Um espetáculo de horror, onde propostas, vigor e tenacidade estiveram ausentes

O debate entre Trump e Biden na CNN ontem foi uma lástima para eleitores americanos e para quem se importa com o destino da nação que vinha sendo a bússola mundial desde o final da Segunda Grande Guerra.

O que se viu foi a falta total de vigor do atual presidente norte-americano, como retratado nos diversos memes publicados durante e depois do debate televisado, como esse abaixo


A falta de tenacidade e lucidez de Biden é reconhecida agora por todos do espectro político norte-americano. É inegável que os democratas lançarão mão de um Plano B.

Abundam teorias de que o debate de ontem serviu exatamente para isso: convencer a base democrata e os manda-chuvas como Obama e Hillary que o tempo de Biden passou e que, se não mudarem o rumo e a candidatura, o inimigo número 1 dos democratas, Trump, corre risco de ganhar a despeito de toda lawfare para colocarem esse opositor na cadeia.

Trump foi medíocre no debate. Continuou os auto-elogios, reforçando a imagem de narcisista incurável que forjou em sua carreira pré-política e como presidente. Sua incapacidade em abordar objetivamente assuntos importantes conquistando mais eleitores parece ter selado a inutilidade do debate em seu campo. Ao esquivar-se de perguntas de má-fé da CNN, claramente parciais em favor do pobre senhor à direita da tela, Trump saiu-se bem, pois as armadilhas foram muitas e ele não se deixou abalar, a despeito de perder objetividade e várias oportunidades de expor sua agenda.

O mundo está à beira de um colapso decisivo. Nesse ponto, Trump não está delirando, mentindo ou exagerando. O mundo nunca esteve tão à beira de uma nova guerra mundial. E o ocidente não está preparado para o que vem aí se Biden for reeleito...

A potência número 1 do planeta é hoje dirigida por ativistas (globalistas sem crítica, idealistas sem senso prático, cultuadores e consultores de mudanças climáticas que imputam a origem humana sem qualquer fundamento honesto, racistas, etc.) que promovem a própria agenda aproveitando a inépcia mental do presidente Biden. 

Os EUA de hoje colocam aliados em perigo, como no caso de Israel e o apoio condicional limitando envio de armas para a defesa contra a empreitada genocida iraniana, liberando recursos ao regime dos aiatolás sabendo que esses recursos são a maior origem de instabilidade na região. 

Os EUA de hoje não protegem suas fronteiras contra invasão descontrolada de imigrantes provenientes de países com regimes autocráticos e genocidas, muitos desses estimulados por ação ou omissão dos mandantes do partido democrata nos EUA, como o Afeganistão e Síria.

Os EUA de hoje não pensam estratégia latino-americana, tendo apoiado o retorno e a normalização de relação com regimes e autocratas ilegítimos, como escusando o retorno do corrupto Lula ao poder na potência ao sul do hemisfério.

Os EUA de hoje promovem o auto-ódio, melhor representado na confissão de uma culpa absolutamente falsa e equivocada pelos atos de defesa promovidos em guerras e na ocupação do país. Isso desmoraliza o serviço público, notadamente o serviço militar e seus veteranos, já que a autoridade é colocada em absoluto descrédito. A mensagem destrutiva e deletéria que tem sido propagada nos EUA, ao seu povo e ao mundo, claramente viola qualquer princípio de coesão de uma nação.

Os EUA possuem uma dívida que atingiu níveis insuportáveis. Recentemente Niall Ferguson indicou que as despesas com o serviço da dívida norte-americana (juros) superaram os gastos militares e, segundo o historiador-econômico esse é o início da decadência irreversível de qualquer império ou nação.

Biden não serve como presidente dos EUA nem hoje, nem amanhã.

Trump mostrou uma presidência divisiva, centrada em si próprio, desautorizando delegação de funções, micro-gerenciando e criando desconfiança total, o que o torna um candidato menor à Casa Branca. Um novo mandato será a repetição do mesmo, sendo ao meu ver melhor do que Biden, mas talvez pior que alternativas novas, sem retorno ao passado ou à geriontocracia.

O mundo depende dessas eleições e talvez estejamos diante da encruzilhada histórica mais perigosa dessa geração. É possível que historiadores, daqui a 100 anos, se a humanidade ainda existir, olhem para esse momento como a grande hesitação.

Eu sempre acreditei, pessoalmente, que os EUA saberiam liderar.

Já não tenho mais certeza absoluta sobre essa antiga convicção.





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