aos quais Camus dedicou sua curta vida, posto que vitimado em acidente de carro dois anos depois.  Tive o privilégio, ainda em tenra idade, de ler no original (e posteriormente reler, com certa maturidade) seus escritos como O Estrangeiro, A peste,  e O mito de Sísifo . Obras profundas, necessárias. Nos tempos atuais, revisitar, atentar às palavras sensatas de quem possuía como únicos co

Um país violento, perigoso

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Era inevitável: ou o Brasil combateria o crime, inclusive e em especial aquele organizado, ou sucumbiria. Ao ler " Por quê as nações fracassam ", escrito por D aron Acemoglu and James A. Robinson dez anos atrás, várias estórias ajudaram-me a compreender a dificuldade de países em garantirem o funcionamento saudável de instituições que seriam essenciais para prosperidade e progresso coletivos. Manifestações recentes em altos escalões indicam que a elite brasileira escolheu o caminho mais fácil para si mesma: censura e silenciamento de dissidentes. Questionamentos são proibidos, justificando concentração de importantes poderes nas mãos de poucos magistrados transformados em efetivos administradores do país a despeito de não terem tido nenhum voto para mandarem no destino de um povo.  O autoritarismo é realmente um modelo atraente.  Ele facilita o diálogo entre poderosos, ignora oponentes e leis, cria narrativas que, pelo medo ou compra com recursos públicos de adeptos, dissemin

Fadiga política

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Uma semana após a ressaca do resultado das eleições brasileiras de 2022 - sobretudo presidenciais - um dos piores conselhos a dar a alguém com traumas emocionais ou psicológicos tem sido ouvido com frequência: " o tempo vai curar" . Meus posts anteriores examinaram, ad nauseam , as distorções e desafios artificiais impostos ao governo Bolsonaro e à sua campanha de reeleição, sendo desnecessário repassar a trágica história recente dos abusos cometidos no Brasil por quem o toma pelas rédeas, como se toma a um servil jegue .  O presidente foi inimigo de si mesmo, desde sua eleição em 2018. Não foi, entretanto, seu pior inimigo. O  establishment  viu na inabilidade uma grande oportunidade e organizou-se de tal forma que a coação ao eleitor e a instituições republicanas tornou-se irresistível. Venceu a organização, o mecanismo .  Você, que também integra os mais de 58 milhões de brasileiros que conseguiram pôr o voto na urna e vê-lo validado, saberia dizer  por quê o tempo não vai

Reconstituição da cena do crime?

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Pois é, cara/caro leitor/a, um pouquinho mais da metade dos brasileiros que foram votar decidiu que quer ver a cena do crime reconstituída. Essa tal metade deu o benefício da dúvida a um político que se autodenomina jararaca, que faz promessas em número apenas equivalente às expectativas não-preenchidas de boa parte dos brasileiros. O brasileiro é um povo bom. É um povo crente. Acredita em sua imprensa, acredita em seu judiciário, acredita na promessa de um político profissional carismático. Não acreditar lhe tornaria a realidade insuportável... esse povo explodiria se conseguisse ver o horror do que lhe rodeia. O brasileiro persegue sonhos, até mesmo depois de ter sido alertado e chacoalhado para uma realidade horrível: o país foi pilhado . A corrupção, constato hoje, é um temor apenas para gente rica.  Gente pobre não liga para ela, pois já que não tem nada a perder, acha que o dinheiro roubado foi de gente rica mesmo. Melhor assim, né? Caso contrário, promessa de corrupto condenado

Democracia infantilizada, de propósito

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Minha geração, que aos 20 anos correu as ruas gritando "Diretas Já", frustrou-se ao ver Tancredo Neves ser sepultado e um político fisiológico da ARENA (convertido em MDB) assumir a primeira Presidência civil em 21 anos. Assim, a tal "democracia" brasileira passava a engatinhar.  O Caçador dos Marajás (Collor) foi eleito na primeira eleição livre para presidente em 30 anos, sendo em 2 anos abatido pela corrupção e pelo Impeachment , indicando como o bebê democrático ainda engatinhava e, pior ainda, se cagava todo . O governo de FHC trouxe estabilidade, econômica e política, mas custou muito caro, já que criaram o mensalão mineiro, a compra de parlamentares para passarem a emenda do 2. mandato, etc.  Lula sucedeu FHC e a estória nós sabemos, bastando assistir ao MECANISMO no Netflix ou ler A ORGANIZAÇÃO , da Malu Gaspar. O PT roubou e deixou roubar em escala épica durante seu tempo no poder. Foi uma democracia falseada, prá bobo ver, com votos comprados por meio

Toxicidade política: um plano dos maus

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Constatar uma realidade ou algo não implica em utilizar a imaginação, mas apenas somar fatos numa sequência lógica mensurada no tempo. Ainda que se diga o contrário, acredite no que você vê e ouve à sua volta, antes de concluir algo . A política , na era do mundo hiperconectado e das mídias sociais, atualmente representa o tóxico , o perigoso , o desagregador .  Em 2018 já estava claro para onde se caminhava. 2022 está sendo um ano extremamente desagradável para aqueles que, como eu, se interessam e desejam ter algum engajamento político moderado, racional e ético . E assim constato: a política tem sido  o inverso do que se espera de sua função .  A política deveria ser o meio em que diversas expressões e idéias são expostas e se chocam, produzindo um ambiente onde valores e objetivos minimamente partilhados reforçarão o elo necessário para que a sociedade se desenvolva , prospere e perpetue-se. A política precisa, entretanto, de uma  base sólida para ser funcional . É como um edi

Divide et impera

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Mais de 22 séculos atrás, o Imperador romano Júlio César aplicou a antiga estratégia militar de dividir para conquistar a Gália, atual França. Os cartunistas Uderzo e Goscinny imortalizaram em comédia o movimento de resistência aos romanos, representando-o nas tirinhas de Asterix que ganharam simpatia do mundo por seu humor, com fundo de verdade (a necessidade de resistir aos invasores, tanto brutos quanto ardilosos). César dividiu os franceses como estratégia de conquista. Ganhou todo o território gaulês colocando regiões francesas umas contra as outras, infiltrando-se e finalmente prevalecendo. Seguindo a mesma estratégia, o Império Britânico (sim, esse representado atualmente pelo Rei Charles da Inglaterra) colocou tribos árabes lutando entre si para conquistar a península arábica, lá se mantendo até a década de 1930. Fizeram isso para sugar as riquezas da região, sobretudo o petróleo. Utilizando a mesma estratégia de César, os britânicos impuseram fronteiras artificiais aos povos

Brasil: um país dividido artificialmente

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Como um cidadão brasileiro que possui completa ojeriza pelo ex-presidente Lula da Silva, suei frio ontem durante a apuração de votos. Imaginar que brasileiros desejem repor na presidência um corrupto condenado reiteradamente pela Justiça , que assaltou e deixou assaltar os brasileiros descaradamente, um aliado a forças retrógradas como sindicados pelegos, coronéis da política nordestina e grandes banqueiros, me causa repulsa . Conheço em detalhes os processos contra Lula e seus comparsas no crime. Ouvi os depoimentos. Li os julgamentos dos magistrados de 3 instâncias (juízes, desembargadores do TRF4 e ministros do STJ) que mergulharam em fatos, concluindo ter havido crimes sérios, combinados com a certeza de impunidade por parte do criminoso. São julgados magistrais, completos, fundamentados.  Como a maioria de meus colegas do meio jurídico, fiquei estupefato ao ler a decisão monocrática de certo ministro do Supremo Tribunal Federal que liberou o bandido para concorrer ao cargo de pre