Buracos na pista

A poeira vai assentando, após o intenso período eleitoral, mas os recentes anúncios (ou falta de anúncios, no caso do Ministro da Fazenda) do Governo Dilma, ou do Regime Petista, trazem insegurança ao leitor atento.

Os índices econômicos, não apenas os ditos "especulativos" como a Bolsa, são presságios ruins do que está ocorrendo nas contas públicas. A arrecadação é recorde, mas mesmo assim não tem dado conta da má gestão do dinheiro público, que não encontra o investimento, que é desperdiçado sem reversão ao contribuinte.

É como a foto abaixo. O motorista vê de longe que não conseguirá passar, pisando no freio. E mais, não vê ninguém atento ou interessado em resolver o problema, que se agravará.


O clima de investimento no Brasil, visto de fora para dentro, não poderia estar pior.

Otimistas dirão: vai então melhorar, pois chegou ao fundo do poço. Aliás, parece ser essa a tônica no Planalto: chegamos ao fundo das más expectativas... agora então, só pode melhorar!!! Esse pessoal só precisa da fantasia abaixo:



Alguns poderão se lembrar do anúncio de Lula quando assumiu em 2003. Haveria o "Espetáculo do Crescimento". E não é que ele aconteceu? Por causa do Lulinha? Nada disso. Foi conseqüência de um maravilhoso ciclo econômico virtuoso mundial, ávido por minerais em meio à liquidez nos mercados (que de tão exuberantes acabaram explodindo na crise de 2008..). Lula e o PT surfaram na onda, e a grande maioria dos brasileiros virou a cara para os problemas estruturais que jamais foram tocados (reforma política para dar mais representatividade numérica, diferente do que é hoje onde regiões despovoadas têm o mesmo peso político nacional que SP ou MG, reforma fiscal que não vindo mantém o Brasil no manicômio tributário, impunidade, especialmente para crimes contra a vida e o patrimônio público - corrupção). Como poderia o Brasil ter melhorado, sem mexer nas bases? É claro que era "fogo de palha", como em diversos artigos eu falei, mas contra a corrente...

Lembremos o que aconteceu com um item super-importante na pauta de exportação brasileira naquela época:


Tudo mudou... as perspectivas não andam nada animadoras.As exportações e o investimento externo estão em baixa, na região. Não há no horizonte motivos para achar-se que o cenário mudará. Muito menos sem mudança de gente no poder ao sul do Equador.


Pelo contrário, a ascensão do PT, tendo segurado o Planalto e conquistado Minas Gerais é um anti-clímax potencial para investidores, caso a fórmula Dilma se repita.

Na base das deficiência estruturais brasileiras, que não foram sequer tocadas nas eleições, encontramos um problema fundamental e definitivo, que agrava a desfuncionalidade do estado brasileiro: a IDEOLOGIA petista.

O governo petista não se satisfaz em ter ganho nas urnas (apertado, mas o resultado foi aceito por Aécio).

Na era Lula inaugurou-se a modalidade "campanha constante". Nada se administra, tudo se resume em fazer campanha política e aumentar esferas de influência e poder. Buscar a hegemonia mediante a eternização de um grupo no poder, transformando-o em Regime, é o jogo petista. Em meio a esse barulho todo há algumas coisas boas, como programas sociais, mas quem está me lendo sabe que por trás de todas as políticas sociais encontra-se a justificativa fundamentalista: manter o PT no poder é o "objetivo maior"...


Será que os líderes brasileiros não alinhados com o PT e sua coalizão saberão se mobilizar para fazer do limão a limonada, permitindo uma melhoria de rumos ao país? Isso beneficiaria gerações futuras. Em um país de 200 milhões de habitantes, é possível haver esperança... mas guerrilheiros bem treinados cavam trincheiras e retirar-lhes do campo conquistado fica cada dia mais difícil.

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