(Des)caminhos da geopolítica
O tabuleiro mundial representa a soma dos interesses nacionais e entre as nações (internacionais), muitas (ou será, na maioria?) das vezes opostos ou muito pouco alinhados.
O caos total não interessa às nações e a seus líderes. Eles administram, criam, incitam ou se envolvem em conflitos. A deflagração de um conflito em larga escala, entretanto, não parece interessar a praticamente ninguém em tempos de democracia (aparente). O espectro da última guerra mundial e do totalitarismo aberto remete-nos à devastação deixada para trás e à constatação de que movimentos totais e radicais não fazem ganhadores.
A reunião dos líderes do G20, em Buenos Aires, na Argentina, é uma demonstração de que interesses nacionais falam alto e que estes estão sempre buscando as alianças mais convenientes para perseguirem sua agenda geopolítica.
Não esteve presente nenhum ditador sanguinário, publicamente declarado dessa forma, mas isso não é refresco. Entre os presentes, há autocratas assassinos, como o príncipe saudita, o russo Vladimir Putin, o turco Erdogan e ainda o líder chinês, grande apoiador da ditadura norte-coreana e um bully de seus vizinhos asiáticos. Em cada um de seus quatro países os cidadãos convivem com a insegurança, abusos das autoridades constituídas e pavor constante.
Vários desses líderes pouco hesitam quando se trata de eliminar seus opositores, mesmo que fora de seu território.
A Arábia Saudita eliminou recentemente um jornalista opositor do regime em território turco, o que custou a recusa do autocrata otomano em encontrar seu congênere saudita.
A Rússia eliminou e continua a eliminar opositores e ex-aliados do regime Putin mundo afora e sobretudo na Inglaterra, além de testar a inoperacionalidade da OTAN em seus ataques à Ucrânia (ainda sem resposta à altura da necessidade e do desafio impostos).
O partido comunista chinês não conhece limites quando se trata de perseguir seus interesses mundiais políticos e econômicos, atuando ocultamente enquanto seu líder posa sorridente para fotos. Um forte exemplo está nesse post.
O chefe da Turquia reprime seus opositores internos com mão de ferro.
A imprensa, equivocadamente, como tem sido seu hábito, foca no líder mais histriônico do G20, Donald Trump, jogando luz sobre o personagem errado, permitindo com que os atos e abusos efetivos dos demais líderes fiquem na sombra. Isso lhes é altamente conveniente, pois sabem-se crápulas e ao estimularem a ribalda de Trump gargalham em privado (diante da parcialidade ignorante midiática).
O G20 tem como propósito ser o fórum da prosperidade e da convergência econômica entre seus membros. Não é uma ONU, nem pretende ser um de seus apêndices visando a paz mundial, que tecnicamente está fora de sua agenda. Só que sabemos que a prosperidade econômica não existe no caos e no conflito bélico.
É lamentável que a diplomacia ainda se faça dessa forma. O mundo da mídia social, ainda que com todos os seus defeitos, não permite mais a hipocrisia do passado, em que líderes internacionais não tinham seus crimes tão divulgados, denunciados e conhecidos como hoje. A foto da harmonia aparente no G20, sabe-se hoje mais do que nunca, é meramente uma palhaçada sem graça alguma.
Nesse mundo fragmentado - tempos complexos os que vivemos e viveremos sobretudo nos próximos 10 anos, em que os citados autocratas e seus filhotes desejarão deixar sua marca na história, certamente uma marca nefasta e destrutiva - uma nova diplomacia precisa ser construída, baseada na informação, em valores respeitadores dos direitos da pessoa, da confiança mútua e em sistemas efetivos de proteção da paz.
Vê-se em Buenos Aires que ainda estamos muito longe disso. A linguagem é ultrapassada, os meios obsoletos e os resultados, como não haveria deixar de ser, totalmente frustrantes. A diplomacia do cocktail e das fotos não tem eficácia alguma aos olhos dos cidadãos do mundo: constitui pantomima cara e inútil.
A mídia desvia-se do seu objetivo primordial de informar e mira em seu alvo preferido, Donald Trump, enfant terrible que faz e sofre bullying em seu país desde que anunciado como presidente. Trump está longe de constituir a ameaça global que autocratas sanguinários comemoram ter assim sido eleito pelos gigantes da mídia.
A conivência da mídia internacional - ao se ver a cobertura jornalística do G20 dirigida às massas - com líderes perigosos, ao silenciar e evitar ácidas críticas aos mesmos (para não perderem suas fontes, patrocínios e acessos) constitui desserviço à paz mundial. As redes sociais informam razoavelmente bem e ajudam a montar o quebra-cabeças da verdade, mas ainda semeiam desinformação e misticismo.
Como dito acima, é preocupante o silêncio ensurdecedor de líderes de países abertos, como EUA, Brasil, França, Alemanha e Inglaterra, em unirem-se, denunciarem em uníssono e punirem violações graves - visando congelarem negócios e pela pena econômica estimularem mudanças profundas - dos autocratas sorridentes do G20.
