Giro Global

Antes era semanal, mas agora será eventual e de acordo com a oportunidade e pertinência.

É um horror o que está acontecendo no Egito.

A Irmandade Muçulmana queria subverter a ordem daquele país, estava impregnando a sociedade laica com valores fundamentalistas, perdendo apoio e colocando em risco vários avanços sociais. Isso serviria para ela perder o poder, mas essa violência toda...

Os militares têm forte poder nesses países de maioria muçulmana (Turquia e Paquistão idem). Eles acabam garantindo uma certa estabilidade política e institucional, sendo guardiães da ordem, que poderia descambar totalmente caso a democracia fosse plena.

O exemplo que Morsi deu é que usa a democracia para tomar o poder e aí, então, alterar as regras do jogo (como mudou a Constituição do seu país) para perpetuar o poder e, no Egito, alterar fundamentalmente a organização social, impondo a lei religiosa.

Inevitável fazermos um paralelo com o Brasil, onde o PT tomou o poder pelo voto, mas insiste em mudar constantemente as regras do jogo, violando a Constituição repetidamente.

Os EUA jogam duplo, pois é muito melhor com os militares, com quem cooperam desde o Acordo de Paz com Israel, na década de 70. Morsi estava iniciando um processo incendiário no Egito, arriscando estender-se pela região, que vê aproximar-se a era do Irã nuclear.

Os EUA devem condenar os excessos de violência (mas as manifestações não são pacíficas, tendo havido várias mortes de soldados, o que nos leva a crer que a guerra civil é iminente), mas nada de ficar do lado da Irmandade, que é trampolim para movimentos terroristas.

Ouvi um comentário que achei tragicômico. Diz que, como o Faraó não liberou Moisés e os judeus, mesmo após as pragas, e não entendeu o recado quando o Mar Vermelho se fechou matando os que lhes perseguiam, a maldição ronda o Egito até hoje, que só decaiu.

Fantasias à parte, o que o país precisa é de emprego e negócios.

Depois da tempestade, virá a bonança, sem a Irmandade, diga-se bem.


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