Desigualdade econômica é sinônimo de imobilismo social

Um dos argumentos que pesa muito para jovens serem favoráveis a idéias como comunismo ou socialismo é que, sem dinheiro no bolso, eles gostariam de usufruir da riqueza que enxergam no mundo dos outros, geralmente dos mais velhos e de nível sócio-econômico superior.

Quanto mais desigual economicamente for a sociedade, maior o apelo desse discurso distributivista da juventude que, na verdade, deseja apenas perpetrar um furto dourado, romantizado.

Se uma sociedade é mais igualitária, menos desequilibrada na distribuição da sua riqueza, haverá espaço e conforto para todos, inclusive para aqueles que desejam navegar na escala social.

É o que ensina esse artigo, cujo gráfico abaixo é a melhor representação.



O sentimento de revolta que contamina indivíduos que se percebem incapazes de saírem do determinismo de sua condição social e econômica é a grande causa da desarmonia social.

O comunismo não é a solução a nenhum problema em virtude do seu dogmatismo e caráter ditatorial, mas o socialismo pró-mercado indica caminhos interessantes que podem ser utilizados em sociedades capitalistas em seu próprio benefício.

Compartilhar melhor a riqueza gera muito menos conflito. Permitir a mobilidade, enterrando o determinismo e garantindo que pessoas de profissões, origens, etnias, religiões, sexo e opção sexual diferentes tenham as mesmas oportunidades para serem bem reconhecidas pela coletividade onde vivem, não pode ser uma má idéia.

Os EUA são ainda o país mais rico do mundo, mas também são o campeão da desigualdade, onde do mais rico ao mais pobre a distância é abissal. Não pode ser bom, nem fazer sentido. Daí esse país ser assolado por tanto crime, tanta inveja, tantos golpes financeiros e manipulação política.

O Brasil é um país mal classificado (não consta do gráfico acima), pois basta andar 10km em linha reta em qualquer capital brasileira para perceber estar-se cruzando Suíça e Sudão no mesmo trajeto... Isso torna insensíveis as pessoas, torna o governo incapaz de administrar tal conflito e exige algum posicionamento.

Tive a oportunidade e a sorte de mudar-me para a Província do Québec, a mais móvel e justa do Canadá, onde realmente a percepção de todos é que, independentemente de onde tiveres vindo, há um lugar para você ser reconhecido e valorizado na sociedade. Não há perfeição em nenhuma estrutura social, mas o sentimento de que as injustiças são menores já ajuda muito no dia-a-dia da pessoa.

Os dados expostos são importantes para gerar a séria reflexão sobre as razões pelas quais tanta gente sente satisfação em rodear-se de riqueza enquanto muitos passam necessidade no mesmo perímetro urbano ou regional.

Comunistas impõem o distributivismo na marra, matando e destruindo culturas, riquezas, produzindo ditadores.

Socialistas propõem medidas de cima para baixo, impondo sua visão do mundo, podendo radicalizar ou não.

Capitalistas-sociais entendem que a competitividade é um bem natural do ser humano e que, bem estimulada, pode gerar progresso social, desde que a desigualdade seja contida e razoável. Afinal, todos somos desiguais e precisamos saber viver na diversidade. Nem todo mundo precisa de uma casa grande para ser feliz. Aliás, muita gente quer uma vida simples, sem abrir mão de confortos mínimos e a certeza de que nem elementos básicos nem dignidade lhe faltarão.

Há sociedades que chegaram lá. Basta outras verem, aprenderem e convencerem-se que ser rico no meio da pobreza é, em si mesmo, ser pobre.


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