Ao leitor, ficam as imagens oficiais, que falam por si:
O caos total não interessa às nações e a seus líderes. Eles administram, criam, incitam ou se envolvem em conflitos. A deflagração de um conflito em larga escala, entretanto, não parece interessar a praticamente ninguém em tempos de democracia (aparente). O espectro da última guerra mundial e do totalitarismo aberto remete-nos à devastação deixada para trás e à constatação de que movimentos totais e radicais não fazem ganhadores.
A reunião dos líderes do G20, em Buenos Aires, na Argentina, é uma demonstração de que interesses nacionais falam alto e que estes estão sempre buscando as alianças mais convenientes para perseguirem sua agenda geopolítica.
Não esteve presente nenhum ditador sanguinário, publicamente declarado dessa forma, mas isso não é refresco. Entre os presentes, há autocratas assassinos, como o príncipe saudita, o russo Vladimir Putin, o turco Erdogan e ainda o líder chinês, grande apoiador da ditadura norte-coreana e um bully de seus vizinhos asiáticos. Em cada um de seus quatro países os cidadãos convivem com a insegurança, abusos das autoridades constituídas e pavor constante.
Vários desses líderes pouco hesitam quando se trata de eliminar seus opositores, mesmo que fora de seu território.
A Arábia Saudita eliminou recentemente um jornalista opositor do regime em território turco, o que custou a recusa do autocrata otomano em encontrar seu congênere saudita.
A Rússia eliminou e continua a eliminar opositores e ex-aliados do regime Putin mundo afora e sobretudo na Inglaterra, além de testar a inoperacionalidade da OTAN em seus ataques à Ucrânia (ainda sem resposta à altura da necessidade e do desafio impostos).
O partido comunista chinês não conhece limites quando se trata de perseguir seus interesses mundiais políticos e econômicos, atuando ocultamente enquanto seu líder posa sorridente para fotos. Um forte exemplo está nesse post.
O chefe da Turquia reprime seus opositores internos com mão de ferro.
A imprensa, equivocadamente, como tem sido seu hábito, foca no líder mais histriônico do G20, Donald Trump, jogando luz sobre o personagem errado, permitindo com que os atos e abusos efetivos dos demais líderes fiquem na sombra. Isso lhes é altamente conveniente, pois sabem-se crápulas e ao estimularem a ribalda de Trump gargalham em privado (diante da parcialidade ignorante midiática).
O G20 tem como propósito ser o fórum da prosperidade e da convergência econômica entre seus membros. Não é uma ONU, nem pretende ser um de seus apêndices visando a paz mundial, que tecnicamente está fora de sua agenda. Só que sabemos que a prosperidade econômica não existe no caos e no conflito bélico.
É lamentável que a diplomacia ainda se faça dessa forma. O mundo da mídia social, ainda que com todos os seus defeitos, não permite mais a hipocrisia do passado, em que líderes internacionais não tinham seus crimes tão divulgados, denunciados e conhecidos como hoje. A foto da harmonia aparente no G20, sabe-se hoje mais do que nunca, é meramente uma palhaçada sem graça alguma.
Nesse mundo fragmentado - tempos complexos os que vivemos e viveremos sobretudo nos próximos 10 anos, em que os citados autocratas e seus filhotes desejarão deixar sua marca na história, certamente uma marca nefasta e destrutiva - uma nova diplomacia precisa ser construída, baseada na informação, em valores respeitadores dos direitos da pessoa, da confiança mútua e em sistemas efetivos de proteção da paz.
Vê-se em Buenos Aires que ainda estamos muito longe disso. A linguagem é ultrapassada, os meios obsoletos e os resultados, como não haveria deixar de ser, totalmente frustrantes. A diplomacia do cocktail e das fotos não tem eficácia alguma aos olhos dos cidadãos do mundo: constitui pantomima cara e inútil.
A mídia desvia-se do seu objetivo primordial de informar e mira em seu alvo preferido, Donald Trump, enfant terrible que faz e sofre bullying em seu país desde que anunciado como presidente. Trump está longe de constituir a ameaça global que autocratas sanguinários comemoram ter assim sido eleito pelos gigantes da mídia.
A conivência da mídia internacional - ao se ver a cobertura jornalística do G20 dirigida às massas - com líderes perigosos, ao silenciar e evitar ácidas críticas aos mesmos (para não perderem suas fontes, patrocínios e acessos) constitui desserviço à paz mundial. As redes sociais informam razoavelmente bem e ajudam a montar o quebra-cabeças da verdade, mas ainda semeiam desinformação e misticismo.
Como dito acima, é preocupante o silêncio ensurdecedor de líderes de países abertos, como EUA, Brasil, França, Alemanha e Inglaterra, em unirem-se, denunciarem em uníssono e punirem violações graves - visando congelarem negócios e pela pena econômica estimularem mudanças profundas - dos autocratas sorridentes do G20.
Ao leitor, ficam as imagens oficiais, que falam por si: