Alívio e mãos à obra, começando pelo Mercosul.

Encerrar o ciclo petista é motivo de festejo.

Vi o segundo turno da eleição de perto e senti o imenso desejo de mudança.

O partido que seduziu o Brasil com um plano inclusivo quando em campanha, mas que o acabou condenando à desunião e à carestia, desemprego e corrupção epidêmica, acabou-se. A maioria dos votos que o candidato petista teve no segundo turno presidencial foram de protesto contra Bolsonaro (que não faz unanimidade e tem enorme desafio para criar credibilidade em torno de si e sua equipe). Pouquíssimos brasileiros ainda acreditam em qualquer manifestação dos membros da quadrilha petista, travestida em partido.

Agora, é mãos à obra. É dar um forte voto de confiança no projeto de mudança do país.



E o Brasil tem pressa. Muita pressa, pois foram 15 anos de atraso institucional.

Há uma agenda imensa, sendo importante iniciar o trabalho vigorosa e certeiramente. Urge implementar ajustes e saneamento no setor público, nos programas educacionais e sociais, sendo determinante reinstaurar-se a meritocracia no país.

A reforma da previdência, todos concordam, é urgente, pois o país quebrou e ainda continua gastando mais do que pode. Não é possível ignorar o problema crescente e perpetuador da desigualdade entre ex-trabalhadores do setor público e do setor privado. O atual sistema binário é altamente injusto e deve ser eliminado.

Equilibrar as contas é tarefa para Paulo Guedes e a equipe que ele certamente montará com gente competente e comprometida com a agenda modernizadora.

Recobrar a credibilidade no estado de direito e no combate incessante ao crime organizado, inclusive aquele representado pela corrupção, é tarefa de Sérgio Moro.

No campo internacional, o candidato Bolsonaro havia anunciado o abandono do viés de não-alinhamento, que apenas se baseava em identidade ideológica e não no melhor interesse do povo brasileiro.

Pragmático, o novo presidente deverá direcionar a chancelaria para interesses do Brasil no respeito ao princípio de autonomia e auto-determinação dos povos tão prezados pelo Barão do Rio Branco.

O Mercosul, iniciativa moribunda e travada (todos os países tem mesmo peso decisório e poder de veto), impede que o Brasil prospere e faça acordos com qualquer país do mundo. A integração latino-americana prevista na Constituição Federal de 1988 não exige que o Brasil se anule em favor de seus vizinhos, coisa que acontece desde o Tratado de Assunção.

O golpe institucional petista, com os cúmplices Uruguai e Argentina, de suspender o Paraguai para permitir a entrada da Venezuela chavista no bloco, condenou-lhe à morte. O bloco tornou-se puramente ideológico com sua diplomacia presidencial inexpressiva, devendo ser substituído por acordos bilaterais que aproveitem o que já se fez de bom, como a uniformidade classificatória de mercadorias. Aquele modelo de integração não faz mais sentido e, ao continuar, impedirá o Brasil de se desenvolver e inclusive de trazer seus vizinhos a uma nova época de prosperidade, eficiência e independência.

A tristeza do Mercosul é que nenhum cidadão realmente se envolveu com o bloco. Não houve real circulação de pessoas, de capitais pulverizados, servindo apenas para setores concentrados, que beneficiarão de acordos pontuais sem amarras que impedem o Brasil e países vizinhos de se lançarem no ativismo comercial moderno.

Desatar amarras, voar e atrair negócios, gerar prosperidade e emprego, com segurança pública inegociável, parece ser a missão claríssima do governo que demanda prosseguir com equipe serena e competente.

Mais lidos

Mentiras de Estado

Com ou sem máscara?

Ditadura do Judiciário exposta: Congresso Norte-Americano

A democracia-ditadura: o poder sem representação

Manipule e influencie os jovens: eles poderão ajudar no esforço destrutivo de amanhã

Um texto magistral para a magistratura brasileira